Cinema Negro: Documentaristas pesquisam sons dos quilombos |
Ter, 12 de Setembro de 2017 06:49 | |||
Com o intuito de colaborar para a preservação da memória sonora de comunidades quilombolas, quatros jovens documentaristas baianos estão produzindo filme sobre os sons dos quilombos. Realizado pelo Coletivo Cacos, o documentário “AIUÊ: Escutando o som dos quilombos” já está sendo rodado desde agosto. A equipe é formada por cineastas negros baianos: Donminique Azevedo (documentarista, jornalista e educadora), Danilo Umbelino (cineasta e diretor de fotografia), Leo Rocha (musicista e cineasta), e Uiran Paranhos (cineasta e técnico de som direto). “Trata-se de uma experiência imersiva para revelar as mais diversas expressões sonoras e musicais presentes em comunidades remanescentes de quilombos. Nasce justamente do desejo de saber mais sobre minhas origens, uma vez que minha descendência paterna é quilombola. Como militante na luta antirracista, acredito que o documentário é uma oportunidade a mais para fazermos disputa de narrativas”, explica Donminique Azevedo, idealizadora da iniciativa.Para o coautor do Projeto Leo Rocha, o diferencial da proposta é poder apresentar os sons cotidianos como um vetor de tradições culturais. “Estamos ouvindo do som ambiente àquilo que cada quilombola tem a dizer, amplificando a pluralidade de vozes. Assim, escutando o maior patrimônio de um povo: o próprio povo e suas histórias”, revela Rocha. O PROJETO Em Kimbundo (língua da família banta), “AUIÊ” é também uma expressão de espanto, alegria, festa. Assim, o Projeto visa apresentar, por meio de uma - abordagem etnográfica, linguística e musicológica - expressões sonoras quilombolas. Neste sentindo, busca estabelecer diálogos culturais com comunidades remanescentes, a fim de apresentar - por meio da linguagem audiovisual - os sons e sonoridades presentes nesses espaços. A primeira fase do Projeto - que resultará em um filme gravado com quilombos de Salvador e Região Metropolitana - estreará em novembro deste ano, com o apoio da Fundação Gregório de Matos, por meio do edital Arte Todo dia - Edição 2017. Futuramente, o Projeto abrangerá comunidades quilombolas de outras regiões do País.
|
Agenda |
Aldeia Nagô |
Capa |