Elogiada por diversos artistas do gênero, como Duda Sepúlveda (vocalista da Diamba) e Serginho (banda Adão Negro), a Verbo e Juízo inaugura uma temporada de shows nos meses de dezembro e janeiro, sempre às segundas-feiras, 20h, no Dubliners Irish Pub (Rio Vermelho).
Na programação, abertura com o DJ Gabriel Simon (Coletivo Prime Squad), show da Verbo e Juízo e, no encerramento, a apresentação de uma banda convidada. Nesse toplist, estão Tallowah, Ikenfron, A Unidade, Xarope MC & Banda Laroyê, Cativeiro, Manos Pretos, Moa Anbesa e Pali OJC.
Formada por Pedro Ubanto e Igor Ribeiro (vocalistas), Naiara Gramacho (vocal e flauta), Tiago Calixto (baixo e direção musical), Jair Rocha (Baterista), Alexandre Seara (guitarra) e Daniel Couto (teclado), a Verbo e Juízo segue a tendência de bandas híbridas, que misturam ritmos variados, como Asian Dub, O Rappa, Dub Inc e Planeta Hemp. O grupo traz para a cena seu repertório autoral, numa fusão de reggae e rap, que também inclui releituras de hits dos Paralamas, Adão Negro e do próprio O Rappa .
Integrante dos coletivos Reggae Vibes e Campanha Mais Reggae, a Verbo e Juízo vem se apresentando em diversos bairros populares de Salvador e no Interior da Bahia, nos municípios de Ilhéus, Itacaré, Juazeiro, entre outros.
Em parceria com Tiago Calixto e Igor Ribeiro, Pedro Ubanto é autor das muitas letras do grupo. Em suas composições, aborda diversos temas sociais e existencialistas, que provocam a reflexão sobre questões raciais, de identidade, da cultura negra, da educação e de uma série de temáticas urbanas, convocando a sociedade a lutar pelos seus direitos, como bem diz a música Tocaia:
"Kaia/ Levante e ande à praia/ Preguiça é Tocaia/ Sinta a natureza à sua volta and input your faya/ feeling all the power/ to the world to the Gaia/ Levante a energia pra que nunca mais tu caia/
Pedro Ubanto já acumula cerca de 50 composições e costuma inserir trechos de poemas de grandes escritores e pensadores em suas canções, a exemplo de João Cabral de Melo Neto, Cecília Meirelles, Carlos Marighella e Fernando Pessoa (Alberto Caeiro).
Graduado em Rádio e TV pela UESC e em Interpretação Teatral Pela UFBA, Ubanto explora no palco a sua pulsante verve teatral e faz da Música a sua própria mídia; para tratar de assuntos que não ocupam o devido espaço na Imprensa. É através dela que fala também dos abusos decorrentes da exclusão social e da violência, como bem diz na música Babylon System:
"Pobre morrendo é estatística/ Rico morrendo vira notícia/ Num país sem segurança/ Nas mãos do tráfico e da milícia/ Polícia sem perícia ou precisão/ faz limpeza étnica no seio da nação".
Natural de Ilhéus e filho de jornalistas, Pedro Ubanto sempre teve o incentivo e o apoio dos pais em sua vocação para o exercício da poesia, da música e do teatro. Aos 22 anos, começou a cantar nas peças do Teatro Popular de Ilhéus, onde conheceu o mestre repentista Azulão, com quem teve o prazer de aprender os meandros dessa arte. Inclusive, as bases do repente e da embolada o levaram a transição para o rap, com o auxílio precioso do jornalista e MC Rans Spectro e do filósofo e amigo Jef Rodriguez, vocalistas da banda OQuadro - considerada pelo artista uma referência para o seu trabalho.
Entretanto, foi no Teatro que Pedro Ubanto se descobriu como como cantor de rap, na peça "É Tudo Nosso" (direção de Diego Pinheiro), em 2009; incentivado pelo amigo e parceiro Tiago Calixto. Recentemente, a Verbo e Juízo lançou um EP com 6 músicas autorais e planeja em 2016 gravar o primeiro disco e expandir sua arte para outros territórios, para além das fronteiras da Bahia.
#MAISREGGAE é um projeto de campanha coletiva e colaborativa sem fins lucrativos entre artistas, bandas, DJs, produtores, jornalistas, programas de rádio, mídia online e casas de espetáculo da cena reggae de Salvador. A Bahia já presenteou o Brasil com tantos artistas de respeito e o intuito do #MAISREGGAE é mostrar a nova cara do reggae baiano tanto através dos seus promissores talentos como das novidades de bandas já consagradas. |