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O que não dá para rir nem pra chorar por Raul Longo
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Cidadania
Seg, 01 de Dezembro de 2008 15:03
Na ressaca da farra eleitoreira, os foliões da mídia rasgam largos sorrisos que vão de um canto a outro da telinha, anunciando a vitória de Serra/Kassab como quem empossa Rei Momo. Inconfundível euforia! Mas riem do quê? De bobos? Lourenço, meu vizinho pescador que é mané da Ilha, mas não é bobo e não tem a tal TV por assinatura -- que eu também não teria se não fosse à necessidade de oferecer algum deleite aos hóspedes em eventuais dias de chuva -- , perguntou: "Novo porque, se são as mesmas caras do outro jornal?" Expliquei que "News",em inglês é notícia. Não comentou nada, mas deve ter pensado em qual sentido haveria transmitir notícias em português para enganar inglês.

Pois é... Conversa pra enganar inglês não precisa ter sentido mesmo! Mas cá pra nós, riem do quê? De tão desesperançados ou por tão colonizados já terão perdido o sentido da história?

Vai ver é esse diário convívio com a mídia do consumismo virtual, onde tudo são sensações, emoções baratas.

É como os chicletes. Mistura-se açúcar com borracha e tome a se mascar como bode, com exata sensação de que dessa forma nada poderá superar uma discreta elegância relapsa, seja lá que diabos isso signifique.

Provavelmente não significa coisa alguma. Nada precisa ter significado real. Por exemplo: o que significa o sabor (se é que se o pode chamar assim) de uma boa Coca Cola? Tudo! Absolutamente tudo! Afinal, se isso "é o que é", o que além se pode desejar?

De definido é que o mundo inteiro já está perfeitamente cônscio de que por maior que seja a importância de um Big Mac, jamais um Big Mac será exatamente um Big Mac se não vier acompanhado com um daqueles copos enormes de Coca Cola. Inimaginável!

Há quem conteste a dieta do palhaço, e rotule os Estados Unidos de nação de idiotas, mas não se pode desqualificar o fato de que ali é só o indivíduo entrar numa calça lee desbotada, e pronto: se fez um cidadão convicto de sua liberdade.

Claro que há aí uma licença poética, ou publicitária se preferirem, e profissionais da imprensa brasileira, e até nossos mais tradicionais profissionais da política, bem sabem o que realmente torna a liberdade estadunidense incontestável: a democracia. A democracia só não foi inventada nos Estados Unidos por um deslize histórico, ou uma falha de interpretação, afinal os gregos sequer consideravam os votos das mulheres.

Na democracia norte-americana consideram tudo: até os votos dos negros e dos chicanos! Escravos não votavam na Grécia antiga, mas nos Estados Unidos os direitos civis democráticos são garantidos mesmo aos emigrados, desde os tempos dos guetos de italianos, dos guetos de judeus, guetos de irlandeses, de polacos, chineses, e tutti quanti ali buscaram a liberdade. Nos guetos! Sem esquecer inclusive os indígenas que conseguiram sobreviver para também usufruir o direito de escolher, a cada 4 anos, entre um Republicano ou Democrata, quem mandará seus filhos para morrer como herói em algum Iraque, Vietnã ou Afeganistão.

Ou Cuba, quem sabe? Talvez, a Venezuela. Mera questão de conjunção de interesses econômicos. Havendo interesse, concluísse que há de garantir a liberdade e a democracia, e daí pra uma invasão tudo é virtual: inexistentes armas químicas, eixos do mal, ou seja lá o esoterismo que a inspiração divina ou alcoólica sugira no momento para justificar genocídios, estupros, infanticídios, aleijões, neuroses, etc.

Claro que nisso implica o lucro ativo da democracia, pois tudo tem o seu custo, mesmo o açucarzinho do chiclete que perde o gosto depois de 5 minutos, mas se vai ruminando a borracha por um dia inteiro. E assoprando pra fazer bola.

É uma democracia de bobos, essa do chiclete, mas enfim é a democracia que cabe na compreensão dos que no Brasil são chamados profissionais de imprensa, e isso não vai mudar tão já. Ou pelo menos nunca enquanto o poder das empresas de condicionamento de massas estiver nas mãos da reduzida oligarquia que tem por empreendedorismo a contratação de aboiadores para condução do gado aos currais delimitados por plim-plins e outros jargões onomatopaicos repetidos à idiotia.

Sem dúvida há muito mais bucolismo e encanto nos berrantes dos velhos vaqueiros dos tempos de Guimarães, mas o gado hoje é outro. Não masca capim nem deixa se enganar com o sal dos cochos, exigindo, no mínimo, os sabores tuti-fruti e hortelã.

Se os cow-boys adotaram o chiclete para imitar o ruminar vacum, não sei nem me interessa, mas há que se notar que como a bola de chiclete às vezes explode na cara uma meleca grudenta, isso de democracia também tem seus inconvenientes.

A mídia sabe bem que os tem. Quem iria imaginar, por exemplo, que logo após as 2 décadas e meia de imposição do mesmo poder das elites que já nos governava há 500 anos, em 1989 iríamos quase eleger um operário pra presidente!

Bem advertiu o Pelé: "O brasileiro não sabe votar!". Foi preciso a mídia jogar pesado para que aprendêssemos que saber votar, é votar em quem eles nos mandam votar. Igualzinho lá nos Estados Unidos.

Graças a intervenção da mídia, democraticamente elegemos Collor de Melo com tanta liberdade quanto se bebe uma Coca Cola enfiado numa calça lee desbotada.

Encarando as coisas por esta ótica, a euforia pela vitória do Kassab/Serra tem sua lógica e segue o modelo da democracia chicletes dos Estados Unidos, afinal o que é a democracia senão um BigMac com Coca-Cola? Que emoção seria esta se assim não fosse? Qual a sensação?

Mas o país real, o Brasil verdadeiro, vai bem além do tuti-fruti x hortelã da mídia que se limita às cercanias dos grandes centros de consumo, como São Paulo.

Por licença poética Caetano definiu São Paulo como o mundo todo, e muito antes Drummond nos ensinou que o poeta é um fingidor. Para falar do tamanho de seu amor perdido, Caetano fingiu que São Paulo é o mundo todo, mas o poeta sabe bem que São Paulo nem mesmo é o Brasil. Que ali os brasileiros amalgamam suas almas nas volúveis emoções baratas do consumismo, identificando-se mais com o cidadão de Hong Kong, Nova Iorque ou Amsterdã, do que com o de São Luís do Paraitinga.

Querer medir a temperatura política do país por São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte ou qualquer grande centro urbano, é falta de capacidade de dimensionamento de uma realidade social e histórica.

Vamos nos resumir a da República, para facilitar: se São Paulo influiu em alguma coisa na Proclamação da República foi por, na época, ser uma província periférica onde se concentravam os barões do café, o poder fundiário herdeiro dos donatários e que usou o alagoano Deodoro da Fonseca para se livrar do Monarca, instituindo o longo servilismo medieval da política café com leite, somente destituída com a revolução de 30.

Um modelo democrático mais arcaico é verdade, mas não tão diferente da democracia chiclete de Norte América, que tanto entusiasma nossa mídia. A diferença é que se hoje o eleitor é condicionado pelo marketing, pela emoção barata, pelas sensações eleitoreiras; antes era condicionado por um parabélum a lhe espreitar numa tocaia se seu voto recaísse sobre o adversário. Mas a liberdade de escolha, desbotada ou não, é a mesma.

Getúlio Vargas não pode ser apontado como o único sublevado contra o despotismo dos coronéis que por tantas décadas se mantiveram no poder pela imposição do voto de cabresto. Na verdade, tão logo instituído o coronelismo enfrentou o repúdio dos espoliados. E respondeu com o mesmo rigor de um Konder Bornhausen, fosse onde fosse. Com as tropas do exército enviadas a Canudos ou tentando aliciar movimentos populares com falsas promessas, como quando tentaram ludibriar Lampião com o título de Capitão Virgulino para auxiliar no combate à Coluna Prestes.

De forma que mais Getúlio menos Getúlio, aquele modelo ia acabar caindo mesmo e se não fosse por vias das providências do caudilho, talvez o fosse por obra da catequética conscientização popular promovida pelos comunistas. Mas é de se lembrar que estes não ficaram nada satisfeitos com o paternalismo trabalhista de Getúlio Vargas.

Se os comunistas se incomodavam com a falta de liberdade de expressão política na ditadura Vargas, muito mais se incomodaram os da elite coronelista com a falta de liberdade para especulação dos recursos pátrios e espoliação do populacho ignaro. No entanto, mesmo nesse transe de insatisfações os coronéis nunca se arredaram de seus poderes nas veredas desses brasis desabridos e interioranos. Bornhausens foram e Bornhausens se mantiveram em todas suas truculências e farroncas e, se lá nas São Paulos, Belos Horizontes e Rios de Janeiro, o sindicalismo grassava sugerindo liberdades vermelhas; nem a do índigo desbotado se imaginava nos sertões famélicos.

Essa liberdade da calça lee desbotada só viemos a conhecer com o advento do capital multinacional pós-golpe de 64, quando o que havia de mais canalha entre os altos escalões das forças armadas mercou, em dólares, o último resquício de algum senso patriótico que por ventura tivessem herdado de seus patronos.

Defender o populacho nunca foi mesmo o ideal do Exército Brasileiro, mas isso de patriotismo era algo em que batiam o pé, até que os dólares dos grandes conglomerados de capitais internacionais enterneceram os mais tenros corações das casernas.

Aquilo foram anos dourados! Muito melhor do que ser coronel, é ser administrador de generais ditadores, recebendo polpudas comissões do capitalismo internacional. Mas como já disse, isso de democracia também tem de seus inconvenientes e o assoprar da bola nazi-fascista das ditaduras sul-americanas ameaçava fazer meleca.

Então se prometeu uma mudança lenta, gradual e restrita. Nada de afobamentos, pra não rasgar a tal calça já velha e desbotada! Afinal, nada-nada são 500 anos de poder em jogo. E nesse puxa-puxa dos interesses coronelistas de cá, com a democracia chiclete de lá, intelectuais e operários puseram-se a confabular subversões da ordem imposta e vigente sob os tacões dos coturnos. Não só confabularam entre si, como foram às fábricas, às escolas, as comunidades de bairro. E foram formando bases para o lançamento de um tal Movimento das Diretas Já.

Foi! Pode parecer mentira para a mídia que fez que não viu e omitiu o Movimento enquanto pôde, mas as multidões irradiaram dos grandes centros para os interiores uma tal insatisfação geral que, se a Ordem não se desordenasse, viria a desordem numa revolução armada.

Isso de revolução armada, apesar de ser uma alternativa, quando bem observado se constata que poucas deram certo. China, talvez; Cuba, quem sabe... Mas é arriscado, porque apesar desses, há outros países em que a tentativa do estado em impor um sistema para daí o povo se moldar a uma relação social democrática, deu em fracasso completo. Como lá na antiga Iugoslávia.

De toda forma, a ação dos operários do ABC e seus amigos, acadêmicos e eclesiásticos, não deixou de ser uma ação revolucionária. Democraticamente revolucionária. Dificilmente revolucionária, dedicadamente revolucionária, pacientemente revolucionária.

Mas revolucionária! A única diferença é que trocaram as armas pelas palavras, pela participação, pela presença. Contaminavam pelo entusiasmo, pela certeza e convicção. E assim se foi partilhando, construindo, até formarem a primeira organização política de representatividade popular do Brasil.

Outras antes, como os Partidos Comunistas, defenderam os interesses dos trabalhadores, mas não foram exatamente seus representantes. Esforçavam-se bastante, é verdade, na tentativa de conscientização de suas realidades como trabalhadores, mas representavam um sistema já construído e não identificado pelo brasileiro que então trazia ainda seus muitos medos, inseminados pela igreja atrasista e sabuja do coronelismo. Tempos difíceis, onde Teologia da Libertação seria conversa de herege ou coisa de pornografia.

Proscritos desde antes Getúlio, os comunistas sofreram a partir de sua ditadura a concorrência de novas organizações partidárias que também se pretendiam em defesa dos interesses trabalhistas. Estas fortaleceram movimentos sindicais, mas ainda assim se limitaram à política eleitoreira, aquela coisa de democracia chiclete: masca-masca, faz bola; masca-masca, faz bola.    

Democracia revolucionária é diferente. É fazer junto, é construir junto, é partilhar, é ensinar e aprender ao mesmo tempo (conforme ensinou Mestre Freire), é participar envolvendo e sendo envolvido (conforme ensinou Mestre Florestan), é fazer com que a sociedade detecte o que deve ser feito e exija que seja feito (conforme ensina Mestre Lula).

E dá certo! Tanto dá certo que já no primeiro pleito eleitoral pós a ditadura terrorista dos militares, quase a metade da população brasileira exigiu Lula como presidente. A mídia, substituindo a igreja, fez a função da venda que impede o enxergar do que deve ser feito, mas o importante ali, é a constatação de que nem o sistema pré-definido nem o paternalismo eleitoreiro realmente representavam os anseios da maioria.

Essa lição se repetiu nos dois pleitos seguintes, sempre disputados contra o poder de des-concientização e condicionamento de massas do PIG, o oficioso partido da direita com grande penetração entre todas as classes sociais.

Nesses dois pleitos, o PIG teve o reforço da maior durabilidade do último plano milagreiro: o real, que foi o açúcar a disfarçar o gosto de borracha. Nesse açúcar é que o eleitorado se iludiu, mas o PIG se convenceu que mais uma vez espantara todo mundo com o tamanho da bola de chiclete que assoprara.

O ofício da enganação acabou enganando-os a eles próprios. Por isso que digo que riem de bobos, se pensam que elegeram Kassab.

Assim como dão uma de bobos, aqueles que acreditam ter sido o Duda Cavalcanti quem elegeu Lula em 2002. Bobos de fazer bilú-bilú, pois a porcentagem da classe média a quem o Duda des-condicionou do medo da Regina Duarte, não elegeria ninguém se Lula e seus companheiros não tivessem, desde os movimentos grevistas, passando pelo das Diretas, e a cada dia, mês a mês de todos os anos, praticado a democratização revolucionária visitando o país inteiro em cada comunidade, cada entidade de classe, cada porta de fábrica, cada recreio de escola, grupo de trabalhadores, etc.

Alguém ainda se lembra disso? Do governo paralelo na época de Collor? Da caravana de Lula atravessando o país como uma nova coluna Prestes? Esse é o praticar da democracia revolucionária!

E foi essa prática que o elegeu presidente, pois a porcentagem conquistada entre classe média apatetada pela síndrome Regina Duarte do PIG não significaria coisa alguma, se não houvesse a que se somar.

Marketeiros servem apenas para dia das mães, dia dos pais, dia dos namorados, do coelhinho, do Papai-Noel. São apenas para vender o produto político no dia da eleição. Mas quem não tem cacife, grana, verba para campanha milionária, nem é aliado do PIG, que não se meta a democrata chiclete, que não se aventure em política eleitoreira. Pra esquerda, isso nunca funciona.

Essa história de "eu fiz e aconteci", é pra Maluf. E Maluf quando tinha dinheiro para fazer propaganda do que fez e não fez. Quem não tem dinheiro, vai ter de participar, de compartilhar, de aprender, de estar junto, de fazer junto.

Na verdade, até dá para entender porque os do PIG acreditam ter elegido Kassab. Dá pra entender, pois o marketeiro da adversária achou de imitá-los.

Imitar o PIG sem ter o poder de penetração e des-construção de imagem que tem o PIG, é uma enorme estupidez, presunção. E como presunção entre eles é contagiante, estão todos vaidosos pela bola de chiclete que conseguiram assoprar! 

Mera bola de chiclete, pois quem elegeu Kassab não foi o PIG, foi o marketeiro da adversária. O PIG, na verdade, perdeu e perdeu feio. Perdeu muito!

A eleição dos candidatos da base aliada do governo e da esquerda, nas cidades de interior, inclusive do estado de São Paulo, é muito mais sintomática do que as das capitais que podem ter maior representação econômica, mas pouco significam quanto às reais tendências eleitorais de suas populações, sempre tão volúveis nas sucessões de PDT por DEM, ou de PP por PT e daí para PSDB, agora DEM, e depois, sabe-se lá o quê.

Certamente não será por efeito de marketeiro contratado pela esquerda. Marketeiro, se for competente, pode até ajudar em alguma coisa, mas não se pode esquecer que essa história de marketing é coisa da direita. Pode até usar, mas é coisa da direita.

Esquerda que arrisca pela via da democracia eleitoreira, só faz bola que logo explode e vira meleca como a Heloísa Helena. Fazer bola é pra direita, que tem verba para pagar outros para assoprar. Se não tiver verba, vai perder o fôlego tentando assoprar ou vai deslocar o queixo de tanto mascar.

Em toda a história e por toda parte, com armas ou por vias democráticas, as esquerdas só assumiram governo por ação revolucionária.

Serra pediu que nunca mais votassem nele, se abandonasse o cargo. Mesmo assim São Paulo votou. Mas quem garante que Serra terá o voto daqueles que tradicionalmente votavam nos poderes regionais dos coronéis da UDN, da ARENA, do PFL, e atual DEM, por causa de uma conturbada São Paulo onde uma polícia despreparada e insatisfeita expõe o maior receio de todo brasileiro: a insegurança da violência social?

Esses ex-eleitores da direita foram os responsáveis pela maior eleição de prefeitos de partidos de esquerda já ocorrida nesse país.

Quem elegeu o Prefeito de São Paulo, não foi o PIG, mas quem elegeu os prefeitos da maioria das cidades brasileiras foi o melhor marketeiro político que já tivemos. E contra ele, nem a maior concentração de esforços já despendida pelo PIG foi capaz.

Os do PIG riem de bobos. E os que choram a vergonha da cidade da Semana de Arte Moderna ser administrada pelo medievalismo feudal do DEM, choram de tontos.

Que cuspam o chiclete e se ponham a aprender com os Lourenços, como meu amigo pescador que não chora nem ri a toa.  E não perde tempo escutando conversa pra inglês.

  •  
Raul Longo
www.sambaqui.com.br/pousodapoesia
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Última atualização em Seg, 01 de Dezembro de 2008 15:05
 

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