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Por que não medidas ‘populares’? por Ricardo Mello
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Dando o que Falar
Ter, 15 de Abril de 2014 01:25

Ricardo_Melo2Ricardo Mello, colunista da Folha, publica hoje um artigo que, como outros, aponta a contradição de que o candidato do PSDB a presidência, Aécio Neves, tenha prometido “medidas impopulares”  e o insucesso sabido que tiveram,  desde a crise de 2008, as políticas contracionistas da economia, onde foram aplicadas.

Claro, tais afirmações não foram feitas àqueles que, como disse um empresário, “votam com o estômago”.

Mello questiona a legitimidade de ter dois discursos: um para as elites – a promessa do amargo –  e outro para o povão, dizendo que é preciso voltar a crescer mais.

Aécio evitou descer a detalhes, mas é o caso de informar o público, não? Ou seja, como vão ficar os salários? Haverá tarifaço? A gasolina subirá quanto? O preço do pãozinho vai disparar? O que vai acontecer com os juros? E os impostos e tarifas de transporte? A CLT vai acabar? O que será da aposentadoria? Os programas sociais estão com os dias contados? Enfim, onde o povo fica nessa plataforma “amarga e impopular”?

O curioso é que boa parte do “leitorado” da Folha, em lugar de se indignar com o duplo discurso, que tem características de estelionato eleitoral, ao esconder do eleitor o que se irá fazer, investe, nos comentários, contra o articulista.

“Não leu o que o Armínio Fraga falou?”

A leitura das opiniões é devastadora. É o retrato da mediocridade intelectual que nos deram os anos – que ainda não acabaram – de pensamento único e diktat do mercado.

Mas é mais impressionante ainda que, na política e na opinião econômica exista tão pouca gente disposta a dizer que a quem só tem fracassos em anos e anos de poder que não tem autoridade oral para dar lições sobre como “salvar” o país que eles afundaram.

Por Fernando Brito em o Tijolaço

Por que não medidas ‘populares’?

Ricardo Mello
Vamos tentar entender. Um Prêmio Nobel como Paul Krugman, também colunista da Folha, considera que estamos bem longe do precipício, ao contrário. “O Brasil passou por um momento difícil, mas provou não ser vulnerável como se imaginava. Uma década e meia depois, o Brasil é ainda menos vulnerável. Não há um déficit gigantesco em moeda estrangeira, a situação fiscal é aceitável e a inflação não é significativamente alta”, disse à revista “Carta Capital”.Já por aqui o cenário predominante entre analistas é o de uma bomba-relógio. Fez-se tanta burrada, afirmam eles, que não haverá outro jeito: em 2015, o bicho vai pegar. O quadro fiscal está uma catástrofe, a inflação decola, a indústria perde fôlego, a gasolina precisa de um reajuste “para ontem” e os salários sobem rápido demais. A culpada? A política “desenvolvimentista” baseada em aumentos de gastos públicos e maior presença estatal.

Sabe-se que previsões de economistas, na maioria das vezes, valem tanto quanto uma nota de três reais. Após o fiasco de 2008, então, a desmoralização ganhou as alturas -ainda que exista gente séria neste meio. O melhor caminho, de todo modo, é avaliar como o país está depois do já feito.

Nem precisa lembrar o sucesso de programas sociais contra a miséria que ajudaram a melhorar a vida de dezenas de milhões de brasileiros. Num cenário mundial para lá de conturbado, o Brasil não apenas manteve, como estendeu o emprego para muita gente. As taxas de desocupação estão entre as mais baixas da história.

Para sentir o tamanho desta conquista, experimente ligar para alguém do Primeiro Mundo. Pode ser um americano ou um francês. Ou um morador da Espanha, onde a taxa média de desemprego ronda os 25% —40% ou mais no caso dos jovens. Se a linha não cair, fale com a alta roda. Pergunte se alguém perdeu dinheiro investindo no Brasil. A bem da verdade, para isso nem precisa de DDI. Ou alguém duvida de que nossos banqueiros nunca sorriram tanto?

Ah, mas indicadores macro estão horrorosos, insistem os sábios. Nem isso soa verdadeiro, vide Paul Krugman. De resto, a situação parece coerente com um país que, entre os gênios que lançaram o mundo numa recessão brutal, e um programa voltado ao bem estar social, escolheu a segunda. Ainda bem.

Problemas há, sem dúvida. E aos poucos a oposição desenha o que seria seu governo. Esqueça o horário pago da TV e preste atenção no que os cardeais pensam de fato. Para estes, é batata: a hora é de medidas amargas e impopulares. O principal adversário, Aécio Neves, chegou a fazer uma declaração espantosa: “Por mais que elas sejam impopulares [...] Se o preço for ficar quatro anos com impopularidade, pagarei este preço. Que venha outro presidente depois. Quero fazer o maior governo da história do país”!

Claro, o tucano não estava num palanque. Sobra-lhe algum juízo para não falar certas coisas em praça pública. A confissão ocorreu num jantar coalhado de sobrenomes de bolso cheio. Aécio evitou descer a detalhes, mas é o caso de informar o público, não? Ou seja, como vão ficar os salários? Haverá tarifaço? A gasolina subirá quanto? O preço do pãozinho vai disparar? O que vai acontecer com os juros? E os impostos e tarifas de transporte? A CLT vai acabar? O que será da aposentadoria? Os programas sociais estão com os dias contados? Enfim, onde o povo fica nessa plataforma “amarga e impopular”?

É curioso imaginar um candidato destes num comício: “Gente, prometo medidas amargas e impopulares. Mas fiquem tranquilos: será o maior governo da história. Sinto muito, mas estou pouco me lixando em agradar vocês. Só não esqueçam de votar em mim.” Nem Odorico Paraguaçu seria capaz. A semelhança e diferença ficam por conta do cemitério. Se em Sucupira o drama era achar um cadáver inaugural, as tais políticas amargas e impopulares costumam produzir vítimas aos montões, em vários sentidos. Esse é o debate a fazer.

Artigo publicado originalmente em http://tijolaco.com.br/blog/?p=16677

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