Retomando a programação do “Memórias Contemporâneas” enquanto realização conjunta da Fundação Pedro Calmon (FPC), entidade vinculada à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA), e o Goethe-Institut Salvador-Bahia, a primeira edição do projeto em 2018 apresenta o tema “Mulheres e Arte – doing by ourselves”. Para o debate, estarão presentes a DJ Ipek (Alemanha/Turquia), a artista visual Paz Ortúzar (Chile) e a compositora e multi-instrumentista baiana Suyá Nascimento (Brasil), mediadas pela antropóloga Jane de Hohenstein. O evento será no dia 19 de março (segunda-feira), às 19h, na Biblioteca do Goethe-Institut, com entrada franca, e contará com performances das artistas após a conversa.

Instituído pelo Centro de Memória da Bahia da FPC, o “Memórias Contemporâneas” é um projeto nas áreas de história e memória que objetiva a constituição de um banco de dados audiovisual acerca da cultura e seus agentes, a partir da década de 1950. Os encontros, que se atentam à relação de organizações e movimentos sociais com o campo da cultura e o protagonismo das linguagens artísticas nas disputas identitárias, são registrados em vídeo. Pondo em diálogo agentes convidados e o público, o pensamento calcado na memória é difundido, gerando, assim, outra fonte de conhecimento que não apenas os documentos escritos. A parceria entre a FPC e o Goethe-Institut atribui ao projeto o compromisso de desenrolar temas de reflexão a partir de experiências globais, perpassando as relações de poder na contemporaneidade na discussão de pautas urgentes.

“Existem muitas mulheres artistas em todo o mundo, mas elas não são suficientemente ecoadas ou visíveis. Por quê? Quais as razões?”, pergunta a DJ Ipek. “As mulheres artistas não têm o mesmo reconhecimento, condições e remunerações que os homens. Existem exemplos de como fazer a diferença? Existem comunidades ou Estados interessados em intervir nesta desigualdade? Reunimos aqui três artistas de backgrounds e origens distintas para tratar deste desafio semelhante a toda mulher”, completa ela sobre a proposta do debate. Ipek e Ortúzar estão na capital baiana como residentes do Programa de Residência Artística Vila Sul do Goethe-Institut Salvador-Bahia, sendo a última apoiada pelo Goethe-Institut Santiago do Chile.

Em continentes diferentes, em práticas diferentes, qual a situação atual das mulheres da arte? Como se desenvolvem o preconceito e o machismo neste campo? Como isso se dá para as mulheres latinas que atuam no Norte? E para as mulheres negras? Em experiencias individuais e coletivas, o que elas estão fazendo por elas mesmas? Que soluções encontraram ou buscam?