Depois de vencer o Prêmio Braskem de Teatro na categoria revelação, Letícia Bianchi apresenta Memórias do Mar Aberto: Medeia conta a sua história, seu segundo espetáculo. A peça estreia quinta-feira, dia 16 de agosto, no Teatro Martim Gonçalves e fica em cartaz até o dia 26 de agosto, de quinta a domingo, às 20h, com entrada gratuita.
A peça é uma adaptação do clássico grego Medeia escrita pela dramaturga brasileira Consuelo de Castro. A montagem faz parte da fase final da formação de Letícia Bianchi, estudante de direção teatral da ETUFBA, com orientação de João Sanches e traz a atriz Vivianne Laert como protagonista. Completam o elenco Antônio Marcelo, Carol Alves, Flora Rocha, Genário Neto, Isadora Werneck e Luís Antônio Sena Jr.
Na concepção de Bianchi, o texto atualiza a força feminina representada pela personagem. O espetáculo pretende manter o não conformismo dela em relação à traição sofrida por Jasão, mas aprofunda as suas motivações e transforma Medeia numa figura política, na medida em que a revolução – e não somente a vingança amorosa – está no centro do enredo.
Medeia é uma personagem ícone na história do teatro e é constantemente representada apenas sob o viés da força feminina levada a extremos. Nos estudos sobre teatro, Eurípedes, autor do texto original, é considerado um defensor do feminismo por dar voz à mulher de sua época. Todavia, a montagem de Memórias do Mar Aberto busca refletir sobre o lugar que o autor grego coloca a voz da mulher.
Construída pelo olhar masculino, Medeia é a especulação acerca do conceito – ainda tão atual – do ser mulher: não há a autonomia da figura feminina na dramaturgia de Eurípedes, pois ela não é por si nem em si, mas sim uma projeção e uma divagação de conceitos estabelecidos por quem ditava e descrevia a ordem da época – o homem.
Na montagem de Letícia Bianchi, a proposta é unificar olhares femininos na concepção da encenação e da construção de Medeia. O texto de Consuelo, em uma direção feminina, pretende trazer a autenticidade necessária à obra para que Medeia seja representada dentro de um discurso mais amplo e conciso.
O objetivo é reconstruir a subjetividade da personagem principal a partir do olhar feminino para a subjetividade feminina. Por mais que existam inúmeras palavras geniais escritas por homens sobre o sentir e viver feminino, nenhuma delas é tão potente quanto as que partem da vivência de uma mulher.
FICHA TÉCNICA
Texto: Consuelo de Castro
Encenação: Letícia Bianchi
Orientação: João Sanches
Elenco: Vivianne Laert, Antônio Marcelo, Carol Alves, Flora Rocha, Genário Neto, Isadora Werneck e Luiz Antônio Sena Jr.
Voz off: Valdineia Soriano, Pedro Souza e Marina Souza
Direção de Movimento: Bárbara Barbará
Cenário, figurinos, adereços e maquiagem: Guilherme Hunder e Thiago Romero
Assistente de Figurino: Giovanna Boliveira
Cenotécnica: Ademir Fortuna e Rainaldo Costa
Costura: Saraí Reis
Direção Musical: Luciano Salvador Bahia
Operação de Som: Larissa Libório
Iluminação: Alison de Sá
Operação de Luz: Gabriela Brito
Programação Visual: André Luís Silva
Ilustração: Hyago Matos
Fotografia: Diney Araújo
Assessoria de Imprensa: Marcelo Argôlo
Direção de Produção: Guilherme Hunder e Letícia Bianchi
Produção Executiva: Clarissa Gonçalves e Quércia Queiroz
Assistentes de Produção: Larissa Libório, Sidnaldo Lopes e Gabriela Brito
Realização: Cooxia – Coletivo Teatral e Escola de Teatro da UFBA |