Domingueiras CXLV. Por Sérgio Guerra |
Ter, 01 de Outubro de 2019 00:39 |
O Brasil tem a primazia de abrir as reuniões gerais da ONU desde a primeira vez em que tal evento aconteceu lá na década de 40, pelo fato de ter sido uma das nações propositoras desde organismo mundial. Assim, não causa surpresa que vez por outra seja o nosso presidente ocupe o lugar de fala que normalmente é ocupada pelo nosso representante junto a este organismo. Especialmente quando há um novo presidente que desta maneira se apresenta ao mundo, ao tempo em que tem a oportunidade de dizer o que pretende com relação ao Brasil e muito particularmente com relação ao mundo, onde ocupamos de vez em quando um lugar importante pelo nosso tamanho e posição de conciliação e promoção da paz entre as nações.Deste modo, o discurso do presidente Bolsonaro foi simplesmente aterrorizador pelo tom e principalmente pelos conceitos ultrapassados que levou ao plenário da ONU. Quanto ao tom rompeu com o sentido conciliador que tem marcado as falas iniciais do Brasil, sempre propositor do entendimento entre os povos e nações, em busca da conciliação e eliminação dos pontos de tensão, para vociferar contra uma imaginária quebra de nossa soberania quanto a Amazônia, quando o que tem se colocado é que todos têm o dever de zelar por este patrimônio da humanidade, especialmente neste momento em que as questões ambientais estão em pauta pelos problemas que ameaçam toda a Terra. Deste modo, as ondas de calor no hemisfério norte, especialmente ao provocar queimadas e conseqüentemente provocam inúmeras mortes, ao tempo em que o derretimento das calotas polares atngirão milhões de vida pelo avanço dos oceanos sobre as terras, principalmente entre as populações mais pobres e assim menos preparadas para superar estes problemas. Por outro lado, o discurso “patrioteiro” de defesa dos nossos interesses, tão do agrado dos militares conservadores, que promoveram as ditaduras militares, na América Latina, que o presidente tanto admira, substituíram a prestação de contas sobre o que o governo brasileiro está efetivamente fazendo para combater as queimadas que continuam batendo recordes sucessivamente. Enfim, o presidente em busca de polarizações que escondam seus reais objetivos, usando um discurso já superado pelo fim da “guerra fria”, lá na década de 80, investiu contra os “governos socialistas”, contra Cuba que só nos delírios norte-americanos, ainda tem alguma ressonância, ao tempo em que ao invés de afazer um mea culpa de suas falas estimuladoras das invasões das terras indígenas e das áreas de preservação ambiental, tão custosamente desmarcadas, dedicou-se a acusar os índios de auto-incêndios e, como sempre gosta de fazer, as ONGs de produzir queimadas para conseguir financiamentos que lhe dão uma “boquinha” da qual vivem. Assim, nos causou profundo sentimento de vergonha uma fala tão desqualificada de um representante de nosso grande país com tantas responsabilidades internacionais. 30092019. Sérgio Guerra Licenciado, Mestre e Doutor em História Professor Adjunto da UNEB,.DCH1 Salvador. Conselheiro Estadual de Educação - BA. Colunista Político Semanal do Portal Mais Bahia. Presidente do Instituto Ze Olivio IZO Cronista do site "Memorias do Bar Quintal do Raso da Catarina".
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Última atualização em Seg, 07 de Outubro de 2019 05:44 |
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