Domingueiras CCCXI A Um ano de Pandemia. Por Sérgio Guerra |
Ter, 23 de Março de 2021 02:38 |
Surpreendido pelo aniversário da pandemia, e, esperando, que seja o único, me peguei tentando fazer um rápido cotejo do que perdemos de comemorar neste ano passado. Felizmente, ou por azar nosso, ainda festejamos o Carnaval de 2020, pois o início das medidas restritivas, só começaram após os momentos momescos, sem que soubéssemos ainda o que nos viria pela frente. Assim, as “micaretas”, tão comuns no interior de nosso estado, foram se arrastando, ainda sem grandes preocupações e foram realizadas, em grande parte.Entretanto, logo depois, com a proximidade dos “festejos juninos”, de Santo Antônio, São João e São Pedro, além do nosso “2 de julho”, foram sumários e totalmente suprimidos. E a partir de então, os tradicionais “carurús” que começam em setembro e, normalmente, vão até dezembro, pulando apenas novembro, por ser o mês dedicado aos mortos, e, portanto, devendo ser preservado, evitando-se as festas e comemorações. E assim, avançamos em direção as festas de “fim de ano”, com a esperança de que tudo se resolveria em breve. Neste período, já deveria se iniciado o “rosário de festas de largo”, assim conhecidas, apesar de serem comemorações, normalmente, religiosas, e, via de regra, precedidas de tríduos, novenas, trezenas e até “mês” ou mesmo “quarentena”, como é o caso de “São Nicodemos”, “Santa Luzia”, “Santa Bárbara” ou “Iansã”, “Lapinha”, que é a “Epifania” da Igreja Católica, quando se deu a “Apresentação do Menino Jesus aos Reis Magos”, a “Festa do Nosso Senhor do Bonfim”, que muitos confundem com a “Lavagem da Igreja”, que se dá conforme a tradição afro-brasileira e que hoje é mais forte, citada e celebrada do que a festa original, o domingo. Depois vem o “Carnaval”, a “Quarentena para a Semana Santa”, e por aí segue. Assim, após passarmos, o que seria o nosso novo “Carnaval”, quase sem sentir, enquanto se aproxima uma nova “Semana Santa”, em que, provavelmente, até mesmo o “aumento do consumo e preço do peixe”, assim como o “bacalhau de quarta-feira santa” para iniciar o “jejum da carne”, deverão ser vividos e ultrapassados com muita tranquilidade, quase desapercebidos, começamos a pensar até quando viveremos esta grande crise sanitária, que é a “pandemia” e como ela deverá terminar, pois o seu horizonte se apresenta como cada vez mais distante. Desse jeito é cada vez mais assustador só pensar no tempo que a teremos pela frente, pois enquanto o mundo começa a viver o que já se chama de “Terceira Onda”, vivemos, no Brasil, um “Pico da Segunda Onda”, que um ex-quase ministro chamou de “apenas um repique”, irresponsavelmente, para tentar, como sempre o fez, ou ainda faz, “esconder a realidade dos fatos”, e não temos sequer um ministro da Saúde, pois, enquanto o “general logístico da saúde” não sai do cargo, apesar de anunciado como “demitido”, “dois ex-quase futuros ministros”, sequer conseguiram ser nomeada(o)s e, muito menos, assumir. Desse modo, se não conseguimos sequer ter um “ministro da saúde”, quanto mais um “planejamento geral” e uma “política nacional coordenada” de enfrentamento da “COVID 19”, que entre nós continua a quebrar recordes quase diários, de contaminações e mortes, ao ponto de nos tornarmos um “pária” internacional, por sermos um “perigo para toda a humanidade”. Assim, só nos resta fazer a clássica pergunta: “Até quando abusarás da nossa paciência? 22/03/2021. Sérgio Guerra Licenciado, Mestre e Doutor em História Professor Adjunto da UNEB,.DCH1 Salvador. Cronista do site "Memorias do Bar Quintal do Raso da Catarina".
|
Última atualização em Ter, 23 de Março de 2021 02:46 |
Agenda |
Aldeia Nagô |
Capa |