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Se não enquadrarem Bolsonaro, Maia, Alcolumbre e Toffoli perderão melhor oportunidade para defender democracia. Por Kennedy Alencar
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Dando o que Falar
Qui, 19 de Março de 2020 04:17

kennedy_AlencarSe deixarem de enquadrar Jair Bolsonaro dentro dos marcos constitucionais, os presidentes da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal terão perdido a melhor oportunidade para enfraquecer o claro movimento do presidente da República a fim de preparar terreno para um golpe com eventual suporte militar.

Uma pandemia como a do coronavírus cai como uma luva para líderes xenófobos e autoritários despreparados. É preciso defender a nossa democracia. Bolsonaro não fará isso. Quem chefia Poderes da República não pode se omitir.

Apesar de informações de bastidor darem conta de indignação com o que Bolsonaro fez no domingo, Rodrigo Maia, Davi Alcolumbre e Dias Toffoli parecem dispostos a passar o pano, mais uma vez, para evitar um confronto entre Poderes. Ora, este confronto já está acontecendo de maneira escancarada. Excesso de republicanismo com Bolsonaro não é recomendável.

O presidente da República convoca protestos e mente dizendo que não fez nada disso. Pede para as pessoas evitarem ir a aglomerações numa quinta e corre para a plateia de napoleões de hospício no domingo. Despreza o coronavírus para depois se dizer preocupado com o tema, sentindo baita dor de cotovelo do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

Só não vê quem não quer. Bolsonaro prepara o ambiente para uma tentativa de golpe na qual dirá que o Congresso e o STF, atacados por ele no domingo, não o deixam governar. Vai sobrar para a imprensa também, que será acusada de sabotá-lo.

Se os presidentes da Câmara, do Senado e do Supremo optarem pelos punhos de renda para lidar com os crimes de responsabilidade cometidos por Bolsonaro ao longo do mandato em geral e no último domingo em particular, podem se preparar para dialogar com as baionetas. Os sinais que vêm da caserna são no sentido de passar a mão na cabeça de um golpista despreparado, desqualificado, mentiroso e ignorante como Bolsonaro.

Bolsonaro anunciou reunião nesta quarta com Maia, Alcolumbre e Toffoli. Já está enrolando os três, falando em demonstração de uma harmonia entre Poderes que é dinamitada por ele cotidianamente. Essa reunião sugere que Bolsonaro conseguirá, de novo, abafar uma reação institucional que já passou da hora de acontecer. Isso favorece a sua articulação golpista, ainda mais com um coronavírus para culpar pelo redondo fracasso econômico de Paulo Guedes e a falência administrativa quase geral do ministério.

Guedes, aliás, perdeu o ano passado todo. Não apresentou propostas de reforma. A da Previdência foi engolida pelo Congresso. Como ensinava Ana Tavares, assessora do então presidente Fernando Henrique Cardoso, é questão de tempo até surgir um problema que drena a força do Executivo e faz o governo se arrastar até o fim. Daí a necessidade de jogar todas as fichas para aprovar as suas prioridades legislativas no primeiro ano de mandato.

Mas Bolsonaro preferiu tentar emparedar o Congresso para receber as reformas de graça. Isso não dá certo. De repente, uma crise aparece e enfraquece o governo. Aconteceu com Lula no mensalão, com Dilma no impeachment e com Temer no caso JBS. Ocorre agora com Bolsonaro devido ao coronavírus, que tem potencial de fazer um estrago maior no Brasil do que em outros países _sobretudo porque temos o governo mais despreparado da nossa História para enfrentar um desafio global.

A irresponsabilidade de Bolsonaro com a saúde pública tem sido criminosa. Em relação à economia, prepondera a incompetência do time dos sonhos. O pacote de R$ 147 bilhões da equipe econômica tem medidas inócuas que parecem feitas para enganar trouxa. Adianta adiar o pagamento do Simples para empresas que não vão faturar nada? O que terão a pagar sem faturamento?

Adianta estimular os bancos a oferecer empréstimo para quem não precisa de capital de giro ou não deseja investir? Ou será que haverá um surto de crescimento diante do vírus? Claro que não. Haverá uma recessão.

São necessárias medidas anticíclicas de verdade, com injeção de dinheiro para evitar a quebradeiras de pessoas físicas e jurídicas. Quem trabalha com vendas e recebe a maior parte do salário de comissões vai pagar como a escola dos filhos e pagar o supermercado? Claro que é preciso adotar um programa de transferência de renda para os mais pobres e de socorro aos pequenos negociantes. Faltam medidas bem formuladas para estimular verdadeiramente a economia. Leiam o que andam escrevendo as economistas Monica de Bolle e Laura Carvalho.

Paulo Guedes sempre falou muito. Mas não entregou nada. Não preparou nenhum projeto de reforma no período de transição. Não apresentou uma proposta séria de reforma tributária. Só gogó não funciona contra o coronavírus.

Bem, talvez o imigrante haitiano que disse a Bolsonaro que ele acabou deveria falar o mesmo para Guedes. E vamos falar de passagem de um ministro da Justiça que divulga no meio de uma pandemia um trecho de “Os Intocáveis” para se associar a Kevin Costner, porque há dúvida de que ele saiba quem foi Eliot Ness.

Aliás, em Washington, a impressão deixada por Sergio Moro como ministro de Estado é a de alguém que não demonstra a menor compreensão de políticas públicas. Algumas pessoas mencionaram limitação intelectual mesmo. Mas a burocracia americana gosta da fase juiz de Moro, que foi muito útil aos interesses geopolíticos dos EUA.

O Brasil se meteu numa enrascada. É preciso tomar cuidado para que o coronavírus não sirva de pretexto para que esses golpistas despreparados afundem o país ainda mais e acabem com o que sobrou da nossa democracia.

Na noite terça, já houve uma antecipação do panelaço previsto para hoje contra Bolsonaro. É capaz de ter mais impacto para proteger nossa democracia do que as falas conciliadoras de Maia, Alcolumbre e Toffoli. Que soem as panelas!

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