Como chamar um governante que é criminosamente responsável, direta ou indiretamente, por arrogância, equívoco político, ignorância ou mesmo maldade, por mais de 682.000 mortos e mais de 34.000.000 (é isto mesmo, milhões!) de infectados, dentre os quais os muitos sobreviventes ficarão com prováveis sequelas, cujas dimensões, extensões e gravidades, ainda não foram devidamente avaliadas, tendo em vista não só o pouco tempo de ocorrência deste fenômeno, como também a novidade que representa em termos de conhecimento científico, que ainda carece de “empiria” para serem mais claramente qualificadas?

Para o Tribunal Superior Eleitoral, TSE, não pode ser chamado de “genocida”, apesar deste crime já ter sido claramente tipificado há quase 80 anos, após ter sido identificado na “Alemanha Nazista de Hitler” e sua ação política de extermínio de cidadãos ciganos, judeus, poloneses e outras origens não arianas, com o objetivo explícito de “limpeza e/ou purificação da população alemã” e de parte da Europa Central. Enfim, o que pretende com esta tão esdrúxula decisão este órgão? Difícil entender tão estranha decisão? Aliás de muito pouca efetividade prática.

Ressalte-se que uma das mais tradicionais práticas do estado brasileiro, como também de muitos outros países no mundo todo, é a tentativa de regulamentar as vidas das pessoas, controlando, ou ao menos tentando formalmente fazê-lo, nos mais íntimos aspectos, particulares e subjetivos, como, por exemplo, as relações interpessoais, chegando ao absurdo de pretender que a vida em comum seja restrita a “monogamia, heteronormativa e vitalícia”, o que, como diria um amigo nosso, equivale “à prisão, perpétua e vitalícia, até que a morte os separe”, ou melhor dizendo, até que um “para se ver livre, mate o outro!”.

Voltando ao nosso tema, das caracterizações das ações dos políticos, o que vale dizer “da sua vida pública”, ao negar as possibilidades de classificações das suas ações, como “genocida”, por exemplo, apesar dos dados e fatos, farta, inegável e longamente assegurados, restringe o debate e nos leva a procurar outras qualificações, pelo menos, até que o TSE, novamente, venha a proibir.  Assim, enquanto não for vetado, gostei e passo a usar, uma cômica, interessante e significativa denominação do presidente Bolsonero: “TCHUTCHUCA DO CENTRÃO!”.

Sérgio Guerra

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