As exposições de Carybé “Aquarelas do Descobrimento” e “As Cores do Sagrado”’ serão tema de palestras na Caixa Cultural Salvador, que recebe a mostra inédita até o dia 17 de maio. As palestras, que possuem duração entre 45 e 60 minutos, são gratuitas, abertas ao público e serão ministradas pela curadora das exposições, Solange Bernabó, que também é filha do artista. Uma oportunidade imperdível para aqueles que desejam conhecer um pouco mais do universo de Carybé, o contexto de produção e o processo criativo de suas obras.
A primeira palestra acontece nesta quarta (22), às 15h, e tem como foco a exposição “Aquarelas do Descobrimento”. As obras expostas são uma versão em aquarela do registro mais antigo sobre a existência do Brasil, a Carta de Pero Vaz de Caminha. A ilustração compõe a obra Carta a El Rey Dom Manuel, uma releitura do documento histórico idealizada pelo escritor Rubem Braga e publicada em 1981. Assim nasceram as 50 obras que integram a exposição, que retrata os momentos mais marcantes da narrativa portuguesa sobre o Brasil.
“A palestra acontece coincidentemente no dia do descobrimento do Brasil. Vamos falar um pouco sobre a edição do livro onde foram publicadas as pinturas, da amizade de Carybé com Rubem Braga e da relação dele com os índios. Ele não só retratou como também viveu com os índios”, explica Solange.
Já “As cores do Sagrado” é o foco da palestra que será realizada neste sábado (25), às 15h. As 50 obras que integram a exposição foram produzidas ao longo de 40 anos de pesquisas, entre 1950 e 1980, e são registros de vivências pessoais do artista nos terreiros que frequentava. As aquarelas fazem parte de um universo de mais de 120 pinturas produzidas com a mesma temática, nas quais Carybé contribui de forma ímpar para a preservação dos valores culturais trazidos da África na diáspora, retratando os cultos aos deuses africanos no candomblé na Bahia.
A exposição é dedicada a Nancy Bernabó, viúva de Carybé, e Mãe Senhora yalorixá do terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, onde Carybé recebeu o título de maior orgulho de sua vida, o de Obá de Xangô. “Meu pai tinha uma relação muito forte com o candomblé da Bahia. Inicialmente era de encantamento com os rituais, com as partes estéticas do candomblé até que finalmente passou a fazer parte“, conclui Solange.
Curadoria - Solange Bernabó atua na área cultural desde 1983 e, desde 1993, é proprietária da Galeria Oxum Casa de Arte, com sedes na Ladeira da Barra e no Pelourinho. Participou da Fundação Pierre Verger desde a sua instituição. Foi secretária geral, de 1996 a 2000, e hoje é membro do Conselho Curador. Atualmente, é secretária do Instituto Carybé e membro do Conselho Curador da Fundação Casa de Jorge Amado. Faz curadoria e organiza exposições de Carybé e outros artistas. Prestou Assessoria Geral na concepção da comemoração e das exposições referentes ao centenário de Pierre Verger. Foi a Coordenadora Geral da exposição Carybé, realizada em 2009, no Museu de Arte Moderna da Bahia e curadora da exposição Carybé, realizada em 2010, na Embaixada Brasileira em Buenos Aires, na Argentina.
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