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Os generais silenciosos sabem o que todos querem saber. Por Moisés Mendes
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Dando o que Falar
Seg, 20 de Junho de 2022 05:59

moises-mendesGenerais sem quartel, sem tropas e sem poder político são, nas aparências, apenas soldados alijados de combates. Mas podem muitas vezes saber mais do que colegas ainda fardados e em prontidão para as guerras.
O Brasil tem pelo menos quatro militares que sabem o que poderia acontecer se Bolsonaro decidisse transformar o blefe em golpe, mesmo que não possam se manifestar publicamente.

O general Fernando Azevedo e Silva, ex-ministro da Defesa, o general Edson Leal Pujol, ex-chefe do Exército, o almirante Ilques Barbosa, ex-chefe da Marinha, e o tenente-brigadeiro Antônio Carlos Bermudez, ex-chefe da Aeronáutica, acumularam informações que são muito mais do que radares e sensores de sentimentos no meio militar.

Eles e pelo menos uma dúzia de generais forçados a deixar o governo, alguns por ordem dos filhos de Bolsonaro, sabem muito sobre os humores alheios que alguns pensam saber. Sabem muito do que poucos de fato são sabedores.

São homens naturalmente silenciosos, porque não podem ter interlocutores que falem em voz alta. Mas amigos próximos, ex-colegas, parentes e confidentes devem saber, pelos que uns e outros contam, os cenários prováveis no meio militar se Bolsonaro avisasse aos seus comandados que levaria adiante a ideia do golpe.

Todos estiveram dentro dos ambientes mais tumultuados do poder desde a redemocratização. Azevedo e Silva circulou nesses corredores minados mais do que qualquer outro militar.

Assessorou o ministro Dias Toffoli no Supremo, foi ministro da Defesa de Bolsonaro e depois foi, sem de fato ter sido, diretor-geral do Tribunal Superior Eleitoral.

Azevedo e Silva, Pujol, Barbosa e Bermudez (e mais Santos Cruz, Rêgo Barros, Franklimberg de Freitas, Juarez Cunha e João Carlos Jesus Correia e tantos outros generais) foram abatidos por um poder que não têm.

Nenhum deles tem voto. É o que Bolsonaro teve em abundância em 2018. Bolsonaro teve 57,7 milhões de votos. Sim, teve. O verbo é conjugado no passado. Mas Bolsonaro talvez não tenha mais, não nessa dimensão.

Bolsonaro e os filhos, somados, tiveram 64 milhões de votos há quatro anos, considerando-se a votação do chefe da família no segundo turno. Nunca antes um grupo familiar teve tantos votos em lugar algum.

Por isso Bolsonaro e os filhos podem mandar generais embora, mesmo que uns poucos continuem resmungando, como faz Santos Cruz. A maioria se cala, porque Bolsonaro tem poder político e base eleitoral e social.

Os militares são chefiados por um tenente, mas um tenente com votos. O chefe supremo das Forças Armadas está montado nos 64 milhões de votos da família, agora sob a proteção do centrão.

Depois da eleição deste ano, Bolsonaro ainda poderá dizer que teve muitos votos, mas pode também ser apenas um derrotado bem votado. Se perder no primeiro turno, terá sofrido uma derrota histórica.

Esse Bolsonaro que já se vê como vencido antecipa que não aceitará a condição de perdedor. Não há como escamotear, nessas circunstâncias, o dilema dos generais sob o comando do tenente.

Os generais que se curvaram a Bolsonaro foram subjugados por um sujeito que pode não ser nada daqui a menos de quatro meses.

Os generais que deixaram o governo sabem que um Bolsonaro derrotado será apenas um golpista assustado. E que o golpe só existirá de fato se os generais que ficaram tiverem uma dessas duas certezas a seguir.

A primeira certeza: o golpe é deles, de todos os militares, e não só de Bolsonaro, e por isso deve ser aplicado. A segunda certeza: vale a pena submeter-se ao comando de Bolsonaro e dar suporte militar ao golpe, mesmo que seus desdobramentos sejam imprevisíveis.

Mas os generais que foram embora e os generais que os substituíram sabem que um golpe precisa ser legitimado.

Sabem que um golpe com Bolsonaro pode arrastar as Forças Armadas para uma vala funda e escura, se vier antes ou depois da eleição.

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