Cinema Drive-In do Goethe-Institut exibe filmes do universo de transexuais e transformistas |
Seg, 28 de Setembro de 2020 13:50 |
Nos dois primeiros dias de outubro, o “Cinema Drive-In do Goethe-Institut” vai exibir dois filmes que adentram o universo de pessoas transexuais e transformistas. Na quinta-feira, dia 1º, numa parceria com a Casa Aurora – Centro Cultural e de Acolhimento LGBTQI+ e com a Olhar Distribuição, o público poderá assistir à comédia “Alice Júnior” (2019), de Gil Baroni, que conta a história de uma jovem youtuber trans cercada de liberdades e mimos, mas que, depois de se mudar com o pai para uma pequena cidade onde a escola parece ter parado no tempo, precisa sobreviver ao ensino médio e ao preconceito para conquistar seu maior desejo: dar o primeiro beijo. Já na sexta-feira, dia 2, é a vez do documentário “Jéssica Cristopherry” (2013), de Paula Lice, Rodrigo Luna e Ronei Jorge, que celebra o universo dos artistas-transformistas da cena noturna soteropolitana – neste dia, após o filme, haverá um bate-papo com a diretora e convidados. Realizadas no estacionamento do Goethe-Institut Salvador-Bahia, acessível pelo Vale do Canela, as sessões começam às 20h e os ingressos custam R$ 10 por veículo, onde podem estar até quatro pessoas, à venda em www.sympla.com/goethebahia. A receita arrecadada nesta semana será doada à própria Casa Aurora. O Goethe-Institut também está tomando uma medida de democratização de acesso: são disponibilizados dois veículos para serem utilizados por famílias ou grupos de pessoas que vivem juntas, mas que não dispõem de carro. Nesta semana, a prioridade será para coletivos LGBTQI+. Instituições, famílias e grupos interessados podem buscar agendamento pelo e-mail Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. . Os veículos são completamente higienizados antes e depois da utilização. “Alice Júnior” – O filme fala sobre a adolescência, suas inquietações e sonhos, e retrata a escola como um ambiente de ensino indispensável, mas que muitas vezes pode ser opressor. O diretor Gil Baroni, o roteirista e criador da ideia original Luiz Bertazzo e o corroteirista Adriel Nizer Silva desenvolveram a história ao longo de um ano e meio. A protagonista é interpretada pela atriz trans Anne Celestino Mota, que contribuiu com várias mudanças na escrita do roteiro, pois a equipe entendeu que a história deveria ser contada a partir do seu olhar, da sua militância e suas experiências, e que seu lugar de fala deveria ser respeitado. Ser trans no Brasil é um ato de resistência. Alice é uma mulher trans e, portanto, seu corpo é político e questiona o padrão imposto. Ela não se esconde, se expõe através da internet, do seu vlog, não teme a câmera e diz o que pensa sobre o mundo. Selfies e lives são meios de expressão. Alice resiste através da construção de sua imagem. Alice é agente de transformação. “Jéssica Cristopherry” – O filme documenta a criação da personagem-título, alimentada pelos desejos transformistas da atriz e mulher Paula Lice. Com o auxílio luxuoso de cinco das mais respeitadas transformistas da cena soteropolitana atual – Rainha Loulou, Mitta Lux, Valérie O’hara, Carolina Vargas e Gina d’Mascar –, o passo-a-passo da montagem vai se desnudando e se revelando como uma homenagem ao trabalho dos atores que investem e acreditam no transformismo como arte. Enquanto assiste ao nascimento de Jéssica, o público acompanha ainda o papo da atriz com o diretor teatral pernambucano Rodrigo Dourado, pesquisador apaixonado da cena transformista. O documentário, filmado no tradicional Beco dos Artistas, nos bares All Club e Melancia Blue, investiga assim o universo trans, em que as identidades biológicas e de gênero são desconstruídas. Tomada como importante imagem dos fluxos identitários contemporâneos, a performance transformista celebra o trânsito, o entrelugar e a fronteira, questionando os papéis sexuais/sociais preestabelecidos – e nessa cena em que, tradicionalmente, as representações do feminino são performadas por homens, Jéssica quer saber como uma atriz/mulher pode se tornar uma outra mulher, para além de sua identidade biológica. O ruído intencional repensa os limites que embaçam as relações entre o desejo e as identificações. “Jéssica Cristopherry” é um filme de amor pela cena transformista e seus artistas, com leveza, bom humor e muito afeto. Regras de segurança – Todos os protocolos de segurança e saúde determinados pela Prefeitura de Salvador serão rigorosamente seguidos. A venda de ingressos será feita exclusivamente por meio digital, não sendo possível realizar compra no local. A conferência de ingresso se dará pela placa do veículo, não havendo contato físico para a entrada. O acesso de veículos se dará por ordem de chegada e eles serão posicionados com distância de 1,5m entre um e outro. Os ocupantes dos veículos devem obrigatoriamente estar utilizando máscaras, sendo impedido o acesso em caso de descumprimento, e devem permanecer dentro do carro durante toda a sessão. O uso de sanitários, que estarão com tapetes desinfetantes em seus acessos e que serão higienizados após cada utilização, será controlado através de conta no WhatsApp, obedecendo fila para liberação. Os usuários podem levar alimentos e bebidas, visto que não haverá comercialização no local. Os funcionários da casa serão testados para Covid-19 antes do início das operações, terão temperatura medida a cada sessão e estarão paramentados com macacão, luvas, máscaras e face shield. Sobre o Goethe-Institut Salvador-Bahia – Instituto cultural da República Federal da Alemanha, o Goethe-Institut, fundado em 1951, se dedica a fomentar o diálogo entre culturas e é a maior instituição de ensino de alemão no mundo. Atualmente, dispõe de uma rede de 159 unidades em 98 países de todos os continentes. A unidade do Goethe-Institut Salvador-Bahia foi criada em 1962 e, desde então, promove a aprendizagem da língua alemã, divulga uma imagem abrangente da Alemanha e realiza colaborações locais, nacionais e internacionais na área da cultura, com numerosos parceiros públicos e privados. É um espaço disposto ao exercício artístico-cultural, realizando ações próprias e oferecendo suporte a iniciativas de variadas espécies. Dispõe de teatro, foyer, galerias, biblioteca, ateliês, estúdios, salas de aulas, praças, pátio e café. Após mais de meio século de atividades contínuas na cidade, iniciou, em 2016, o Programa de Residência Artística Vila Sul, com a proposta de fortalecer interlocuções entre o Brasil e demais países do hemisfério Sul a partir do acolhimento de artistas e agentes culturais de diversas áreas, linguagens e origens. Noventa residentes já experimentaram esta oportunidade. Cinema Drive-In do Goethe-Institut
1º de outubro (quinta-feira), 20h “Alice Júnior” (2019), de Gil Baroni Comédia | 87 minutos | Brasil | Classificação indicativa: 14 anos
2 de outubro (sexta-feira), 20h “Jéssica Cristopherry” (2013), de Paula Lice, Rodrigo Luna e Ronei Jorge Documentário | 52 minutos | Brasil | Classificação indicativa: 14 anos Exibição seguida de bate-papo com Paula Lice e convidados
Onde: Estacionamento do Goethe-Institut Salvador-Bahia Acesso pelo Vale do Canela Quanto: R$ 10 por veículo [até 4 pessoas por veículo] Vendas em: www.sympla.com/goethebahia Lotação de 20 veículos |
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