Depois de alguns meses de estudos e trabalhos específicos, desenvolvidos pela equipe de As 3 Marias Produtora, aliada à pesquisa do encenador Rino Carvalho (Luz Negra, Zulmira) e à dramaturgia de Gil Vicente Tavares (Os Javalis, Os Amantes II), estreia dia 02 de maio o espetáculo Canto Seco, de quarta a domingo no Teatro Gamboa Nova, com sessões para poucos espectadores, 21 a cada dia.
A ideia é poder dialogar com a imaginação do público e a ocupação do espaço, com um olhar diferente sobre o sertão, que parte desde a concepção de um teatro mais voltado para a estética absurda por parte do autor, que estimula à dúvida e a abertura para novas reflexões em sua construção dramatúrgica, até a provocação do encenador para construir caminhos que fluem pelo realismo fantástico e uma forte presença física dos atores, de forma experimental e processual.
No elenco estão Ana Cartaxo, Felipe Benevides e Mariana Freire, que já realizaram, no último dia 04 de março, uma Leitura Dramática aberta ao público, seguida de bate papo com o autor. O projeto de montagem propõe transpor Canto Seco para um lugar de representação poética do sertão no imaginário coletivo, intenso e vivo culturalmente. Assim, o grupo procura revelar a impotência do homem diante da vida, aproximando laços da condição humana, independente de lugar e língua.
Na equipe estão também o premiado cenógrafo Rodrigo Frota, o design da Catarxo Cria, a maquiadora Marie Thaurout, os preparadores Maurício Assunção e Priscila Sodré, além de Nathan Lemos na luz. A primeira montagem teatral do grupo AS 3 MARIAS, foi selecionada no Edital da Fundação Cultural do Estado da Bahia e fica em cartaz até 07 de junho, com bilheteria aberta uma hora antes do início do espetáculo. Agendamentos especiais para convidados e informações através do email
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. Dia 01 será realizada uma pré estréia para convidados e as apresentações ficam abertas ao público a partir do dia 02.
Durante todo o mês, o Teatro Gamboa Nova também será ocupado por uma exposição vídeo fotográfica do processo, numa parceria da Cooxia Mídia Digital e da fotógrafa Alessandra Nohvais, que assinam os registros da montagem. “É um mergulho lírico no universo imaginado pelo autor, contemplando fragmentos da trajetória de forma poética com seus detalhes estruturais” – explica o diretor audiovisual André Luis Silva.
Sobre o texto
Canto Seco é de autoria do dramaturgo, diretor, compositor e poeta baiano, Gil Vicente Tavares. Foi escrito em 1998, quando ainda era graduando no curso de Artes Cênicas da Universidade Federal da Bahia. Nomes como Gideon Rosa, Evelin Buchegger e João Miguel, já realizaram leitura do texto, que também despertou a atenção de outros nomes do Teatro Baiano em diferentes tempos.
“O ponto de partida de Canto Seco foi uma notícia que me parecia absurda na época: uma grande seca que atingia o Brasil e o Nordeste, a falta de água em pleno fim do século XX, mesmo com a existência de órgão como a Sudene, por exemplo, uma realidade parecida com os desvios e falta de solução de agora” – destacou Tavares, durante o bate papo no mês de março. “Eu queria fazer uma provocação sobre isso tudo, mas deixar aberto também, sem panfletos, pois sempre acreditei na Arte que questiona, provoca e abre perspectivas”.
A encenação
Diretor, figurinista, maquiador e ator, Rino Carvalho inicia sua formação artística em 1991, na Fundação das Artes de São Caetano do Sul, SP. Em 1995, ingressa em Direção Teatral na Universidade Federal da Bahia. Em 1997, em sua primeira montagem baiana, Troiana, realiza a adaptação da obra de Eurípedes, a ambientação cênica, o figurino e a maquiagem. No mesmo ano, atua em Divinas Palavras, sob a direção de Nehle Frank.
Como figurinista e maquiador, assina seus primeiros trabalhos em 2000 e com Esperando Godot recebe o Prêmio Braskem de Teatro Revelação. A partir de então, apresenta uma numerosa produção que envolve, além do teatro e dança, também música e moda, colaborando com encenadores como Fábio Espírito Santo, Hebe Alves, Fernando Guerreiro, Nehle Franke, João Lima, Adelice Souza, Paulo Henrique Alcântara, Carmem Paternostro; e grupos artísticos, tais como: Dimenti, Dance Brasil e Balé do Teatro Castro Alves, além de assinar a direção artística de show musicais, como Pecadinho, que projeta nacionalmente a cantora Márcia Castro em 2006.
Em 2011, dirige Luz Negra, também em conexão com o Teatro Absurdo. Assume uma estética marcadamente imagética, onde a concepção de suas criações parte de definições de cores, formas, materiais e movimentos, criando potentes signos cênicos.
Ficha Técnica: Encenação e Figurinos - Rino Carvalho
Atores - Ana Cartaxo, Felipe Benevides e Mariana Freire Texto - Gil Vicente Tavares Coordenação de Produção - Mariana Freire
Produção executiva: Fernanda Beltrão
Assistência de encenação: Alex Gurunga Cenário - Rodrigo Frota Maquiagem - Marie Thaurout Iluminação – Nathan Lemos Preparação Corporal e Criação Sonora Cênico-Musical - Maurício Assunção
Assessoria em Dança Tribal: Priscila Sodré Designer Gráfico – Cartaxo Cria Programação Audiovisual e Mídias Sociais – COOXIA Mídia Digital
Captação e Edição de Vídeo: André Luis Silva, Andréia Silva e Giovani Moraes
Gerenciamento de Mídias Sociais: Giovani Moraes e André Luis Silva
Fotografia e Exposição fotográfica - Alessandra Novhais Assessoria de Imprensa - Tatiane Carcanhollo Realização- AS 3 MARIAS
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