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É preciso falar sobre responsabilidades por Luis Felipe Miguel
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Cidadania
Ter, 23 de Outubro de 2018 05:26

Luis_Felipe_MiguelÀ esquerda, costumamos ser - corretamente - muito sensíveis à produção social dos comportamentos. A violência, por exemplo, não é o reflexo de uma natureza violenta, mas o fruto de determinadas circunstâncias, de determinados estímulos, de um ambiente social que a promove.

Não há natureza humana fora da sociedade humana, dizia o velho Marx. Por isso, a tarefa é mudar a sociedade.

Mas chega um ponto em que cada pessoa é responsável por seus atos. A pessoa é fruto das circunstâncias, okay, mas tendo se tornado quem é torna-se responsável por aquilo que faz.

Ou o ilustre cabo eleitoral do Coiso, Guilherme de Pádua, não é responsável pelo assassinato que um dia ajudou a cometer?

O mesmo vale para escolhas eleitorais. Sim, há muita manipulação, caixa dois, informação falsa. Mas quem vota nele tem, sim, responsabilidade por aquilo que está fazendo ao Brasil.

Nessa altura do campeonato, quantos eleitores realmente não têm condições de colocar em dúvida as mentiras do bolsonarismo? Quantos não foram expostos a uma única contestação do kit gay, da mamadeira de piroca, das urnas venezuelanas etc.? As pessoas estão optando por acreditar naquilo que lhes parece conveniente.

O próprio Coiso se revela sem muitos disfarces. Ele esconde seu programa de governo, é verdade, e por isso não participa de debates. Mas não se preocupa em esconder sua misoginia, sua homofobia, seu racismo, seu desprezo pela democracia. Não se preocupa em esconder que seu projeto para o Brasil é um banho de sangue.

É possível discutir como essa mentalidade está tão enraizada, como o discurso de ódio e incitação à violência se faz tão popular. Mas não podemos negar que cada eleitor dele é responsável. É cúmplice da barbárie.

Luis Felipe Miguel - Doutor em Ciências Sociais pela Unicamp, Professor do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília, onde coordena o Grupo de Pesquisa sobre Democracia e Desigualdades. Pesquisador do CNPq. Autor de diversos livros, entre eles Democracia e representação: territórios em disputa (Editora Unesp, 2014), Feminismo e política: uma introdução (com Flávia Biroli; Boitempo, 2014).

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