Domingueiras CCCLXIII. Por Sérgio Guerra |
Seg, 03 de Janeiro de 2022 20:24 |
Apesar de profissional da História, não sou muito chegado as datas redondas, como as do fim do ano, por exemplo, talvez por ver o tempo histórico como processo e não como datas com início, meio e fim. Mesmo assim, não resisti a ideia de fazer um registro neste final de ano, talvez por o considerar muito especial, afinal não é sempre que temos uma “pandemia” assolando o mundo e apesar de uma frágil democracia, sempre sujeita a intercorrências, não é sempre que vivemos a eminência de um autogolpe, como o até ameaçado e anunciado pelo presidente Bolsonero. Assim, este ano que começou com um provável controle da pandemia, graças a descoberta de vacina, num processo tão rápido como nunca se vira antes, termina ameaçado por novas ondas, a 4ª, e aparecimento de novas cepas, também a 4ª, a Ômicron, que continua avançando no alfabeto grego e ainda não se sabe onde irá parar. Principalmente, se considerarmos que os negacionistas continuam ainda muito ativos, infelizmente, e por esta razão a contaminação se multiplica até na Europa e nos EUA, países que pela condição econômica, deveriam já estar completamente imunizados, ou quase. Enquanto isto, o governo Bolsonero, não toma vergonha e continua produzindo mentiras, o anglicismo “fake news”, cada vez mais desavergonhadas sobre o uso das vacinas, seguido pelo cada vez mais submisso ministro da saúde, inventando pretextos para protelar a adoção de seu uso, agora para as crianças, a partir dos 2 anos, prática cada vez mais consensual em todo o mundo desenvolvido e livre. A desculpa dessa vez agora é uma “consulta popular” da qual não se sabe qual o real objetivo, nesse governo pouco dado a escutas democráticas, muito pelo contrário. Para completar este quadro cada vez mais assustador, um novo surto de gripe nos assalta, agora a nova H2N3, da qual não sabemos a extensão nem a gravidade. Por fim, para nossa felicidade, prossegue acentuadamente a rápida desmoralização do governo e o desmonte da base pessoal e política do mitômano, levando a direita nacional a correr desesperada atrás de um novo “salvador da pátria” ou de uma “3ª via”, que ainda não se encontra visível em nosso horizonte. Deste modo, parece que o “nosso Brasil, ainda, parece ter jeito”. 02/01/2022. Sérgio Guerra. |
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