Domingueiras CCCLXXXVIII |
Seg, 27 de Junho de 2022 21:32 |
Se eu fosse um político militante engajado em uma das múltiplas facções partidárias torcendo pela derrota do bolsonerismo, diria, como estão fazendo alguns analistas, comentaristas ou próceres destas posições, que o governo desta maldita figura chegou ao fim e seu destino próximo, ao contrário do que afirma, será a cadeia, onde pagará por seus variados crimes, ou o exílio, onde se esconderá com seus familiares e amigos para escapar da justiça e aguardar as prescrições de seus continuados ataques a lei e a honestidade. Porém, como me considero, apesar de minhas convicções políticas, ideológicas e partidárias, pelo menos, enquanto escrevo estas críticas/crônicas semanais, como um mero e, sempre que possível, impassível observador social, tendo em vista minha formação e atuação profissional, não me permito arroubos de felicidade e otimismo, inclusive, porque nossa tradição política de conciliação tende muito mais para a procrastinação, o adiamento infinito e o esquecimento sistemático do que para uma rápida e eficiente ação da justiça, com punição dos culpados, muito especialmente, os de crimes contra a população. Esta breve, longa(?), introdução, é para justificar minha descrença, na punição dos culpados, sejam eles, presidente, ex-ministros e pastores, que assaltaram o dinheiro público, dedicado a ações do ministério da educação. Hoje fartamente comprovados, com, mais do que indícios, fatos apresentados, pelos diversos elementos que foram achacados e ora se consideram autorizados a apresentar as provas de corrupção, resultante das “intermediações pastorais”, publicamente declaradas por aquele por quem o presidente havia prometido “botar o rosto, a mão e...”, todo o resto para garantir a sua honestidade. Entretanto, como ainda, apesar da constante e consequente reprodução destes comportamentos acima, sonho com o dia em que, aqui no Brasil, os grandes criminosos serão enfim punidos, pelos menos para que sirvam de exemplo e assustem os seus contumazes acompanhantes, e, assim, o dinheiro público, enfim seja de fato de todos, e não somente daqueles que, oportunisticamente, deles se apropriam, apenas por ocuparem cargos ocasionais nos governos e, portanto, se consideram verdadeiros donos do patrimônio coletivo e para tanto devem ser destinados e usados. Repetindo, ainda sonho com o dia... Sérgio Guerra
Licenciado, Mestre e Doutor em História Professor Adjunto da UNEB. DCH1 Salvador. Cronista do site "Memórias do Bar Quintal do Raso da Catarina".
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