Após um período de sucesso na galeria Pierre Verger e sala de projeção Alexandre Robatto, na Dimas, a mostra InanimaDor, prossegue em nova temporada, na galeria e cinema do Museu Eugênio Teixeira Leal, localizado no Pelourinho (ao lado do pátio da antiga Escola de Medicina da Ufba). A nova programação terá início no dia 13 de abril e segue até 04 de maio, com visitação de segunda à sexta das 9h às 18h e sábado e domingo das 13h às 17h.

Na mostra, o público visitante terá um encontro com a atual realidade que envolve as artes contemporâneas, especificamente quando se refere aos trabalhos artísticos voltados para o vídeo, onde se percebe uma variedade de novas linguagens e ou estilos que surgem e se configuram como elementos que passam a compor uma identidade visual diferenciada. A proposta artística envolve a exposição da série de vídeos InanimaDor e Fotoframes, propondo para uma criação estética diferenciada, na busca por novas apreensões e configurações estilísticas.

A partir do neologismo “VídeoDoc.Arte”, criado pelo artista visual e jornalista Fábio Salmeron, como fruto da dissertação de mestrado na Escola de Belas Artes – Universidade Federal da Bahia, configura-se uma diferente e inédita estética dentro das classificações ou formas já configuradas nas construções que envolvem o vídeo, como linguagem contemporânea.

No estudo o pesquisador mergulha nas suas experiências como documentarista e busca nos conceitos técnicos do gênero documentário elementos que passam a ser associados aos do videoarte, e juntos, passam a criar normas e ponderações em torno de uma construção videográfica, chamada de VídeoDoc.Arte. Constituindo uma oportunidade de criação estética e narrativa, tendo na poética dessas duas artes (documentário e videoarte), o fio condutor para se construir a noção criativa que deu origem a série InanimaDor.

O conjunto de quatro vídeos que serão apresentados ao público de forma seriada, tem como temática central as sensações que estão relacionadas a “Dor”. A dor passa a ser o tema em que os vídeos foram construídos, tendo como protagonistas objetos inanimados (tecido, lata, papel, tinta, porta-retratos e abridores de lata), dentro de um enredo que sugere para uma manipulação de tal forma, que despertam e ou requerem uma tensão de algo desconfortante, desagradável ou dolorido.

A obra no que relaciona-se à sua essência em arte, faz inúmeros questionamentos, principalmente em relação as questões da natureza humana, quando utiliza objetos, coisas do cotidiano e passa a animá-los, como se tivessem vida própria. Dessa forma, faz-se uma crítica a uma sociedade consumista, à banalização da vida, aos sentimentos e sensações que devem ser preservados de forma verdadeira, à frieza em meio às sensações e sentimentos de terceiros, enfim, a tudo que nos cerca, que é de nossa natureza e que passa a ser tratado com distanciamento.

Sobre o Museu Eugênio:

O Museu Eugênio Teixeira Leal / Memorial do Banco Econômico é um Centro Cultural formado por Cineteatro, Arquivo Histórico, Biblioteca, Galeria de Arte e Salas de Exposições, onde desenvolve diversas ações e programas educativos, culturais e de inclusão social. Está localizado em um belíssimo sobrado do século XIX, no Centro Histórico de Salvador, equipado com ar condicionado, elevador, sanitários para portadores de necessidades especiais e lojinha de souvenirs.

O acervo é composto por 6.803 peças dentre elas, moedas, medalhas e condecorações nacionais e estrangeiras, documentos, mobiliário antigo, pinturas, placas, troféus e livros. A exposição de longa duração está dividida em quatro módulos temáticos: Medalhas, Condecorações Nacionais e Estrangeiras, História do Banco Econômico e História do Dinheiro, bastante apreciados pelos visitantes devido a diversidade de temas abordados e seu valioso conteúdo histórico. Esta estrutura física com seu rico e variado acervo permitiu a criação de diversas programações educativas e culturais desenvolvidas gratuitamente: Programa Museu Escola, Cineclube do Eugênio, Varal Cultural, AEIOUtubro, Moral da História, Arte no Eugênio, Dinheiro: Trocando em Miúdos, Inclusão Sócio Digital, Arte no Eugênio e O Natal em Você, contemplando várias crianças e jovens baianos.

A Biblioteca Innocêncio Marques de Góes Calmon tem o acervo especializado em Museologia, Numismática, Direito, Arte, História sociocultural, econômica e financeira da Bahia. Está estimado em 20.000 títulos, dentre livros, periódicos, coleção de áudio visual, coleção de obras raras que figuram exemplares editados no século XVII e XVIII, da história da Bahia e do Brasil, e documentos especializados em história sociocultural, econômica e política da Bahia. O Arquivo Histórico foi criado em 1984 devido a comemoração ao sesquicentenário do Banco Econômico S.A. – BESA tem como objetivo preservar e divulgar a memória da instituição financeira através de documentos como: atas, ações, balancetes, cheques, cautelas, documentos contábeis, estatutos, fotografias, livros de registro de funcionários das agências do país, notas promissórias, planos e programas de disciplinas, projetos, propagandas, recibos, relatórios, telegramas, CD-ROM entre outros.

O Cineteatro Góes Calmon, criado a princípio para ser uma sala de projeção, equipado com as maquinárias do antigo Cine Maria Bethânia, possui capacidade para 110 pessoas. É um ambiente confortável, climatizado, aberto não só para mostra de vídeo e projeções cinematográficas, mas também para realização de cursos, seminários, palestras, conferências, reuniões, encontro, espetáculos, dentre outros eventos. É um espaço a serviço da comunidade.