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O Colapso da Riqueza e a Revolução do Cashmere, por Luiz Alberto Vieira
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Dando o que Falar
Dom, 23 de Novembro de 2014 09:38
Luiz_Alberto_VieiraA revista britânica “The Economist” classificou como a “Revolução do Cashmere” a manifestação do dia 22 de outubro de apoio ao candidato de direita Aécio Neves.
Segundo a publicação, barões dos negócios e financistas não são conhecidos por tomar as ruas, mas nesta data milhares deles ocuparam a extravagante avenida Faria Lima para apoiar o candidato mineiro. Pessoas vestidas com camisas bem passadas e com as iniciais bordadas empunhavam bandeiras de seu candidato, enquanto socialites bem vestidas entoavam frases contra o PT. Para os britânicos, faltaram apenas taças de champanhe na Revolução do Cashmere.
Os revolucionários do cashmere estão fartos do intervencionismo estatal petista e o responsabilizam pelas baixas taxas de crescimento e pelo aumento da inflação. Muitos deles afirmam que o país nunca esteve tão mal.
Tais afirmações deixam economistas atônitos, uma vez que a renda desta parte da população teve substancial crescimento nos 12 anos de governo petista. A renda domiciliar real per capita do 1% mais rico aumentou 27% neste período, passando de R$ 9,6 mil para R$ 12,3 mil.  A parcela da população que pertence aos 10% mais ricos também não pode reclamar neste quesito, pois sua renda aumentou 29% no período passando de R$ 3,4 mil para R$ 4,4 mil.

As análises deste comportamento costumam apontar o preconceito de classe e nossa herança colonial como causas. É certo que explicam boa parte do comportamento político da elite brasileira por séculos, mas há também causas objetivas que explicam o ódio dos ricos e da classe média-alta ao PT, especialmente a dinâmica da riqueza. Este é um dos raros momentos de nossa história que elite diz “there is no free lunch” com conhecimento de causa e não apenas como uma lição de moral para a choldra.
As possibilidades de enriquecimento e de construção de uma fortuna se tornaram bem mais exíguas durante o governo Dilma. Para isto, é preciso verificar as principais formas de acumulação de riqueza: imobiliária, acionária e dívida pública.
Ainda no Governo Lula, algumas fortunas foram erguidas no mercado imobiliário. A valorização dos imóveis era crescente, chegando a 30% ao ano em algumas capitais como Rio, São Paulo e Brasília. Com uma pequena entrada e negociação do ágio, os investidores puderam especular e ganhar polpudos rendimentos. No entanto, esta fase de alta valorização dos imóveis acabou, agora para se vender um imóvel é necessário um elevado desconto. Em São Paulo, construtoras chegaram a realizar um feirão, onde os descontos chegaram a 40%, para desencalhar seu estoque. Dados do Secovi, apontam para uma retração de 43,8% na venda de imóveis novos em São Paulo em relação a 2013.
Se por um lado, não é possível mais especular no mercado imobiliário, por outro, os preços estão inacessíveis para quem pretende comprar seu primeiro imóvel. Desta forma, é possível esperar um longo ajuste neste mercado para que os preços se ajustem à capacidade de pagamento da população.
O desempenho do mercado acionário também não é dos melhores. Após registrar uma valorização de 515% durante o Governo Lula, o Ibovespa acumula uma desvalorização de 22,95%.
É fato que os desempenhos dos mercados imobiliários e acionários foram medíocres durante os anos FHC, mas os altos juros da dívida pública possibilitavam uma acumulação de capital com grandes retornos e baixíssimo risco. Neste quesito, a realidade mudou muito nos últimos anos, apesar dos lamentos de economistas progressistas que comparam os juros vigentes com o restante do mundo. Uma Selic em 11,25% permite um ganho real antes dos impostos de 4,75% ao ano. Este número é ligeiramente abaixo do rendimento histórico do capital no mundo de 5% ao ano apontado por Thomas Piketty em seu influente livro. Isto sem contar o breve período em que taxa de juros real ficou em 0% no governo Dilma.
Agora as possibilidades de fortuna ficam restritas à uma carreira exitosa ou a um longo e árduo processo de poupança, com grandes privações de consumo e símbolos de status. Isto pode ser demais a uma elite de origem aventureira, como já nos mostrava Sergio Buarque de Holanda.

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