“... Deus me fez um cara fraco, desdentado e feio Pele e osso simplesmente, quase sem recheio Mas se alguém me desafia e bota a mãe no meio Dou pernada a três por quatro e nem me despenteio Que eu já tô de saco cheio...”. (Chico Buarque de Holanda).
O genial Chico Buarque explicita muito bem, como quase sempre o faz, nesta expressiva e linda composição uma afirmação popular de respeito as mães, que aparenta ser a maior, mais completa e objetiva declaração de amor a esta figura ímpar de toda a nossa sociedade, respeitada até pelos maiores criminosos e apenados de todo o Brasil. Menos pelo presidente da república que se dá ao desfrute de “botar a mãe no meio”, em seus confusos e irresponsáveis discursos cujo único sentido parece ser animar seus seguidores, “sem máscaras e aglomerados” em torno de si próprio.
Essa “apelação” presidencial não representa nada mais do que uma fuga a respostas necessárias que está a dever pelo cada vez assustador, para todos nós que temos um mínimo de preocupação com a saúde e, principal e fundamentalmente, a vida das quais já se alcançou mais de 260.000 e caminha celeremente para ultrapassar, e deve seguir adiante, as 300.000 mortes. Sem contar os contaminados que já ultrapassaram os 11.000.000, em franco crescimento, o que nos deve levar a uma rápida perseguição dos EUA, ainda hoje o “campeão mundial” dessas 2 modalidades da COVID 19.
Enquanto isto, o governo federal é cada vez mais desqualificado pelas esferas estaduais e municipais, além dos poderes judiciários e legislativos que passaram a tomar iniciativas para tentar resolver este problema da pandemia, posto que o executivo nacional, demonstra sua cada vez maior inapetência, descompromisso e incompetência, para tal. As declarações do presidente, agora tentando jogar a culpa de sua irresponsabilidade para os outros governos, que tentam agir de alguma maneira, ainda que tenham de superar as dificuldades que a omissão federal acentua.
Isto tudo sem contar com as declarações e posições, confusas, contraditórias e, também, incompetentes e irresponsáveis, do “general logístico da saúde”, feitas e desmentidas, quase que diariamente. E o que explica toda esta confusão? Cada vez mais, se consolida a visão de que todo este negaceio e vai e volta do presidente, secundado por seus aprochegados, tem o objetivo principal de “servir de cortina de fumaça” para “deixar passar a boiada” das tramoias dos seus auxiliares, a começar pelos filhos das “rachadinhas” e agora também da “mansão de 6 milhões”, cujo pagamento se torna a cada dia mais complicado e ininteligível para todos.
07/03/2021.
Sérgio Guerra
Licenciado, Mestre e Doutor em História Professor Adjunto da UNEB,.DCH1 Salvador. Cronista do site "Memorias do Bar Quintal do Raso da Catarina". |