Pátio Corrupio marca o início das comemorações dos 40 anos da editora |
Qui, 11 de Julho de 2019 01:32 |
No próximo dia 27 de julho, a Editora Corrupio inicia as comemorações dos seus 40 anos com o lançamento do Pátio Corrupio, um projeto mensal que vai reunir num só espaço exposições assinadas por artistas visuais de diferentes linguagens, venda e leilão de livros, fotografias e objetos. “A ideia é de ocupação. De tomar conta do lugar, além de dar voz a pessoas que estão atuando na cultura ou que representam um saber popular”, resume a sócia Rina Angulo. “Os pátios são ambientes mais arejados e despojados de uma casa, onde as pessoas são mais livres. Daí ser o espaço aberto da sede da editora, na Rua Airosa Galvão, na Barra, o local escolhido”, explica. A agenda do Pátio Corrupio será aberta também à música, a performances, lançamentos e, claro, a conversas – no momento a que a Corrupio chama “Pensando alto”. Para estimular a descontração, promover interações e o livre pensar, haverá uma área reservada à venda de drinques e petiscos. Ou seja, será um ambiente aberto à arte e à cultura, mas também um espaço para encontros, bate-papos e network. Nessa primeira edição do Pátio Corrupio, a editora convidou um de seus autores recentes, que publicou com ela o livro “O universo de J. Cunha”. Com mais de 50 anos de carreira e reconhecido internacionalmente, o artista assina a primeira instalação do espaço que vai mostrar peças como telas, esculturas, sacolas de aninhagem, gamelas pintadas e objetos com interferência, em perspectivas artísticas que são a marca de Cunha. Quando a Corrupio foi fundada em 1979, na Barra, havia um pátio na casa onde funcionou a primeira sede da editora e, informalmente, virou o ponto de encontros, rodas de conversas, saraus e eventos artísticos e intelectuais. Para o Pátio Corrupio dos 40 anos, a fórmula se mantém com a fluidez e diversidade de saberes e os interesses que sempre marcaram a política editorial da Corrupio. “Nós sempre circulamos nesse ambiente do saber acadêmico, livresco, mas também no universo do saber popular, porque nos interessa a troca e o encontro dos diversos mundos”, explica a também sócia Arlete Soares. História da Corrupio As portas da Editora Corrupio foram abertas há 40 anos, inicialmente para lançar no Brasil os livros do etnologista, antropólogo, viajante e fotógrafo francês Pierre Verger (1902-1996). O ano era 1979, quando Arlete Soares se deu conta de que havia poucas obras sobre a cultura baiana em circulação, embora existissem obras escritas em outras línguas, sem tradução para o português, como aquelas do próprio Pierre Verger. Então, por conta própria, e com o auxílio dos amigos Cida Nóbrega, Arnaldo Grebler, Enéas Guerra e Sara Silveira, além do próprio Verger, foi editado o livro “Retratos da Bahia”, com 256 fotografias feitas pelo francês, tornando-se o marco do começo da história da Corrupio e também da propagação da cultura baiana. Uma referência no mercado editorial, a Corrupio tem em seu catálogo diversos autores como Vivaldo da Costa Lima, Katia de Queiros Mattoso, Geraldo Lima, Zélia Gattai, Mestre Didi e Antônio Risério, entre outros igualmente importantes. Ano passado, a editora baiana foi homenageada na 16º edição da FLIP, a Feira Literária Internacional de Paraty, por ser pioneira nas publicações de cultura negra.
J. Cunha Com traços fortes de cor intensa, o trabalho de J.Cunha se caracteriza pelo mergulho no imaginário das culturas afro-indígenas e nordestinas, mas também por uma contundente crítica às relações contemporâneas, com uma visualidade que por vezes se apropria da publicidade e dos discursos da mídia, para subvertê-los e reinterpretá-los. Seu trabalho é também muito associado ao bloco afro Ilê Aiyê, no qual J. Cunha criou e assinou a concepção visual e estética durante 25 anos. O artista já participou de exposições nacionais e internacionais.
Serviço O que: Pátio Corrupio e Ocupação J. Cunha Onde: Rua Airosa Galvão, nº 106, sala 102 - Barra Quando: 27 de julho, a partir das 17 horas Acesso: Entrada franca |
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