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Lançamento da segunda edição do livro Música e ancestralidade na Quixabeira de Sandro Santana
Sexta-feira 17 Maio 2019, 19:00 - 22:00

Acessos : 1342

“A questão é precisamente saber se o passado deixou de existir, ou se ele simplesmente deixou de ser útil. Você define arbitrariamente o presente como o que é, quando o presente é simplesmente o que se faz."   (Henri Bergson)


Partir da memória coletiva, da doação de gerações pregressas e do presente, para estabelecer uma comunicação com o ancestral como inspiração para propor interferências no presente. Esta é uma das motivações que levaram ao lançamento da segunda edição do livro “Música e ancestralidade na Quixabeira”, de Sandro Santana. Esta versão ampliada e revisada do livro inclui o capítulo “Tradição, memória e esquecimento”, no qual o pesquisador empreende uma análise dialógica a respeito dos conceitos de memória e esquecimento, a partir das ideias de Paul Zumthor, numa encruzilhada multidisciplinar com pensadores como Henri Bergson, Alfredo Bosi, Maurice Halbwachs e Stuart Hall. O evento ainda conta com a apresentação do pocket show do grupo de cultura popular Quixabeira da Comunidade de Lagoa da Camisa. O lançamento em Salvador acontece no dia 23 de maio, às 19 horas, na Tropos, Rio Vermelho.

O livro é um desdobramento do projeto homônimo contemplado pela Bolsa Funarte de Produção Crítica Sobre as Interfaces dos Conteúdos Artísticos e Culturas Populares (2009), concedida para o autor empreender uma pesquisa e a produção do texto. O estudo tem como objetivo fazer uma reflexão acerca do papel da música e da ancestralidade enquanto instrumentos catalisadores das relações sociais e base estrutural dos processos identitários nas comunidades situadas na área de transição entre o recôncavo e o sertão, que tem início no agreste baiano e se expande até a região sisaleira. “Quando apresentei este projeto de pesquisa à Funarte o meu desejo era compreender as origens dessa musicalidade vibrante, cheia de vida e de cores, simples e poética, que emociona e nos conta parte da nossa história”, explica o autor.

Essas comunidades têm em comum, além da agricultura de subsistência, com o predomínio do cultivo do feijão, milho e mandioca, seus cantos de trabalho e celebrações profano-religiosas. Numa região onde historicamente  as oportunidades dentro da educação básica são para poucos, a leitura e a alfabetização luxos ao qual o lavrador isolado em pequenas comunidades não pode se dar, os sambas de roda e martelo, os bois de roça e roubado, as batas de milho e feijão, as chulas, farinhadas e reisados têm um papel estratégico na sociabilidade e transmissão da sua cultura centenária.

Segundo Santana, a ideia desse estudo nasceu da experiência como produtor do Grupo Quixabeira de Lagoa da Camisa, desde 2001. As práticas simbólicas e o acompanhamento de manifestações culturais na Comunidade despertaram o desejo de aprofundar algumas reflexões que se embasam na convivência e na reciprocidade estabelecida com os seus membros através da relação com o Grupo, que já rendeu a gravação de dois CD, um curta-metragem, shows na Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Minas Gerais e a produção de um documentário “Cantos de trabalho: bois, batas e cantigas”, premiado no Edital Bahia na Rede (FSA/ IRDEB), no qual Santana acumula as funções de diretor, roteirista e diretor musical.

Memória e esquecimento – Na cultura popular, objeto desta pesquisa, memória e esquecimento estão imbricados e são responsáveis pela construção de uma narrativa que engendra o indivíduo na memória social da coletividade e garante a coesão de um grupo social, adverte o autor. Assim, estes dois elementos são indissociáveis. Se a memória aciona a tradição; o esquecimento rejeita e seleciona os elementos que garantem ou não a funcionalidade de uma tradição no presente daquele grupo. A memória de um indivíduo não pode prescindir da sua aplicabilidade nos “quadros sociais da memória” para sobreviver, ou seja, que faça parte de uma base comum que define o que deve se lembrar e o que se deve esquecer. Caso contrário, ela perde a sua funcionalidade, pois se esta primeira lembrança foi suprimida, se não nos é mais possível reencontrá-la é porque há muito tempo não fazemos parte do grupo na memória do qual ela se mantinha.

Para que a nossa memória se aproveite da memória dos outros membros de uma comunidade, não basta que estes nos apresentem seus testemunhos: também é preciso que ela não tenha deixado de concordar com as memórias coletiva e que existam muitos pontos de contato entre uma e outras para que a lembrança que nos fazem recordar venha a ser construída sobre uma base comum. Não basta reconstituir pedaço a pedaço a imagem de um acontecimento passado para obter uma lembrança. É preciso que essa reconstrução funcione a partir de dados ou de noções comuns que estejam em nosso espírito e também no dos outros, porque elas estão sempre passando destes para aquele e vice-versa, o que será possível somente se tiverem feito parte e continuarem fazendo parte de uma mesma sociedade, de um mesmo grupo.


Este projeto é realizado com recursos do Fundo de Cultura do estado da Bahia.


Sobre o autor:

Sandro Santana é doutor em Cultura e Sociedade pela Universidade Federal da Bahia (2019), mestre pela mesma instituição (2007) e graduado em comunicação social pela Facom/ UFBA. Escreveu os livros "Música e ancestralidade na Quixabeira" (EDUFBA, 2012), que chega a sua segunda edição em 2019, e  “Festival de Música Educadora FM - 10 anos" (IRDEB, 2015). Diretor, roteirista e diretor musical do documentário "cantos de trabalho: Bois, batas e cantigas" (em produção). Já produziu três CD's e centenas de shows em diversos estados do país. Tem experiência na área de comunicação e produção cultural, com ênfase em redação de textos e artigos, assessoria de comunicação e produção musical, roteiro e direção, atuando principalmente nos seguintes temas: políticas culturais; economia da cultura; cinema brasileiro; cultura popular; cinema e história, análise fílmica; cinema e estado; música e ancestralidade.

 

Valor Acesso Grátis

Quando: Dia 23, Quinta Feira, 19 h. Pockeet Show: Quixabeira de Lagoa da Camisa (21 h). Esta versão ampliada e revisada do livro inclui o capítulo “Tradição, memória e esquecimento”

Localização  Tropos Gastrobar - Rio Vermelho
Rua Ilhéus, 214, Parque Cruz Aguiar, Rio Vermelho
Brasil/Bahia/Salvador
41940-570

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