Embora seja reconhecidamente um dos grandes nomes do Teatro Infantil na Bahia, o encenador sempre transitou entre os dois universos, cativando públicos de todas as idades.  O teatro de Gil tem um caráter pedagógico muito claro, porém sem perder sua magia, essência e encantamento.

Atualmente com 56 anos, o artista saiu de casa aos 15 anos para morar no bairro de Nazaré, na década de 1970, onde começou a fazer teatro, no Colégio Estadual Severino Vieira  - considerado um polo de criação artística.

 No colégio, ensinavam grandes mestres, como Paulo Dourado, Jurema Penna, Sônia dos Humildes, Fernando Neves, Pola Ribeiro, Nonato Freire, Jacques de Beauvoir, entre outros veteranos. Nessa época, ingressou no mesmo colégio na Habilitação Básica em Artes, um curso interdisciplinar com aulas de Dança, Literatura, Música e Artes Visuais.

O projeto “SeLink Brinque”, que estreia no dia 13 de dezembro, às 9h, no Teatro Gil Santana no Ciranda, abre espaço para que pais e filhos, juntos ou de maneira autônoma, possam compartilhar de diversas vivências artísticas, teatrais e educativas,sempre com foco no desenvolvimento da criança, despertando  sua consciência para além da tecnologia. De terça a sexta, das 9h às 11h ou das 15h às 17h. 

No início de cada vivência, os participantes têm a oportunidade de viver uma experiência ímpar, entre o tradicional e o contemporâneo, passeando por expressões artísticas e populares da nossa cultura, como as antigas brincadeiras, cirandas e cantigas de roda. Nesse contexto, a realização de atividades de livre expressão artística e ecológica, como pintura, desenho e confecção de brinquedos com materiais recicláveis.

Durante esse momento de aprendizagem, o trabalho de percepção e consciência corporal - por meio de jogos lúdicos e teatrais - é incluído para que a criança conheça ainda mais sobre o seu gestual e sua movimentação, com o objetivo de ampliar a sua criatividade e expressividade.  Como resultado, cenas são criadas pelo grupo, a partir de improvisações, recursos e elementos cênicos do acervo do Teatro Gil Santana, sempre acompanhados do artista e seu elenco.

A contação e recriação de histórias, tanto clássicas quanto modernas, potencializam ainda mais essa experiência, em que cada integrante pode dar vazão às suas invencionices. Exemplo disso são os contos “As Estrelas que Queriam ir ao Circo”, “O Rei Abacaxi Quer Coroa Nova”, “As mentiras da Baratinha”, escritos pelo próprio  Gil Santana.

As mídias móveis serão ferramentas utilizadas na construção e no registro dessas narrativas, como fonte de pesquisa, ilustração e ambientação. Os registros feitos através delas serão exibidos no local, juntamente com um painel de outras atividades artesanais, mostrando que é possível, sim, um trânsito consciente e saudável entre a tradição e a tecnologia.

Transitando entre a Arte e a Educação, sempre trabalhou como professor de Teatro, ministrando oficinas anuais em seu espaço e em escolas públicas e particulares da capital baiana. Artista instigante e inconstante, caminha sempre na direção do novo, da experimentação, de uma forma que realmente atinja o público, que fale da sua realidade, que o provoque e o faça interagir.

Nessa trajetória, Gil Santana deixou suas marcas por diversos lugares, como a Biblioteca Pública do Estado da Bahia, o Teatro Gamboa, Teatro Nazaré, Bahiano de Tênis, a Escola Contemporânea de Ballet, Colégio Severino Vieira, Teatro Vila Velha, Convento do Desterro, o Teatro da Ladeira (na Ladeira do Desterro), Teatro Caballeros de Santiago, entre outros palcos alternativos criados em Salvador por ele mesmo.