Ogum's Toques do escritor Ronald Augusto | | | | Sexta-feira 26 Setembro 2014, 18:30 |
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| A obra poética de Ronald Augusto, submetida a uma leitura atenta, impressiona pelo intenso exercício com a linguagem. O poeta joga com as palavras, que trabalhadas em seus muitos sentidos transportam vida, história e forte personalidade. Seus textos prezam pelo tom hermético, exigindo do leitor um olhar sutil e rigorosamente cuidadoso na busca pela interpretação. Alguns trazem características concretas e visuais, herança do movimento que se iniciou em 1950 e que teve como precursores os irmãos Haroldo e Augusto de Campos e Décio Pignatari.
Embora este modelo poético se caracterize pela objetividade e pelo discurso direto, no viés dos textos de Ronald Augusto nem sempre esta marca se manifesta. Sua forma de comunicar não é óbvia e buscar a “mensagem” que o poeta objetiva transmitir é tarefa que exige inúmeras releituras. Neste sentido, torna-se relevante apontar para a opinião do próprio autor, encontrada em seu blog, acerca da comunicação poética:
"Para o leitor, o poema se apresenta, numa primeira aproximação, como que vertido em língua estranha, mas ao mesmo tempo remotamente familiar. Na comunicação poética, a imagem da leitura como operação tradutória se impõe de modo decisivo. A comunicação poética pressupõe certa dose de intraduzibilidade, dilema que, por outro lado, se resolve no momento em que o leitor-poeta assume a responsabilidade pela co-autoria daquele texto, por meio de um gesto de interpretação livre. Tradução-leitura envolvente convertida em transcriação. (http://poesia-pau.zip.net/)"
É exatamente o que se verifica nas poesias de Ronald Augusto, essa “língua estranha” é de certa forma familiar, e o leitor encerra um papel fundamental nesta interpretação, ao decodificar as palavras do poeta e desvelar aos poucos o sentido de seus versos e conseqüentemente de sua poesia."
Local: UFBA (Campos Ondina) | | Valor Não Informado A poética do estranhamento e a afro brasilidade na produção de Ronald Augusto. | |
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