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Ao apoiar Moro, a mídia capitalista mantém sua coerência. Por Dante Lucchesi*
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Ter, 15 de Fevereiro de 2022 04:33

danteNa última sexta-feira (28/01/2022), Sérgio Moro, em uma live patética (no melhor estilo Jair Bolsonaro), tentou justificar o recebimento de uma bolada três milhões e meio de dólares da empresa norte-americana Alvarez & Marsal, cujo maior faturamento provém da recuperação judicial da Odebrecht e outras empresas brasileiras, que foram quebradas pela Lava Jato, operação que Moro se jacta de ter comandado, confessando o cometimento de mais uma ilegalidade, pois um juiz não poderia comandar uma operação do ministério público, o que só ratifica a decisão do STF de o julgar suspeito. A ilegalidade, ou no mínimo a imoralidade da relação de Moro com essa empresa dos EUA que lucra com  os prejuízos causados pelos desmandos da Lava Jato é flagrante e já seria motivo suficiente para desmoralizar a sua candidatura à presidência da República, baseada exclusivamente numa ladainha monocórdica de moralidade na administração pública e combate à corrupção, que boa parte da mídia capitalista brasileira apoia de forma cada vez menos dissimulada.

A alegação de que Moro não atuou nos processos envolvendo as empresas brasileiras e que ele recebeu três milhões e meio de dólares, em exíguos onze meses, para prestar consultoria em processos envolvendo empresas privadas norte-americanas, é risível, sobretudo diante da já proverbial ignorância e incapacidade intelectual de Moro, que se reflete, inclusive,  no seu canhestro manejo da língua portuguesa. Qual é a expertise de Moro na realidade jurídico e econômica dos EUA que justificaria essa remuneração tão acima dos padrões do mercado? A “explicação” que Moro apresentou em sua live faz jus às suas capacidades cognitivas e só serve para convencer pseudojornalistas mal-intencionados ou gado lava-jatista, pois, como disse o músico Lulu Santos a candidatura de Moro pretende se o grande divisor de gados da eleição de 2022.

Mas, enquanto o grande vilão da Lava Jato se enrolava na explicação de suas falcatruas, a justiça brasileira extinguia o famigerado processo do triplex do Guarujá, aberração jurídica com a qual Moro prendeu e retirou o presidente Lula da eleição de 2018, abrindo caminho para a eleição de Bolsonaro. Embora tenha violentado o devido processo legal, em conluio com os procuradores da Lava Jato, e condenado o presidente Lula sem provas, no que o New York Times definiu como a maior fraude da história jurídica do Brasil, boa parte da mídia capitalista, com maiores ou menores contorcionismos lógicos e retóricos, tenta manter sobre o presidente Lula a sombra da suspeição e conservar o mito de que a Lava Jato foi “a maior operação de combate à corrupção da história da humanidade”, apesar de “alguns excessos”, ou seja, reproduz um discurso que concorre em termo de fake news com os mais extremados sites bolsonaristas.

A pergunta que se coloca, então, diante da escandalosa relação de Moro com a Alvarez & Marsal é: a mídia capitalista (Globo, Folha, Estadão et caterva) continuará apoiando a farsa da Lava jato e da candidatura Moro?

Até por uma questão de coerência, a resposta à pergunta só pode ser "sim".

Afinal de contas, foi essa mídia (com todos os seus sabujos e mastins que se passam por jornalistas) que deu à Lava Jato o poder para destruir um dos setores mais dinâmicos economia nacional, acabando com milhões de postos de trabalho. Foi essa mesma mídia que apoiou decididamente o golpe de 2016, que derrubou um governo legitimamente eleito e levou para o Palácio do Planalto uma corja de políticos notoriamente corruptos liderados pelo “indefectível” Michel Temer. E foi essa mesma mídia que possibilitou a eleição de um miliciano psicótico e desqualificado à presidência da República em 2018.

Os oligopólios midiáticos se mantiveram firmes e coesos nessa trilha que levou o país ao desastre em que se encontra atualmente, porque controlam os meios de comunicação de massa do país, para servir cega e fielmente aos interesses mais escusos do grande capital  financeiro nacional e internacional, contrariando frontalmente os interesses mais legítimos do Brasil e do seu povo. Apoiar a farsa Sérgio Moro é a consequência natural desse percurso.

Moro pretende ser o representante da chamada terceira via, a qual nada mais é continuação das reformas antipopulares e das privatizações lesivas ao patrimônio (inclusive da Petrobrás e do Banco do Brasil!), do preço da gasolina em dólar, da autonomia do Banco Central (para servir aos banqueiros), da entrega das riquezas naturais do país às multinacionais e da manutenção do teto de gastos para garantir que a maior parte do orçamento público seja destinada a alimentar a especulação financeira, ao invés de garantir educação, saúde e aposentadoria aos mais necessitados. Ou seja, a terceira via é candidatura da política econômica que Paulo Guedes prometeu, mas não conseguiu cumprir, deixando o “mercado” frustrado, porque apoios a eleição de Bolsonaro com base nessa promessa que não foi totalmente cumprida.

E é exatamente por isso que os barões da mídia e seus sequazes vão manter um combate sem tréguas à candidatura do maior líder popular da história deste país, a qual o povo brasileiro já abraçou, e tentarão emplacar qualquer fantoche dessa chamada terceira via, para dar continuidade à política nefasta do governo Bolsonaro, sem o ônus da incômoda e grotesca figura do “mito”.

No momento a maior aposta do “mercado” e seus porta-vozes é o ex-juiz suspeito e parcial Sérgio Moro, sobre o qual recaem fortes suspeitas de receber propina nos EUA por ter destruído as maiores multinacionais privadas do Brasil. Apoiar esse farsante, provinciano, sem caráter, ignorante e sem qualquer compromisso com o Brasil revela não apenas o baixo nível moral, cultural e intelectual de boa parte das redações da mídia brasileira, mas sobretudo seu servilismo e absoluto descompromisso com um projeto digno de país.

Portanto, resta saber se, nas eleições presidenciais de 2022, a vontade popular prevalecerá, e Lula será eleito, ou as forças golpistas do atraso e do grande capital nacional e estrangeiro conseguirão, mais uma vez, subverter o processo democrático, como já fizeram em 2018 e por tantas outras vezes na história deste país.

*Dante Lucchesi é sociolinguista e autor do livro Língua e Sociedade Partidas (Contexto, 2015).

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