
A plataforma
TePI – Teatro e os povos indígenas prepara uma ampla programação de espetáculos de teatro, dança e música, performances, podcasts e conteúdo relacionado ao universo indígena. O acesso é totalmente gratuito pelo endereço tepi.digital.
O destaque da plataforma em fevereiro é a seção CIRCULA TePI – Programa de trocas internacionais. O programa é um dos principais eixos da plataforma TePI, articulando ações de resultado a longo prazo com cerca de 60 profissionais das artes e do universo indígena diretamente envolvidos.
O co-curador do TePI, Ailton Krenak, abre o programa no dia 21 de fevereiro, às 14h, com uma fala aberta. Na abertura, Krenak está convidado a falar sobre os sentidos que podem reverberar a internacionalização da arte indígena, e sobre a importância da troca entre artistas indígenas de diferentes lugares do mundo.
Já no dia 23 de fevereiro, a plataforma recebe o encontro “Teatro, ecologia e política, experiências de internacionalização”, com Paula Gonzalez (Chile), Gabriela Carneiro da Cunha (BR) e Zahy Guajajara (BR), e mediação de Andreia Duarte.
Neste encontro, as artistas são instigadas a falar sobre suas experiências na internacionalização e como observam o interesse dos programadores e festivais sobre as questões ecológicas, os povos indígenas e as políticas de sobrevivência coletiva.
A proposta da seção é fazer um diálogo entre programadores de instituições e festivais nacionais e internacionais, também artistas dos povos originários, sublinhando a importância da presença indígena no campo da cultura e arte, como uma maneira de fortalecer as questões pautadas por suas obras e pensamentos. A discussão também pretende reverberar na possibilidade de troca entre artistas indígenas da América Latina e países como o Canadá, Chile, Austrália, Japão, Equador, México e Estados Unidos.
A noção de internacionalização do TePI está fundada no fortalecimento do movimento indígena artístico e ambiental no Brasil e no mundo, também para ampliar as possibilidades de relações, comunicações e parcerias. Encontros fechados entre artistas e produtores culturais também serão realizados.
Peças
As apresentações são gravadas previamente e disponibilizadas em vídeo na plataforma nas datas agendadas. Os outros conteúdos (podcasts, performances e encontros abertos) ficam disponíveis após as estreias.
No dia 18 de fevereiro, a Companhia Lia Rodrigues apresenta o espetáculo “Para Que o Céu Não Caia”, livremente inspirado na obra “A Queda do Céu”, de David Kopenawa Yanomami e Bruce Albert. Diante de tantas catástrofes e barbáries diárias, no contexto de drásticas mudanças climáticas, o que nos resta a fazer? Como imaginar formas de continuar e agir? “Dançar para segurar o céu. É o que podemos fazer. Para que o céu não caia… dançamos”, diz a sinopse da peça.
Criada há mais de 30 anos no Rio, a Companhia já se apresentou em diversos eventos internacionais na América Latina, América do Norte, Europa e Ásia.
Em 2003, a Lia Rodrigues Companhia de Danças foi convidada por Silvia Soter para colaborar com a Redes de Desenvolvimento da Maré, no Morro do Timbau, para onde transferiu suas atividades diárias, ajudando a construir e garantir a manutenção de local adequado para a dança, além de oferecer aulas e oficinas para jovens da comunidade e doar um grande acervo de vídeos de dança e livros.
Ao longo do mês, a partir do dia 6 e toda semana, ??a performance “Pamür?masa (os "Espíritos da Transformação")”, com curadoria de Paulo Desana, recebe novas imagens – o trabalho tem como objetivo suscitar as aproximações entre os temas mitologia, tradição, arte, cultura, identidade e fotografia, partindo de um levantamento de referências sobre a mitologia da viagem da Cobra-Canoa da Transformação ou, como é chamado na língua Tukano, Pamür?masa (os ""Espíritos da Transformação"" ou que saíram da água do rio). A inspiração de usar a tinta luminescente que este efeito simbolize os espíritos de seus antepassados da ""Cobra-Canoa da Transformação"".
No dia 3 de março, o TePI apresenta o espetáculo chileno TREWA, uma peça documental sobre o assassinato de Yudith Macarena que envolve a violência história exercida contra o povo Mapuche pela Estado Chileno. O espetáculo é dirigido pela chilena do povo Mapuche Paula González Seguel.
Confira a agenda completa de fevereiro no TePI:
1 FEV | 20h
TePI Podcast "Episódio 6: Raquel Kubeo"
4 FEV | 21h
Mostra Artística - Espetáculo "Para que o céu não caia"
Cia Lia Rodrigues de Danças
5 FEV | 19h
Encontros - Conversa Aberta "Demarcação de identidades por meio do teatro"
Juão Nyn (RN)
Helena Corezomaé (MT)
Raquel Kubeo (AM)
Mediação: Luiz Davi Vieira
19h
Paisagem Crítica - Texto 7 - Júlia Guimarães
6 FEV | 18h
Mostra Artística - Performance "Obra Pamür?masa ("os espíritos da transformação")” – Paulo Desana (curador)
8 FEV | 19h
TePI Podcast "Episódio 7: Lian Gaia"
12 FEV | 10 - 13h
Encontros - Prática Pedagógica "Arte e cura"
Ernesto Neto (RJ)
Cristine Takuá
Papá Guarani (SP)
19h
Paisagem Crítica - Texto 8 - Pedro Cesarino
13 FEV | 21h
Mostra Artística - Espetáculo "ÜL KIMVN - Canto à sabedoria"
Cia Kimvn Teatro
14 FEV | 19h
Paisagem crítica - Vídeo "A presença da mulher indígena na arte"
Gustavo Caboco
15 FEV | 20h
TePI Podcast "Episódio 8: José Ricardo"
18 FEV | 21h
Mostra Artística - Espetáculo "Para que o céu não caia"
Cia Lia Rodrigues de Danças
19 FEV | 19h
Paisagem crítica - Texto 9 - Naine Terena
20 FEV | 18h
Mostra Artística - Performance "Obra Pamür?masa ("os espíritos da transformação")" – Paulo Desana (curador)
21 FEV | 14h
Encontros - INTERNACIONALIZAÇÃO "Atravessando mundos por meio da arte" – Ailton Krenak
22 FEV | 19h
TePI Podcast "Episódio 9: Helena Corezomaé"
23 FEV | 19h
INTERNACIONALIZAÇÃO
Teatro, ecologia e política, experiências de internacionalização. Com Paula Gonzalez (Chile), Gabriela Carneiro da Cunha (BR) e Zahy Guajajara (BR).
26 FEV | 19h
Paisagem crítica - Texto 10 - Renata Tupinambá
28 FEV | 19h
Paisagem crítica - Vídeo "Arte e teatro indígena"
Gustavo Caboco
O TePI
O TePI – Teatro e os povos indígenas é uma plataforma de conteúdo digital liderada pela diretora artística Andreia Duarte em parceria e co-curadoria com o ambientalista e filósofo Ailton Krenak. O lançamento oficial da plataforma ocorreu no dia 26 de novembro de 2021 no endereço Tepi.digital.
Totalmente gratuita, a plataforma tem uma Mostra Artística nacional e internacional com diversas peças teatrais, performances e "Atos para Cura", bem como promove encontros de artistas e intelectuais indígenas e não indígenas sobre assuntos como cultura, mercado de arte, ambientalismo e espiritualidade. Ao todo, cerca de 71 atividades, entre vídeos e outros conteúdos, foram e serão lançadas no TePI entre novembro de 2021 e março de 2022.
Naine Terena, Paula Gonzalez (Chile), Denilson Baniwa e Zahy Guajajara são apenas alguns artistas envolvidos na programação, além do próprio Krenak e diversos outros pensadores.
O TePI nasceu para valorizar obras produzidas por indígenas e não indígenas, reconhecendo nestes trabalhos estéticas e conexões que ampliam a percepção sobre a existência na Terra. Entendendo a arte, especificamente o teatro, como espaço de potência, criação e reinvenção da própria vida.
Parceiros
A plataforma TePI – Teatro e os povos indígenas é uma realização da produtora Outra Margem, com recursos da Lei Aldir Blanc, parceria da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo e do Sesc São Paulo, em conexão com a Ocupação Mirada 2021.