Lula. O que fazer? Por Walter Takemoto |
Dom, 29 de Setembro de 2019 15:24 |
A quadrilha da lava jato pediu a justiça que seja concedido ao Lula o regime de prisão semi-aberto, que quando não é possível pode ser transformado em prisão domiciliar com o uso de tornozeleira. Nesse momento em que os crimes da quadrilha são expostos, escancara-se a prisão política do Lula, o isolamento político dos golpistas, e Bolsonaro despenca nas pesquisas de opinião e é rejeitado internacionalmente, essa manobra da quadrilha é mais uma tentativa de salvar o que resta da lava jato. Entre os militantes que lutam pela liberdade do Lula, trava-se um grande debate sobre se Lula deve ou não aceitar o regime semi-aberto ou prisão domiciliar. Lula, anteriormente, já tinha se manifestado contrário a qualquer medida que não fosse o cancelamento do processo e o reconhecimento de que é um preso político. Seus advogados declararam que vão conversar com ele, e que qualquer medida, como a prisão domiciliar a que tem direito, não significa interromper as ações que tramitam pedindo o cancelamento dos processos, diante dos graves abusos e crimes cometidos por Moro e sua quadrilha. É o que me parece ser o correto: Lula é quem tem que decidir sobre sua vida. Logo após a ditadura, um companheiro retornou do exílio e relatou que durante sua prisão, foi torturado e condenado a prisão perpétua. E dizia que durante toda a militância clandestina se preparou para resistir a tortura, que sabia ser inevitável se fosse preso. Resistiu as bárbaras e hediondas sessões de tortura. E depois se viu surpreendido ao perceber que não estava preparado para a realidade de estar preso, sem perspectiva de ser libertado, isolado do mundo, sem notícias de seus companheiros e impedido de lutar por tudo o que tinha significado ao longo de sua vida. Relato isso para dizer que o que pensamos a respeito da prisão do Lula nada representa, pois quem está confinado em uma cela é o Lula, e é a ele que cabe decidir, e a nós respeitar e saudar a sua decisão. Nosso compromisso é continuar a lutar contra o golpe, contra os golpistas e a lava jato, pelo fim desse desgoverno. E, por fim, essa letra é exemplar: "Pai, afasta de mim esse cálice Como beber dessa bebida amarga (refrão) Como é difícil acordar calado (refrão) De muito gorda a porca já não anda (refrão) Talvez o mundo não seja pequeno |
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