Poucos sabem, mas a origem humana tem relação direta com o rock’n’roll, extraterrestres, ópera e desenho animado. Pelo menos isso é o que propõem os irmãos Fabio Shiva e Fabrício Barretto, que misturaram todos esses elementos em ANUNNAKI, a primeira ópera rock criada em filme de animação, que será lançada oficialmente no dia 19 de setembro, segunda-feira, no Espaço Itaú de Cinema - Glauber Rocha, em sessão especial às 21 horas, com ingressos a R$ 8 e R$ 4.

A obra é baseada nas escrituras do povo sumério, a mais antiga civilização reconhecida pela história, que narram como a humanidade foi criada por seres de outro planeta que vieram à Terra há milhares de anos. Os dois irmãos – que integram a banda Mensageiros do Vento – compuseram a ópera rock inspirados em pesquisas que defendem uma explicação alternativa para a origem da humanidade, principalmente nos estudos do pesquisador Zecharia Sitchin (1920-2010).

A direção, desenhos e animação ficaram a cargo de Fabrício Barretto, responsável pelas composições, guitarra e voz. Já o roteiro e textos foram feitos por Fabio Shiva, que também compôs músicas e tocou contrabaixo em ANUNNAKI.

REALIZAÇÃO – A produção artística do projeto é de Richard Meyer, com produção executiva de Analu Franca. A banda Mensageiros do Vento é formada por Fabrício Barretto (voz e guitarra), Fabio Shiva (baixo) e Thiago Andrade (bateria). ANUNNAKI conta ainda com as participações especiais de Julio Caldas (bandolim e talk box), dos guitarristas Tassio Bacelar e Carlos Lopes (guitarra), de José Rios (samplers), Kiko Souza (sax), Luciano Campos (acordeom) e das cantoras Eneida Lima e Kekedy Lucie.

Patrocinada pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult), após ter sido selecionada por Edital de Música do Fundo de Cultura, a ópera rock ANUNNAKI – Mensageiros do Vento tem o apoio do Massa Sonora Estúdio, do Espaço Itaú de Cinema - Glauber Rocha, Editora Cogito, Athelier PHNX, Staner Audioamérica e Servdonto.

EXPERIÊNCIA – Os dois autores da ópera rock baiana (e universal) já têm experiências com obras conceituais. Quando radicados no Rio de Janeiro, nos anos 1990/2000, eles comandavam a banda de heavy metal Imago Mortis, uma das mais conceituadas do cenário brasileiro, tendo lançado o disco conceitual “Vida - The Play of Change”, que trata de uma pessoa que sofre de uma doença incurável: a própria vida.

De volta à Bahia, Shiva passou a se dedicar a aulas de música para crianças e à carreira de escritor. Em seu currículo consta o romance policial “Sincronicídio”, além de livros de poesias e contos. Inclusive, os Anunnaki são pano de fundo para ‘A Marca’, conto que integra o livro “Isso É Tudo Muito Raro/Labirinto Circular”, lançado pela editora Cogito. Já Fabrício tem se dedicado à carreira de músico profissional e artista visual.

ESCRITURAS – As escrituras dos sumérios datam de 4 mil anos antes de Cristo, mas só foram traduzidas em 1872. Tratando de personagens e episódios que fazem parte do imaginário humano – tanto religioso quanto ufológico – os textos abordam nomes muito próximos dos que constam na Bíblia cristã: Adamu, Ka-In, Abael, o fruto da árvore proibida e o dilúvio. Além disso, os próprios Anunnaki são similares aos anjos.

Entretanto, apesar de ter como base esses ensinamentos pouco divulgados – a não ser entre os que pesquisam as teorias dos deuses astronautas e alienígenas do passado – a ópera rock ANUNNAKI não foi criada para catequizar ninguém. “Só queremos partilhar nossas dúvidas e propor uma nova visão sobre a origem da humanidade. Quem quiser pode curtir apenas como uma obra de ficção”, afirma Fabio Shiva, lembrando que outras óperas foram adaptadas para animação, mas essa é a primeira pensada em desenho animado desde sua origem.

“Sempre fomos fãs de óperas rock, como ‘Tommy’ [da banda inglesa The Who] e ‘Jesus Christ Superstar’ [do compositor inglês Andrew Lloyd Webber], assim como gostamos de filosofia, ufologia, história e desenho animado [risos]. Foi natural reunirmos todos os nossos interesses”, destaca Fabrício Barretto.

Visualmente, a ópera rock remete aos desenhos animados dos anos 1950 e 1960, além dos animes orientais. Musicalmente, a referência é o hard rock, heavy metal e rock progressivo, característicos às óperas rock, mas com um tom eclético e regional. O som de ANUNNAKI traz elementos de heavy, rock, reggae, jazz, música erudita, blues, afro music, baião e tudo que integra o cenário musical brasileiro.