Dia 13 de novembro poderia ser um domingo comum, dia de acordar mais tarde, descansar, comer até não poder mais, assistir um filminho, ou, simplesmente, não fazer nada, mas nós, comissão da organização da Marcha do Empoderamento Crespo de Salvador, viemos para mudar esse cenário entediante e dizer que:
Vai ter a II Marcha do Empoderamento Crespo de Salvador SIM!!
Ano passado, nós levamos mais de 4 mil pessoas para o centro de Salvador e esperamos triplicar a meta com força total esse ano, para mais uma vez ecoar o nosso grito de afirmação estétic...a:

“EU TÔ NA RUA, É PRA LUTAR, PELO DIREITO DO CABELO ENCRESPAR!”

O nosso principal foco é o empoderamento através da estética negra que é inferiorizada diariamente pela sociedade racista. O fio crespo, o corpo negro e suas características precisam ser empoderadas frente a luta antirracista, desfazendo assim, todas as construções racistas que recaem afetando diretamente a nossa autoestima. A nossa linha de frente são as mulheres, pois compreendemos, enquanto movimento feminista negro, que nós somos vítimas do racismo e do machismo. Então, mulheres negras, é com o seguinte grito de poder que lutaremos juntas:

“Crespa ou de turbante, essa luta é minha, de trança ou de dread, toda negra é rainha. ”

As crianças crespas também serão a nossa prioridade, pois o racismo é cruel desde a infância, e acreditamos que, uma criança segura e empoderada em relação aos seus traços, ela será muito mais feliz e fortalecida para um futuro adulto crespo.
Em função de todos esses argumentos, viemos afirmar esse tombamento: NÓS ESTAREMOS EM MARCHA, na rua, no dia 13 de novembro, concentração às 12 horas no centro da praça do Campo Grande. E assim, nós contamos com você: mulher negra, homem negro, criança negra, idosa negra, idoso negro. Seja você, preta, preto, de cabelo trançado, dread locks, twists, cabeça raspada, desenhada, alisada, em transição, com sua juba colorida ao vento, descolorida, grisalha, de duas cores, ou mais, enfatizamos o chamado crespo: VENHAM TODAS E TODOS!

“A trama das nossas tranças é poder que nos levanta. O nosso fio crespo, é nossa resistência cotidiana. A nossa juba que cresce, nos levanta e floresce. A consistência dos nossos dreads, nos dá força e enaltece. A nossa cabeça desenhada traduz que: “sou preto, abaixa a arma! ”. A nossa juba colorida, lembra escolha e não nos priva. ”