A busca por uma arte contemporânea que, ao mesmo tempo, carregue o sotaque regional da cultura popular nordestina, marca a trajetória do Finos Trapos, referência do teatro de pesquisa baiano dos últimos anos. Com este mesmo espírito, o grupo retoma suas atividades na estreia de “Mós, Aí, Que” no Teatro Gamboa Nova.
Refletindo a vida, o espetáculo mostra uma companhia em crise que revisita seu repertório e personagens para contar uma inspiradora história cênico-musical, focada no imaginário sertanejo. É uma celebração à criação compartilhada e à cena como território de encontros e despedidas, achados e desventuras, que explora tradições e rompe fronteiras, usando metalinguagens e elementos biográficos.
Qual o sentido de continuar junto? Como encontrar novas imagens neste inconsciente coletivo do artista que se inspira na estética regional? É possível criar e convidar o público para mais este terreno desconhecido? Onde colher novas poesias? Com uma série de argumentos cercados de muito afeto o grupo passa a entender a crise como oportunidade de sair da zona de conforto e alçar novos vôos com “Mós, Aí, Que”.
Finos Trapos Público e crítica reconhecem o intenso trabalho do grupo criado em 2003 a partir do encontro de amigos do interior baiano, que se dedicam ao estudo e fomento das Artes Cênicas também em Salvador, criando participações em importantes editais estaduais e nacionais, recebendo premiações, além do embasamento acadêmico e transmissão de ricos saberes teatrais, sempre aportadas na cultura popular. Fazem parte do repertório os espetáculos do Finos Trapos: “Sussurros...”(2004),“Sagrada Folia”(2005), “Sagrada Partida” e “Auto da Gamela” (2007), “Gennésius – Histriônica Epopéia de um Martírio em Flor” (2009), Berlindo (2011) e “O Vento da Cruviana” (2014). Como falecimento prematuro do professor da Universidade Estadual do Sudoeste Baiano e diretor teatral Roberto de Abreu, em 2015, o grupo perde esta forte referência de seu membro fundador, reestruturando sua volta no final de 2016.
Ficha Técnica
Elenco: Francisco André, Frank Magalhães e Thiago Carvalho
Encenação: Frank Magalhães
Dramaturgia: Francisco André
Figurino: Leonardo Telles
Cenografia e Adereços: Yoshi Aguiar
Músico: Tomaz Mota
Fotografia: Diney Araújo
Designer gráfico: Wilson Gonzaga
Operador multimídia: Ricardo Andrade
Coordenador de Produção: Thiago Carvalho |