Java Jota é um escritor que busca reviver os momentos de orgasmo que teve com a mulher perdida, ou nunca encontrada fisicamente: Rosa. Ele sabe que os encontros com ela inspiram a literatura, e a inspiração da literatura traz de volta os momentos com ela, colocando-o num ciclo vicioso do qual não consegue sair.
Segundo o autor, Java Jota foi concebido para ser um livro de contos, mas os textos, escritos separadamente, saíram tão intrincados que o agente e revisor Daniel Ribas sugeriu que os títulos fossem cortados, dando à obra uma cara de novela e mantendo a independência dos textos, a ser notada pelos leitores. É uma prosa-poética alimentada pela sensação da escrita e do orgasmo com a mulher amada. É uma tentativa de demonstrar o quão instintivo o ato de escrever pode ser. E quão poético o ato de gozar é. Nenhuma palavra está à toa, elas servem para cumprir mais um objetivo de Thiago: “escrever um texto bonito com palavras bonitas e bem arranjadas, mesmo que o resultado fosse imagens recortadas e cenas ou histórias aparentemente soltas.”
Java Jota, editado pela premiada e destacada editora paulista Patuá, é um livro ousado na sua forma, que passeia por mais de um estilo literário e perde seu compromisso com a história aristotélica: início, meio e fim.
O crítico literário e escritor Sérgio Tavares comentou: “começa com uma poesia lisérgica, uma narrativa mezzo hedonista mezzo existencial, até que se desvenda um embate onírico entre criador e criatura dos mais surpreendentes.” Partindo da lisergia e das imagens partidas, bem como histórias entrecortadas de um mesmo personagem, o escritor Java Jota, a novela cruza a paixão com a necessidade da escrita e o desejo erótico pela mulher amada. Sobre a prosa-poética, o diretor teatral Fernando Guerreiro, que assina a orelha, escreveu se tratar de um “caleidoscópio frenético às vezes sublime, muitas vezes vulgar, mas nunca artificial ou empostado.” Seguindo a mesma linha o poeta brasiliense Luis Turiba disse: “Um emaranhado de textos que não conseguimos sair”. No prefácio, Cairo Trindade, o poeta erótico conhecido como príncipe pornô dos anos 80, mestre de muitos poetas, escreve: “toda a poética do texto se apoia em elementos caros à Literatura: metalinguagem, erotismo, um lance místico e outro, selvagem. Tudo com calculado requinte. Em círculos, curvas, tons e semitons, quase música, como bem observou Daniel Ribas [agente literário da obra].”
A editora Patuá tem quatro anos de mercado e coleciona números como: 300 publicações e indicações e reconhecimentos pelos os prêmios Jabuti, Portugal Telecom, São Paulo de Literatura entre outros de importância nacional e internacional. A Patuá é tocada pelo editor Eduardo Lacerda que tem sido considerado no eixo Rio - São Paulo o mago da literatura contemporânea, por trazer ao mercado jovens de alta qualidade literária que não teriam espaço em grandes editora. |