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Exposição coletiva “Zonas Limítrofes”
Segunda-feira 12 Outubro 2020, 11:00 - 17:00

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naugurada dentro do “Festival Híbrido Vila Sul Multilinguagem” do Goethe-Institut Salvador-Bahia, a exposição coletiva “Zonas Limítrofes” recebe visitação até o dia 6 de novembro, de segunda a sexta-feira, das 11h às 17h. Ocupando as duas galerias do instituto, localizado no Corredor da Vitória, a mostra tem curadoria de Tiago Sant’Ana e reúne obras inéditas, criadas para a ocasião, dos artistas brasileiros Iris Helena, No Martins, Rafael BQueer e Ventura Profana, residentes do Programa de Residência Artística Vila Sul. A entrada é gratuita e a visita deve ser previamente agendada em www.sympla.com.br/goethebahia.

“Limite pode ser aquilo que determina um espaço ou um tempo. Uma maneira de tornar nítido o que pertence a um lugar ou não. É aquilo que, em tese, separa. Uma separação que ocasionalmente é invisível, mas que continua existindo, como num acordo tácito. Na latência cotidiana, temos algumas vivências que são descritas como ‘situações limite’ – aquelas que estão no limiar entre o viver e o morrer, instâncias de crise e de ruptura”, introduz o curador Tiago Sant’Ana. “A exposição ‘Zonas Limítrofes’ tenta entender a existência dos limites como uma relação de interdependência. Perceber como uma delimitação espacial, por exemplo, não existe sem aquilo que se avizinha. Sempre há uma existência de um ou vários outros que permite afirmar a diferença”, completa ele. A exposição, assim, propõe não o estabelecimento de barreiras, e sim uma superação delas, não somente nas questões conceituais trazidas pelos trabalhos artísticos, mas também pelas próprias linguagens das obras.

Em “Memorabilia”, entre ferro, vidros de porta-retratos e restos de fotografias, Iris Helena funde memórias individuais com vivências coletivas a partir de fotos pessoais de diferentes famílias que foram estragadas pelo tempo. Na medida em que a artista justapõe diferentes arquivos com distintos panos de fundos e pontos de partida, há uma criação de um material híbrido, um novo objeto, dotado de sombras que se complementam ou se eclipsam, unidas pela deterioração do clima tropical. O desvanecer das imagens fotográficas impressas, muitas vezes atacadas por umidade e fungos, se assemelha ao exercício da memória nos trópicos: ela é formada a partir de ruínas históricas, do apagamento de narrativas, mas que continuam existindo em vestígios. Nesse caso, a artista se torna uma arqueóloga, porém cria uma outra forma de fruir o material fotográfico, compondo um novo repertório visual. O vídeo “Às mãos negativas”, também exposto, documenta a ação criativa.

As proposições de No Martins trazem um outro tipo de indagação sobre os limites: a pintura – antes uma linguagem extremamente associada à elite branca e também considerada uma técnica que eterniza quem merece ser lembrado – agora funciona para questionar por que os corpos negros não foram propriamente representados na história da arte. No tece uma crítica ao apagamento das vivências negras, como em obra da série “Contrariando as estatísticas”, em que um jovem aparece de corpo inteiro, tendo atrás de si um medidor de alturas – típico de processo de fichamento policial. O artista também apresenta tela “Suas amarras não me prendem” e a instalação “Modus operandi da justiça penal”.

Rafael BQueer, por sua vez, exibe a instalação “Tropicaos 1”, que pensa o Brasil atual com referências tropicalistas. O tecido estampado com folhas, flores e penas remete aos estereótipos da tropicalidade do imaginário romântico de Macunaíma e é destruído, com vestígios de um corpo, para romper com as expectativas de docilidade, de uma imagem confortável. E numa pintura-performance sobre paisagem, “Tropicaos 2”, feito em colaboração com a fotógrafa Shai Andrade, um corpo de tecido amarelo neon, preso a uma grande estrutura, se desloca por paisagens da cidade de Salvador. Sua obra fala não sobre uma visibilidade normativa e facilmente apreendida, mas sim sobre o direito de se tornar um mistério e, exatamente por isso, escapar às fixações.

Por fim, Ventura Profana, indicada ao Prêmio PIPA 2020, traz em sua vivência como pastora o exercício religioso como uma prática de quebra com as sujeições das identidades a modelos normativos de vida. É precisamente através da pregação de um outro evangelho, esse sem senhor, que Profana propõe uma fuga quase que neo-neopentecostal. A artista carrega consigo os pilares de uma igreja que acredita que o futuro da nação é das travestis e que só elas abrem o mar – e busca discutir como a religião é uma das instituições que pavimentam a colonização brasileira e um sistema que tem a exclusão como um dos principais púlpitos. Na  obra “Sentinela avançada, guarda imoral”, realizada em colaboração com Rebeca Carapiá, as típicas fitinhas do Senhor do Bonfim se tornam um outro tipo de souvenir: aquele que atesta que o domínio dos senhores cairá por terra num lugar que sempre foi dominado pela branquitude e que ainda hoje sente as feridas coloniais. Em “Dona do ouro e da prata é Jesus, viver como trava é o prêmio da guerra”, um trabalho em fotografia com Shai Andrade, seu recado é dado com magnitude.

Todos os protocolos de segurança e saúde determinados pela Prefeitura de Salvador são rigorosamente seguidos. Os agendamentos são obrigatórios e feitos exclusivamente por meio digital, não sendo possível efetuá-los no local. Os visitantes devem estar utilizando máscaras de proteção facial e terão temperatura aferida na entrada.

Exposição coletiva “Zonas Limítrofes”

Curadoria: Tiago Sant’Ana 

Artistas: Iris Helena, No Martins, Rafael BQueer e Ventura Profana 

Quando: 7 de outubro a 6 de novembro, segunda a sexta-feira, das 11h às 17h

Onde: Goethe-Institut Salvador-Bahia (Av. Sete de Setembro, 1809, Corredor da Vitória)

Quanto: Gratuito, com agendamento prévio em www.sympla.com.br/goethebahia

Classificação indicativa: 14 anos

Contato  Transmissão ao vivo: www.youtube.com/goethebahia

Valor Gratuito, com agendamento prévio em www.sympla.com.br/goethebahia

Quando: 7 de outubro a 6 de novembro, segunda a sexta-feira, das 11h às 17h. Artistas: Iris Helena, No Martins, Rafael BQueer e Ventura Profana

Localização  Goethe-Institut Salvador - Vitória
Av. Sete de Setembro, 1809, Corredor da Vitória
Brasil/Bahia/Salvador
40.080-002

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