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A CPI da Covid escancarou a encruzilhada dos militares de Bolsonaro Por Malu Gaspar
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Cidadania
Dom, 11 de Julho de 2021 21:21

Malu_GasparO tom ameaçador das reações dos comandantes militares ao avanço da CPI da Covid pode ter surtido efeito no Palácio do Planalto, mas não tirou da frente uma questão que nenhuma nota oficial será capaz de eliminar: o que esses fardados vão fazer quando se comprovar a primeira denúncia contra um coronel, um tenente ou um general? 

Em todos os casos de denúncias de propina ou irregularidades nos processos de compra de vacina há militares envolvidos. Cedo ou tarde – tudo indica que mais cedo do que tarde – os chefes militares terão de decidir se vão continuar fingindo que não vêem tais denúncias ou se punem os membros das Forças Armadas por eventuais falcatruas.

Considerando que o general Eduardo Pazuello levou pelo menos 30 militares da ativa e da reserva para cargos de confiança no Ministério da Saúde, o risco de  se descobrir que um ou mais deles estão envolvidos em malfeitos é grande. 
O que já se sabe é bem grave – só no caso da Davati, o cabo da PM Luiz Paulo Dominghetti comandava dois coronéis no lobby das vacinas. 
O ex-diretor de logística do Ministério da Saúde Roberto Dias dedicou seu depoimento à CPI a apontar o dedo ao coronel Elcio Franco, que migrou do ministério para um cargo de assessoria no Palácio do Planalto.

No Congresso, não são poucos os que desconfiam que, quando chegar a sua vez, o deputado Ricardo Barros (PP-PR) vai mirar na mesma direção, deixando claro que na Saúde operou um consórcio entre o Centrão e os militares.

E quando isso acontecer, o que farão os comandantes? Vão cortar na carne ou emitir uma nota de repúdio?

No início do governo Bolsonaro, numa palestra na Universidade Harvard, o general Hamilton Mourão disse que, se "o nosso governo errar demais, essa conta irá para as Forças Armadas".

A fatura chegou. Ao entrar de cabeça no governo, o Exército não cedeu apenas quadros, mas também a credibilidade a Bolsonaro. 
À medida que forçou os limites da separação entre a instituição e a política, o presidente minou esses ativos e diminuiu as Forças Armadas. 
A demissão dos comandantes que se recusavam a atacar o Supremo, depois a não-punição ao general Eduardo Pazuello por ter participado de um comício do presidente e, agora, a nota contra a fala do senador Omar Aziz (segundo quem os escândalos das vacinas revelaram o "lado podre" dos militares) mostram que as Forças Armadas aceitaram o papel de guardas dos interesses pessoais de Bolsonaro (o "meu Exército"). 
As denúncias da Saúde colocaram os militares diante da encruzilhada que eles mesmos criaram. E o caminho que tomarem vai nos dizer o tamanho do desafio que teremos para nos reconstruir como nação, quando tudo isso acabar.

Artigo publicado originalmente em https://blogs.oglobo.globo.com/malu-gaspar/post/os-militares-e-sua-encruzilhada.html

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