O curta-metragem “Medo Além da Tela”, do diretor Ailton Pinheiro e com roteiro de Igor Correia, promete aguçar os sentidos dos fãs de filmes de terror slasher e psicológico. A obra, realizada pela produtora baiana Orí Imagem e Som, conta a história de quatro colegas de trabalho que se reúnem em uma plataforma online de vídeo-chamada e passam a ser aterrorizados por um invasor mascarado, atuando em plena pandemia de Covid-19.

O filme foi rodado no mês de fevereiro e está em processo de finalização. Do elenco à produção, do roteiro à direção, a equipe de “Medo Além da Tela” é formada, majoritariamente, por pessoas negras, que se uniram durante a pandemia para realizar o projeto.

Apesar de ter sido filmado num período de restrição, uma das prioridades da produção foi garantir a segurança de todos os envolvidos. Houve uma preocupação com relação ao atendimento obrigatório para o uso de equipamentos de proteção individual com relação à Covid-19, além da adoção de outras medidas de distanciamento. Toda a equipe foi submetida a testes para detecção de coronavírus antes do início das gravações e se manteve isolada durante as gravações, retornando às suas casas somente após o fim das filmagens.

“Medo Além da Tela” segue uma tendência do cinema nacional, que vem abrindo espaço para filmes do gênero. O terror slasher sempre atraiu público para o cinema, desde os anos 70, com narrativas marcadas pelo subtexto social e político de sua época. Já o terror psicológico vem ganhando cada vez mais a cena sobretudo no cinema mundial, com diretores como Jordan Peele (de  “Corra!” e “Nós”) e Ari Aster(de “Hereditário”).

Os slashers têm por característica histórias de terror envolvendo assassinos que matam aleatoriamente, usando máscara ou algum tipo de adereço que preserve a sua identidade. O terror psicológico, por sua vez, carrega simbolismos a partir de uma nova forma de criar o cinema Horror. É um cinema que agrega também visões politicas e sociais, marcado por uma inovação e autenticidade.

O diretor Ailton Pinheiro explica que ‘Medo Além da Tela’ busca capturar uma narrativa cujo tempo dramático acontece durante o período de isolamento social vivenciado nesse momento de pandemia. Ele afirma que o filme prioriza protagonistas negros, e busca apresentar linguagem e sotaque novos para esse tipo de narrativa, tão marcada pela violência explícita.

Para isso, o diretor reforça o uso da magia do cinema e a mensagem subliminar como estratégias, bem como a metalinguagem, ao invés de optar pelo clássico dos filmes de horror nos quais a violência explicita é quase sempre o foco. “A linguagem utilizada no filme brinca com o tempo atual, e reflete sobre ele. Aqui o que importa é a forma inovadora e inteligente de mostrar a violência e ou fazer uma crítica a ela, bem como discutir temas tão fundamentais a nossos tempos”, diz Ailton.

Ainda segundo o realizador, o filme reforça a importância da permanência do gênero de horror  no Brasil e também na Bahia. “Para além do contexto social da obra, a realização fomenta também o trabalho dos profissionais da cultura e do cinema em Salvador, especialmente artistas negras e negros”.

Entre os talentos reunidos no elenco, “Medo Além da Tela” conta com a presença das atrizes protagonistas Aline Nepomuceno (das séries “Ó Paí Ó” e “Família Imperial”), Aline Ventura (de “Dia de Cão”, de Ruy Guerra),  Evana Jeyssan (Atriz Revelação Prêmio Braskem e da série “Pequeno Gigante”) e Jane Santa Cruz (apresentadora da série “A Chave”, da TV Globo), além dos atores Heraldo de Deus (de “Tungstênio” e da novela “Segundo Sol”, da TV Globo), Jean Pedro (de “Carnaval”, produção da Netflix, e da série, “Som do Amor”).

O projeto "Medo Além da Tela" foi contemplado pelo Prêmio Conceição Senna de Audiovisual, da Fundação Gregório de Mattos, Prefeitura de Salvador, por meio da lei de emergência cultural Aldir Blanc, com recursos oriundos da Secretaria

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