Representante da nova música pop baiana, a Vitrolab, banda formada pelos irmãos Guga (voz e guitarra) e Marcelo Barbosa (voz e programações), se apresenta neste sábado (28), às 19h, no Largo Tereza Batista. A banda Park Sonoro também se apresenta na noite. O evento é gratuito e, para a entrada, é necessário comprovação e esquema vacinal completo.
A Vitrolab atua há 8 anos na cena de Salvador e apresenta uma fusão de ritmos afro-baianos, como pagode e ijexá, e latinos, como ragga e dancehall. As influências do trabalho vão desde de movimentos históricos da música brasileira, como a Tropicália e o Manguebeat, até os nomes da música baiana atual, como BaianaSystem, ÀTTØØXXÁ e Afrocidade. A banda também foi buscar elementos em artistas latinos como Manu Chao e Orishas para montar o mosaico para produção do álbum.
A sonoridade do duo formado por Guga e Marcelo tem como referência a tradição percussiva da música baiana, que é explorada de maneira subliminar e eletrônica. O resultado é fruto de diversas experimentações dos irmãos nos campos rítmicos da Bahia, que permitem inúmeras possibilidades estéticas e de diálogo com a música internacional, sobretudo a oriunda da diáspora africana.
“Nos primeiros anos de banda, nós exploramos as possibilidades sonoras nos palcos e, durante a pandemia, elas foram transmutadas para os computadores e sintetizadores analógicos. A partir desse processo, fomos encontrando o caminho do nosso som”, explica Marcelo Barbosa sobre o processo de produção do trabalho.
A forma com que os ritmos aparecem nas músicas da banda, mesmo sem a presença dos instrumentos de percussão, é um dos principais elementos que caracterizam o som da Vitrolab. “Muitas vezes são os sintetizadores ou instrumentos de corda (como a guitarra elétrica) que tocam as claves percussivas e marcam o ritmo da música”, explica Guga Barbosa.
Antes conhecida como Vitrola Baiana, a banda Vitrolab nasceu em Salvador no ano de 2014. Sua sonoridade sempre foi marcada pela característica eletrônica e contemporânea, a partir da mescla de beats e sintetizadores com ritmos tradicionais. O grupo faz parte da nova safra de artistas da cena que produzem uma música dançante e pensante, com letras provocativas e poéticas.
Desde o surgimento, a banda apresentou um forte trabalho autoral – sempre com um discurso contundente – e lança singles desde 2018. Naquele ano, a banda venceu o 16º Festival de Música da Rádio Educadora FM, maior festival de música da Bahia, na categoria voto popular com a canção Megalodon.
Foi nos bastidores da premiação, que a Vitrolab conheceu o cantor e compositor Caetano Veloso e apresentou a ele a versão para o clássico Odara. O consagrado artista baiano adorou o arranjo do grupo e cedeu os direitos para a gravação, que foi lançada como single em 2019. Atualmente a faixa já conta com mais de 20 mil plays, apenas do Spotify, e é a música mais ouvida da banda nas plataformas digitais.
Park Sonoro
Formada por dois importantes compositores do cenário baiano – Dom Chicla e Paulo Nascimento – a banda Park Sonoro mistura o pop rock com a musicalidade de raiz africana. A ideia é aproveitar a sonoridade brasileira e as influências que fazem parte da trajetória musical deles, como o samba, o rock e o soul. |