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Moro e seu "desaforo privilegiado". Por Fernando Brito
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Dando o que Falar
Sex, 08 de Maio de 2020 02:33

fernandoBritoMesmo depois de exposto o desastroso resultado do 'morismo', representado pela presença de uma anomalia terrificante no Palácio do Planalto, o nosso sistema policial-judicial continua tratando o ex-juiz paranaense como digno de um tratamento privilegiadíssimo, onde ele não está sujeito aos procedimentos que se adotaria a outros mortais.

Hoje, o Tribunal Federal da 4a. Região, carimbador das decisões da Lava Jato ignorou o óbvio – que está evidente (e dito pelo próprio Presidente da República que ele ajudou a eleger – que Moro perseguia, obstinadamente, posições de poder – ignorou petição da defesa de Lula pedindo meramente que se aguardasse o julgamento do pedido de suspeição do ex-juiz antes de julgar os embargos de declaração do processo do sítio de Atibaia.

Com o país em chamas, cuidaram de bater o seu martelo afinado com o grasnar do marreco.

Foi o segundo capítulo de intangibilidade do ex-Super-Homem, ainda invulnerável a lei dos humanos.

Do primeiro, o seu depoimento "eu digo só o que quero e mais vocês perguntem aos outros" dado em Curitiba – com direito a acompanhamento de um delegado "amigo" (leia aqui o Blog do Marcelo Auler, demolidor) – o melhor retrato é o feito pelo professor Lênio Streck, em artigo no Conjur, que demonstra que Sérgio Moro foi, ali, nem testemunha, nem investigado, nem denunciante:

(...) ficou feio para a delegada da PF e para os procuradores da República, sempre tão ciosos com depoimentos, permitirem que o ex-juiz desse uma de "ainda juiz" durante o longuíssimo depoimento (em 28 anos de Ministério Público, nunca tive um depoimento de mais de duas horas).

Por exemplo, Moro disse que destruiu mensagens trocadas com Bolsonaro, dizendo-as desimportantes. Como lembrou Pedro Serrano, se algum depoente da Lava Jato falasse isso seria preso cautelarmente por obstruir a investigação. Afinal, trata-se de um telefone oficial e de trocas de mensagens com nada mais, na menos, do que o presidente da República, o que não é pouca coisa, pois não? E a delegada e os procuradores aceitaram tudo isso passivamente, reverenciando o depoente. Digam-me: é o depoente quem diz o que é importante para uma investigação? Criaram — ativisticamente — um inciso novo para artigo do CPP que trata do interrogatório? Algo como "o juiz pedirá ao réu que diga aquilo que, no seu entendimento, considera importante para o processo".

E Moro complementou: "Que o Declarante esclarece que tem só algumas mensagens trocadas com o Presidente, e mesmo com outras pessoas, já que teve, em 2019, suas mensagens interceptadas ilegalmente por HACKERS, motivo pelo qual passou a apagá-las periodicamente (sic)". Pronto. Então as mensagens interceptadas existiram? Ele então tinha no seu celular (ou era o celular do Estado?) mensagens dos tempos de juiz, certo? Em 2019 foram haqueadas. Sem querer fazer exercício de lógica, se isso, então aquilo...

O que se lê é que, passando por cima dos seus interrogadores e assumindo o comando da audiência, o depoente diz que não disponibilizaria mais mensagens de seu telefone porque (i) tem caráter privado (inclusive as eventualmente apagadas) ou (ii) se trata de mensagens trocadas com autoridades públicas, mas sem qualquer relevância para o caso, "no seu entendimento".

"No seu entendimento?" Vamos tentar entender isso: Moro é o juiz do inquérito ou o depoente? E os Procuradores deixaram por isso mesmo?

Outra de cabo de esquadra foi a constante resposta "perguntem a ele, o Presidente". Se Moro interrogasse Moro, imaginem o que aconteceria com um réu se assim falasse...

A Justiça brasileira não se normalizará antes de que o fantasma de Moro seja exorcizado.

Artigo publicado originalmente no Tijolaço

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