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Exposição Reinaldo Eckenberger
Quinta-feira 24 Maio 2018, 13:00 - 19:00

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A partir do dia 3 de maio, o segundo pavimento do Palacete das Artes presta uma homenagem ao artista argentino radicado no Brasil, Reinaldo Eckenberger, falecido em agosto do ano passado, em Salvador. Na exposição estarão reunidas mais de 300 peças, que representam as diversas fases e linguagens da trajetória do artista, desde as mais tradicionais, como pintura, desenho e gravura, até experimentações mais inventivas como colagens de plásticos, santos de gesso, bonecos de pano, e também os trabalhos com bibelôs, a fase mais recente.

O diretor do Palacete das Artes, Murilo Ribeiro, destaca que esta é uma mostra não só de homenagens, mas também de despedida. “A obra de Eckenberger é daquelas que, atemporal, faz pouco caso do tempo, amoral, enquanto expõe o que não se mostra, é extremamente ética, ao demonstrar corajosamente que antiético é ser medíocre, acompanhar modismos... O Palacete das Artes (IPAC/SecultBA), diante da importância, da singularidade, da coerência, da ousadia e da visceral sutileza da obra sem pátria desse artista que, não baiano, é da Bahia, com saudade, homenageia o genial artista e amigo, despedindo-se de parte do seu acervo que segue para Coleção Treger/Saint Silvestre, no Museu Oliva Creative Factory, SJM, Porto, Portugal”.

Conforme explica a curadora Luciana Accioly, a proposta da mostra é celebrar a trajetória de Reinaldo Eckenberger, tributária das vanguardas dadaístas, surrealistas e expressionistas. Para ela, a obra de Eckenberger estabelece um vigoroso diálogo com a cena norte americana das décadas de 60 e 70, em especial com a pop arte. A utilização de técnicas e materiais artesanais (costura/tecidos) pode ser pensada como um alinhamento a arte feminista, que trouxe para a ordem do dia questionamentos sobre gênero, corpo, erotismo, infância e maternidade. “Fabulosa, grotesca, bruta, obscena, tragicômica ou até mesmo barroca. São muitos os caminhos possíveis para pensarmos a obra de Reinaldo Eckenbeger. Nenhum rótulo, entretanto, é capaz de conter a irrefletida e irrefreável imaginação do artista. Seres-objetos, objetos-seres, bonecos, brinquedos, máquinas e monstros emergem deste universo, tributário não de um “sur” realismo (alto e idealista), mas de um “sub” realismo, que afirma o baixo em suas diversas formas de expressividade, sobretudo, através da utilização de materiais não nobres”, acrescenta Accioly.

“Todos que orbitaram em torno do artista, e que conheceram de perto a sua elegância, inteligência e descrição se sentem não apenas cativados, mas eternamente gratos por tudo que esta obra sui generis tem a nos ensinar. A lição de um homem que ri, a despeito da bruteza, da miséria e do absurdo do mundo, das mais impensáveis contradições, esquisitices, desejos e desvios do humano, deve ser compreendida. Cremos que a potência desta obra ainda não foi suficientemente assimilada. O tempo há de vir, e Eckenberger, que trabalhou silenciosamente e incansavelmente até os seus últimos dias de vida, há de rir. Riamos com ele”, complementa a curadora.

Sobre o artista: Filho de alemães, Eckenberger nasceu em 6 de novembro de 1938, em Buenos Aires (Argentin). Estudou Arquitetura, optando depois pelas Artes Plásticas. Frequentou durante dois anos a Escola Superior de Belas Artes. Cursou Cenografia no Teatro Colon, Buenos Aires. Em 1965 chegou à Bahia, em especial interesse pelo barroco, fixando residência em Salvador. Recebeu o 1º premio de pintura, na 1ª Bienal Nacional de São Paulo. Realizou a sua primeira exposição individual, Luxo e Lixo, Lixo e Luxo (1966), em Salvador. Na década de 70, realiza duas exposições: Poparrocolagens (1970) e Ambiente Bonecafônico (1976). Na Europa, o artista expõe na Galeria Bimba Harmes, Madrid (1969); na Sala del Arte Moderno, Barcelona (1970); na Galeria Der Turm – Bonn, Alemanha (1970); no Taller de Picasso, Barcelona (1973) e no Atelier Jacob, em Paris (1975). Na última fase de sua trajetória, (1994-2017), interrompida com a morte do artista em agosto de 2017, Eckenberger dedica-se à criação de objetos híbridos, bibelôs, a partir da união da cerâmica. Das principais exposições individuais destacam-se em 2016 (Caixa Cultural Salvador) e 2017 (Caixa Cultural Rio de Janeiro). Obras e acervos do artista estão no Museu Oliva Creative Factory, SJM (Porto, Portugal).

A exposição é uma realização da Trevo Produções e tem apoio do Consulado Geral da Argentina na Bahia e da Casa Martín Fierro (Associação Cultural Argentino-Brasileira da Bahia). Pode ser conferida até o dia 10 de junho. O Palacete das Artes é um órgão vinculado ao Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC)/Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult-BA). Funciona de terça a sexta, das 13h às 19h, e sábados, domingos e feriados, das 14h às 18h.

Alguns depoimentos sobre a vida e obra do artista, colhidos quando da primeira exposição de Eckenberger no Palacete das Artes, em 2008.

“À estrutura estilística do conjunto das obras de Reinaldo Eckenberger acrescente-se uma permanente atmosfera ultra-real, uma constante e espirituosa irreverência ao automatismo e consumismo de nossa época. Às vezes surge explícita a denúncia social, a crítica ao comportamento humano, a negação aos falsos pudores, à hipocrisia moral. É quando surge a sátira social, sendo notável que em todo o seu processo criativo Eckenberger desenvolve uma excepcional carga de erotismo, sempre irônica e burguesa....” (Juarez Paraíso)

“Inteligentes, por vezes perturbadoras, estas cerâmicas de Eckenberger que ele diz fazer por brincadeira e pelo prazer da surpresa ao tirá-las do forno (a cerâmica sofre mudanças ao ser queimada, bastante surpreendentes) vêm confirmar a habilidade do artista em revelar o lado submerso e oculto das pessoas”. (Matilde Matos)

A obra de Reinaldo Eckenberger é uma festa permanente.... Só que é uma festa ostensivamente mais orgíaca do que a permitida pelas convenções moralistas em vigor na sociedade. Verdade seja escrita, as mães são abusivas, as criancinhas desprovidas da mínima noção de decência e todas as gerações entrelaçadas se deleitam em jogos proibidos... (Dimitri Ganzelevich)

“Figuras que saíram da tela para a tridimensionalidade. Quem olhar também sonha, gosta de imaginar. Aqui o olho quer lembrar o feio, o rústico, o ridículo. Ironia. Eckenberger cria um cenário com fantasmas e fantasias para descobrir o corpo e suas apresentações. Mais do que uma negação de uma ideologia de beleza, é uma forma de intervenção no real, sem se prender nas banalidades das representações”. (Almandrade)

Contato  71 3117 6987

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