Os audiolivros surgem como uma opção de acessibilidade para deficientes visuais, e hoje também integram o dia a dia da população devido a sua comodidade e praticidade: um livro em formato de áudio que você pode levar para qualquer lugar e ouvir em diversas circunstâncias. Foi pensando nisso que a editora independente Cartonera das Iaiá resolveu lançar seu selo editorial Orin, voltado para a produção de audiolivros. Num projeto aprovado pela Fundação Pedro Calmon com recursos da Lei Aldir Blanc Bahia, Orin, que em Yorubá significa “Cantiga”, vai transformar em audiolivro 2 dos maiores sucessos da editora: Patuá, de Rosane Viana Jovelino, e Migrantes, de Tianalva Silva.

A Cartonera das Iaiá é uma editora que atua em Cachoeira desde 2017, tendo publicado livros artesanais de papelão catados das ruas do Recôncavo baiano e oferecido oficinas sobre as artesanias de construção do livro como suporte e como conteúdo. Seu foco está na escritura negra, publicando livros de várias autoras/es estreantes, por vezes se deparando com gratas surpresas, como foi o caso de Tianalva Silva.

Desde cedo, Tianalva Silva se põe a escrever sua vida e impressões sobre o mundo. Algumas coisas guardava, outras dava em formato de carta, não imaginava que aquelas linhas viessem a se tornar um livro. Até fazer amizade com Andressa dos Prazeres, escritora e fundadora da Cartonera das Iaiá, que passou o olho naquele caderninho e viu a potência daqueles relatos, contos e poemas. O caderno virou o livro de crônicas “Entre o rio e a praça” lançado em 2018. Tianalva gostou da história e logo em seguida surgiu com “Migrantes”, livro de contos lançado em 2019, que agora será vertido para audiolivro. Transformar sua obra em audiolivro é para ela: “dar o tom àquelas falas. Sotaques, trejeitos, personalidade, emoção, tudo isso ganha vida na interpretação – mas eu particularmente não gosto da minha voz”- diz ela, com quase 65 anos.

Já a coletânea de poemas Patuá, lançada em 2019, é o primeiro livro da poeta quilombola do Kaonge (também em Cachoeira), Rosane Viana Jovelino. Para ela, alguns poemas já traziam a música como parte integrante, ela que cresceu com o Samba de Roda Suspiros do Iguape e todos os cantos que permeavam sua vivência no quilombo ribeirinho e no candomblé. Muitos de seus poemas já surgiram para a escritora como cantigas que, à época do lançamento em livro impresso, ela mal tinha ideia de como viriam ao mundo em sua completude, em voz e cadência.

Ambas as obras, cada uma a seu modo, apresentam ricas imagens acústicas. Os audiolivros serão feitos a partir de extratos selecionados dessas obras e serão disponibilizados gratuitamente nos canais da Editora no Youtube, Ancchor, Deezer e Spotify. O lançamento será dia 18 de março, às 20h, pelo canal do Youtube da Cartonera das Iaiá, com participação das autoras e da editora Andressa dos Prazeres.

O Projeto Orin tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Pedro Calmon (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.

O que? Live de lançamento do Selo Orin e dos audiolivros Patuá, de Rosane Jovelino e Migrantes, de Tianalva Silva

Quando? 18 de março, às 20h no Youtube e no Spotify da Cartonera das Iaiá,

Quanto? Os livros serão disponibilizados gratuitamente no Ancchor, Deezer e Spotify

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