Há doze anos, Alex Castro escreve sobre as bolas de ferro mentais e emocionais que arrastamos pela vida: as ideias pré-concebidas, as tradições mal explicadas, os costumes sem sentido. No dia 3 de agosto, domingo, ele traz a Salvador o encontro “As Prisões”, que vem rodando todo o Brasil para debater temas relacionados a verdade, dinheiro, trabalho, privilégio, sexismo, racismo, monogamia, religião, patriotismo, escolhas, respeito, certezas, medo, ambição, felicidade, narcisismo e “os outros”. O local do evento, que acontece das 9 às 19 horas, será indicado aos participantes, que deverão se inscrever através do endereço http://alexcastro.com.br/palestras, pelo preço de R$ 150, até o dia 27 de julho, ou R$ 200, na última semana. A lotação é de 25 pessoas.
O público-alvo são os deslocados e incomodados. O encontro lhes oferece a oportunidade de descobrir interlocutores e passar um dia inteiro trocando histórias, compartilhando vidas, debatendo perplexidades. Até que, ao final do dia, estão exaustos, gastos, esvaziados. Confusos, atarantados, chacoalhados.
O encontro “As Prisões” é independente por ideologia. Não possui vínculo institucional algum. É divulgado pela internet de forma alternativa e realizado em praias, parques, quintais, praças. Oferece frutas e castanhas para lanche e tem um intervalo para almoço. Muitas vezes, a química é tanta que os participantes não querem ir embora: o encontro mais longo durou 13 horas.
Não é autoajuda, terapia, coaching. Não é palestra, aula, exposição de conteúdo. Não tem apostila, powerpoint, frases de efeito para anotar no moleskine. Não oferece respostas, soluções, remédios. Não promete uma vida mais calma, mais centrada, mais bem-sucedida. Não ajuda em nada. Pelo contrário, só atrapalha. Às vezes, transforma os participantes em pessoas ainda mais confusas, desajustadas, perdidas. Afinal, ser bem-sucedido e bem-ajustado em um mundo canalha pode bem ser indicativo de nossa própria canalhice.
Política de gratuidades – O encontro é pago. Mas negar uma pessoa só porque ela não pode pagar seria dar importância demais a essa convenção arbitrária que chamamos dinheiro. Portanto, algumas pessoas pagam, outras pagam menos, outras não pagam. Na prática, as que pagam possibilitam a participação das que não pagam. Nada poderia ser mais solidário do que isso. (Para saber mais, consulte a política de gratuidades.) |