O espetáculo  traz um olhar através de uma linguagem sensível e lúdica, sobre a construção racial e de gênero propondo o público a pensar o dia anterior ao Levante do Rio Joanes, quais os sentimentos e estratégias que antecederam a ação, relembrando as mulheres que fizeram parte deste processo: Ludovina, Tereza,  Germana e Francisca.

Produzido pelo grupo Loca de Teatro e com texto e direção de Heme Costa, o espetáculo empenha-se em  não somente contar a história  do Levante, mais em fazer refletir sobre as individualidades desse processo onde negras e negros no século XIX pensaram uma nova estrutura político-social, e utilizaram da inteligência, estratégia e força para remodelá-la.

O Levante do Rio Joanes foi a insurreição Malê que aconteceu em 28 de fevereiro de 1814, tendo início em Salvador com o propósito de seguir até o Recôncavo, sendo bloqueados às margens do rio Joanes na região de Santo Amaro de Ipitanga, hoje então Lauro de Freitas.

Para a diretora Heme Costa é fundamental compreendermos que essas pessoas existiram, eram individuais, tinham nome e histórias pessoais, tiram da nebulosidade a compreensão generalizada e racista de que as insurreições possuem uma única versão, aquelas contadas nos livros didáticos, sem profundidade, sem pessoalidade”.