Antes que os poucos e fiéis seguidores destas crônicas, reclamem pelo meu insistente descaso, quero registrar que as mobilizações pelo “FORA BOLSONERO” e a “DENÚNCIA DOS 500.000 MORTOS” pela COVID 19 são cada vez maiores, provando que o
“isolamento social” que o presidente nega em suas “MOTOCIATAS e COMÍCIOS” com as aglomerações (in) consequentes, impedem cada vez menos que começem a ser retomados as várias manifestações, pela oposição, de um modo geral, e das esquerdas, muito especialmente e em particular.
Para complicar ainda mais a tumultuada vida do governo Bolsonero, e levá-lo ao desespero traduzido nas agressões a imprensa e, muito especialmente, as jornalistas mulheres, (prova de sua exacerbada misoginia, que inclusive resultou em multa, recentemente), 2 fatos demonstram a sua queda: o 1º foi a mais próxima pesquisa eleitoral que já dá a vitória de Lula, já no 1º turno, além da aceleração de sua queda e do prestígio de seu governo; e, em 2º lugar, a denúncia dos irmãos Miranda sobre o superfaturamento da Covaxin, que seria comprada na Índia, mesmo sem a liberação da ANVISA.
Vejamos esse estranho e complicador caso. O servidor público federal Luís Ricardo Miranda, concursado e ocupando cargo de controle no setor de compras do Ministério da Saúde, não concordou com uma proposta de uma vacina da Índia, por estranhar problemas de preço e do fato de que o pagamento deveria ser feito para uma empresa, com sede num paraíso fiscal, Singapura, que não constava no contrato. Por esta razão passou a ser “cobrado”, sistematicamente, por seus superiores, inclusive aos sábados e em horários fora seu trabalho, como sexta-feira as 22 horas.
Por essa razão, pressionado, resolveu conversar com seu irmão Luís Miranda, deputado federal pelo DEM e base aliada do governo Bolsonero, que, de pronto, marcou audiência com o presidente, aceitando até mesmo que fosse num sábado, quando apresentou todas as suspeitas e ouviu da autoridade maior que “isso é coisa de Ricardo Barros”, o líder do governo na Câmara e que iria encaminhar o problema para a Polícia Federal, visto que o ministro Pazuello estava se afastando do governo.
Como nada aconteceu, o servidor e o deputado foram convidados pela CPI da Pandemia. Onde mantiveram todas as denúncias.
Daí que cabe agora a CPI proceder as investigações que certamente levará até a um “convite” ao presidente. E aí, ninguém sabe mais o que acontecerá. Mas com certeza será muita coisa virá aí pela frente.
“COLETIVA SEM PERGUNTAS”
Esta novidade foi inaugurada pelo governo Bolsonero, posto que para não responder a perguntas comprometedoras as autoridades passaram a fazer “pronunciamentos” sem que a imprensa tenha o direito de fazer perguntas e/ou pedir esclarecimentos.
27/09/2021.
Sérgio Guerra.
Licenciado, Mestre e Doutor em História Professor Adjunto da UNEB,.DCH1 Salvador. Cronista do site "Memorias do Bar Quintal do Raso da Catarina" |