Depois de duas edições realizadas no ano passado, a exposição itinerante “90 Olhares para Matilde - 90 Anos de Vida”,
vai ficar aberta à visitação pública de 10 de outubro a 20 de novembro no Di Mercatto na Graça.
A exposição tem curadoria e produção de Claudine Toulier (filha de Matilde) e Leonel Mattos e reúne obras de 90 artistas
em pinturas, esculturas e objetos com diversas técnicas, que foram doadas por esses artistas numa forma de homenagear
a crítica de arte Matilde Matos, que tanto fez pela carreira de artistas famosos e iniciantes, entre eles, Edison da Luz, Justino
Marinho, Terciliano Jr, Fernando Oberlaender, Graça Ramos, Sante Scaldaferri, Jair Gabriel, Darlene Bezerra, Giovana Dantas,
Chico Mazzoni, Leonel Mattos, Ramon Rá, Célia Mallett, Miriam Belo e Neidja Bombola.
Do mesmo jeito que as outras edições, a renda dessa exposição será revertida para a saúde de Matilde Matos, que em maio
fez 91 anos de idade. A visitação está aberta de segunda a domingo das 09h as 21h no Di Mercatto, que fica na Rua da Graça
nº 120, Graça.
Matilde Augusta de Matos nasceu em 1927, em Caicó, no Rio Grande do Norte, e fixou residência, em 1933, na Bahia, de início,
em Serrinha e Feira de Santana e, a partir de 1943, passou a residir em Salvador. Em 1959, passou a assinar crônicas no Jornal
da Bahia, coluna que manteve até 1962, quando foi morar no Rio. Em 1968, voltou para a Bahia e para o Jornal da Bahia, onde
tinha uma coluna que saía aos domingos e abordava assuntos artísticos e culturais. Fazia entrevistas, reportagens, comentava os
trabalhos dos artistas e divulgava a arte que se fazia à época. Fez inúmeras críticas e centenas de apresentações para catálogos
de diversos artistas, publicou a obra Fernando Oberlaender – Pintura e Tradução Poética, em 2001, o livro de crônicas A Cidade
e as Gentes em 2004, 50 Anos de Arte na Bahia, em 2010, e Água Reflexo da Arte na Bahia, em 2012. Em 2014, fez a doação
da “Coleção Matilde Matos” com 80 obras para o Estado da Bahia, que estão abrigadas no Palacete das Artes.
Segundo o artista e crítico César Romero: "Matilde sempre esteve longe dos preconceitos, seja na arte, seja na vida. Sua ampla
liberdade em ser, pensar e atuar eram exemplos para os artistas. Sempre falava que seu maior critério era a qualidade de um criador". |