A Casa de Castro Alves (R. do Passo, 52, Santo Antônio) abre as portas para a exposição MIRAGEM – Processos e Caminhos, parte integrante do projeto Loucas do Riacho, que envolveu o espetáculo teatral e a Performance-Oferenda Lavagem. A mostra reúne fotografias de Mariana David, revelando a intimidade do processo criativo e das várias etapas do projeto, além de vídeos de Daniel Guerra, desenhos e criações de Lucas Moreira e da cenografia e figurinos, empregados no espetáculo, assinados por Fábio Pinheiro. A vernissage será aberta no dia 03 de abril, às 19h, com discotecagem de André Oliveira.
Numa convergência entre as linguagens do corpo, da cena, da fotografia e do vídeo, a exposição Miragem, foi idealizada pela performer e poetisa Raiça Bomfim e coordenada pela fotógrafa Mariana David, reunindo memórias de todo o processo criativo, mas também novas elaborações geradas nas artes visuais e no vídeo. MIRAGEM é um inventário dos resquícios, sobras, desabamentos e imagens do projeto LOUCAS DO RIACHO, que envolveu três etapas: a performance-oferenda LAVAGEM, realizada na alvorada do dia 2 de fevereiro, no bairro do Rio Vermelho, o espetáculo LOUCAS DO RIACHO, que esteve em temporada durante o mês de março e esta exposição. O projeto integra um outro maior, o PROJETO OFÉLIA, cujas ações evocam uma atitude artística e filosófica de experimento, que transfigura a imagem da Ofélia, de Shakespeare, traçando pontes criativas entre loucura, mulher e água.
A definição da idealizadora do projeto, Raiça Bomfim é poética: “Miragem é um tempo que vira água e enlouquece a tarde”. Pelas imagens, pelos versos, pelos elementos de cena que ocuparão a casa percorrem pensar sobre águas, loucura e devires. “Fui convidada para fotografar as Loucas do Riacho. Mas não só isso. Fui convocada a me afogar junto com elas. E juntas produzimos essas miragens; esses espaços que quase vemos por inteiro. Perguntei-me: cabe toda a loucura em uma fotografia? Qual é a nossa miragem em meio ao deserto?” partilha Mariana David.
Vernissage – Na noite de abertura da exposição, a partir das 19h30, haverá uma roda de conversa sobre o processo criativo de Loucas do Riacho, onde os vários artistas participantes compartilharão do percurso realizado, pesquisa estéticas, escolhas e indagações. Será um momento do qual o público também poderá trazer suas leituras, sensações e perguntas, tanto sobre a experiência com o espetáculo, quanto com a vivência da exposição.
A noite ainda conta com a discotecagem do diretor musical do espetáculo Loucas do Riacho, André Oliveira, que traz para o set mulheres do mundo. Entre as mulheres que vão soar nos autofalantes estão nomes como as The Lijadu Sisters, duo nigeriano da década de setenta, e Petrona Martinez, com toda sua musicalidade afro-colombiana. André também pesquisa a musicalidade feminina nos espetáculos “Ofélia: sete saltos para se afogar”, solo de Raiça Bomfim e “Isto Não É Uma Mulata”, nos quais colaborou. |