Michel Temer investiu na construção de imagem de homem habilidoso, constitucionalista, que pratica a boa política. Tais características lhe rendeu, por anos, o comando do PMDB, um partido difícil de definir e que habita sub-repticiamente a antessala do poder central desde o fim da ditadura civil-militar.

Ao circular pelo interior da Bahia, mais precisamente por Buerarema e Prado, com os espetáculos Os javalis e Os males do casamento, do meu grupo Teatro NU, mais uma vez me vieram pensamentos sobre políticas públicas para a cultura que pudessem transformar uma cidade e suas redondezas.

O ano de 2016 não pode ser analisado descolado das relações socioespaciais no Brasil com a população negra, devido seu voto democrático ser usurpado numa “legalidade” jurídica-parlamentar, conspirada por racistas e sexistas ocupantes do Congresso Nacional – teoricamente a ‘Casa do Povo’.

Durante décadas, séculos poder-se-ia dizer, este país (e o seu povo) foi espoliado por oligarcas. Agora, ao que parece, chegou a hora deles pagarem a fatura – e também, ao que parece, esta deverá ser paga com juros e correção monetária.

"Ó praí meu olho como já fica". Carla Akotirene, 36, não é mulher de passar despercebida. Só de estar ali sentadinha esperando, depois de comer uma fatia de bolo e tomar uma Coca-Cola, já se mostra deslumbrante.

Ao longo do tempo, em quase 500 anos de Brasil, a população negra desenvolveu uma espécie de antídoto contra as tragédias do cotidiano. Foi assim ao longo dos 3 séculos e meio de escravismo e tem sido dessa forma nos 128 anos do pós-Abolição, que se completaram no 13 de Maio último.

Como um rio que nasce bem pequenininho e não para de correr, normalmente de uma área alta para seguir seu curso ao encontro de lagos, outros rios ou mares, um golpe foi perpetrado no Brasil de forma ardilosa.

Acordei decidida a só lembrar do golpe depois do meio dia. Abri a porta para o cara que tá reformando minha casa, o Zé. Era cedo, o café ainda cheirava.

Doa a quem doer, MEU CORPO, branco, pardo, moreno, negro. Sangro igual a esses homens sedentos... Não são homens, nem bichos, São demônios malditos, incumbidos, a matar as almas de nós, anjos caídos.

Seria pretensão de minha parte ter a resposta inteira para a pergunta-título e sempre procurei desenvolver as ideias e projetos com os quais me envolvi ao longo da vida operando em parcerias. Sou avesso a voos solos e deve ter sido por isso que acabei não tirando o meu brevê de piloto privado na minha juventude.