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Panfleto ocasional anti-bolsonarista. Por Luis Antonio Cajazeira
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Sáb, 17 de Abril de 2021 08:06

Luis_Antonio_CajazeiraHoje cedo eu reproduzi no Facebook e no Whatsapp um gracejo do ator Bemvindo Sequeira, quando comentou que, diante do fechamento dos aeroportos franceses a voos provenientes do Brasil, Ciro Gomes não teria como se esconder em Paris para não ter de declarar voto em Lula ou Bolsonaro no segundo turno de 2022.

Eu aproveitei e estendi a gozação sugerindo que a rainha Elizabeth II, sua amiga íntima, poderia abrigá-lo em Londres... Muita gente se divertiu com a zombaria, inclusive dois amigos que creditaram a vitória de Bolsonaro em 2018 à fuga de Ciro Gomes a Paris após o primeiro turno. Discordo dessa avaliação. Primeiramente, porque aquela piada tem mais a ver com a vaidade de Ciro Gomes e sua obsessão megalômana pela presidência. Em segundo lugar, porque acreditar que sua omissão tenha sido fundamental para o resultado eleitoral daria a ele uma importância que não possui, uma primazia que ele não teve no processo, tanto que saiu derrotado no primeiro turno. Vejo-me, assim, motivado a dar minha opinião sobre as bases da vitória eleitoral de Bolsonaro naquela fatídica eleição.


Eu creio que várias e várias razões nos levaram a mergulhar no abismo bolsonarista, sendo a fuga de Ciro a Paris apenas uma delas, porém não a mais decisiva. Contribuíram bem mais para todo esse desatino da vontade popular, objetivamente, as circunstâncias econômicas, cujas causas são profundas e complexas, assim como, não tão claramente, as maquinações e tramas perpetradas por alguns setores poderosos e influentes da sociedade por meio da mídia jornalística e televisiva, das redes sociais e de outros veículos e modos de comunicação de certas (e incertas) organizações civis, militares e religiosas, alimentando a descrença na política, uma crítica rasteira às instituições democráticas, o antipetismo odiento (sob a falsa premissa de que estaria no PT a raiz da corrupção brasileira), o anticomunismo imaginário, um puritanismo que invade o trato da moral e dos costumes, um ânimo justiceiro e miliciano no enfrentamento da criminalidade, a fé cega no combate à corrupção via lavagem a jato e a esperança da chegada de um salvador da pátria, da família, da ordem e do progresso.


A maior razão do sucesso de Bolsonaro, porém, a meu ver, deve ter sido o próprio Bolsonaro, com a mesquinhez de sua trajetória, de suas ações, de suas ideias e de tudo o que isso representa. Bolsonaro parece ter conquistado o status de mito para uma parcela significativa do povo brasileiro que guarda na alma uma forte atração por várias bugigangas de seu balaio ideológico, como o machismo, o racismo, a homofobia, a eugenia, a aporofobia. O homem é superior à mulher e deve tutelá-la. O branco é superior aos negros (africano, indígena, árabe, judeu, indiano ou até latino), que devem servi-lo. A homossexualidade é uma degeneração a ser reprimida e até punida. Os deficientes físicos e mentais, bem como os idosos, são um estorvo para a sociedade. A pobreza resulta da vagabundagem, da preguiça e da falta de vontade e de caráter. Além disso, ou por trás disso, há no cerne do bolsonarismo toda uma gama de ressentimentos perante a inteligência, a ciência e a consciência, descambando no horror ao contraditório, no negacionismo, no autoritarismo, no militarismo, no fascismo.


E eu paro por aqui, sem esgotar o tema, porque não se trata de uma tese, e sim de impressões vagas, ao jeito de um desabafo, calcado no momento. Daqui em diante, tudo são expectativas. Tomara que a desventura de ficarmos submetidos à porra-louquice genocida do bolsonarismo esteja com os dias contados. Eu torço muito, muito mesmo, para que esta triste sequência de absurdos, dores e perdas termine em dezembro de 2022. Ainda assim, venha a bonança que vier depois desta infame tormenta, eu temo que nós ainda estejamos sujeitos aos sobressaltos obscurantistas e aos golpes opressores que desde sempre nos apresenta a previsível história desta alienada, arrivista, patrimonialista, elitista e desigual sociedade brasileira, enquanto a educação e a justiça social, bases da cidadania, não forem o lema de nossa bandeira.

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