O que é a depressão? Um mal do nosso tempo? O que a desencadeia? Por que ela tem afetado tanto a juventude? Existem grupos sociais mais vulneráveis a ela? E, principalmente, o que a universidade tem a ver com isso? Estes são alguns dos questionamentos que mobilizaram estudantes da Faculdade de Comunicação, da Universidade Federal da Bahia (FACOM/UFBA), a organizar a mesa redonda “Mal-estar na universidade: ansiedade e depressão entre estudantes da UFBA”, que acontece no dia 21 de outubro (sexta-feira), às 9h, no auditório da FACOM, no campus de Ondina.

Para falar sobre o tema, estarão presentes a ouvidora da UFBA, Denise Vieira; a coordenadora do grupo NEGRAS (Núcleo de Estudos em Gênero, Raça e Saúde /UFRB), Denize Ribeiro; a psicóloga da ouvidoria, Luciana Diz; a médica do SMURB (Serviço Médico Universitário Rubens Brasil/UFBA), Rita França; e Ester Pires, do grupo de ajuda mútua no Facebook Tamo Junto. O diálogo será mediado por Camila Fiuza, estudante de Jornalismo da Facom.

O evento integra as atividades desenvolvidas na disciplina Comunicação e Atualidade I, ministrada pela Professora Dra. Graciela Natansohn, durante o semestre 2016.1. Até o dia do evento, caixas espalhadas pelo campus estarão disponíveis para aqueles/as estudantes que desejem compartilhar suas angústias sobre o tema. A ideia é que alguns dos relatos sejam levados para o debate e gerem reflexões entre os/as presentes. Quem desejar contribuir com relatos, pode depositá-los numa das caixas espalhadas pelo campus de Ondina, localizadas na Biblioteca Central Reitor Macedo Costa, no Restaurante Universitário (RU) e na recepção da Facom.

Um mal indizível e epidêmico

Apesar de haver muito tabu social em se falar abertamente sobre transtornos mentais, a depressão tem crescido em todo o mundo e se tornado familiar a todas/os nós. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 2014, mais de 350 milhões de pessoas (cerca de 7% da população mundial) sofrem de depressão. O Brasil apresenta-se como um dos países líderes no ranking mundial. A doença parece, ainda, afetar de forma seletiva mais a mulheres e adolescentes. E em seu estágio mais agravado, a depressão pode levar ao suicídio, uma das principais causas de morte entre jovens no mundo.

Apesar de alarmantes, os dados acima estão subestimados, ao menos é o que acreditam muitos especialistas. Ou seja, a realidade pode ser bem pior e a depressão ser um processo epidêmico em ascensão em todo o globo. Daí a relevância em trazer esta temática para a universidade e pensar, conjuntamente, formas multidisciplinares de abordagem e acolhimento.