Aiace vai apresentar as músicas que fazem parte disco, que conta com participações de nomes importantes da música brasileira como Luiz Melodia e Lazzo, além de regravações de clássicos como a música “Na Primeira Manhã”, de Alceu Valença. No palco, a cantora terá companhia da banda formada pelos músicos Alexandre Vieira (baixo), Sebastian Notini (bateria), Bruno Aranha (teclado), Théo Silva (Guitarra) e Gabi Riddim (programações eletrônicas). A direção musical fica sob o comando do multi-instrumentista Jorge Solovera.

SOBRE O DISCO – Com dez faixas, “Dentro Ali” é, segundo Aiace, o “recorte de uma fase bem importante, o primeiro passo para descobertas sozinha”. O disco tem a ilustre participação de Luiz Melodia, na música “Samba é Sacerdócio”, que também é um dos últimos registros do cantor em estúdio. A canção foi composta por Paulo Mutti, que musicou o poema escrito por seu pai, Gileno Felix. “Quando Paulo me mostrou achei linda e fiquei apaixonada pela música. Poucos meses depois nós conhecemos Melodia por intermédio de meu pai e Ricardo Augusto”, conta.

Depois disso, eles apresentaram “Samba é sacerdócio” a Melodia, que se interessou em gravar com Aiace. “Para mim foi uma honra gigantesca, por ter muito dele e da sua música como uma das minhas grandes influências”, explica Aiace. “Gravamos justamente a canção composta para ele e hoje é ainda mais forte escutá-lo cantando ‘eterno é o que não se sabe / o dia que chega ao fim’”, completa a compositora.

“Dentro Ali” tem também uma parceria com Lazzo Matumbi na canção “Nega Margarida (Ê Menina)”. Lazzo é padrinho de Aiace. Trata-se de uma música cheia de significado afetivo, já que relembra Salinas da Margarida, onde costumava veranear na infância. “Também é super especial por dividir a faixa com Lazzo, que a compôs junto com Ray Cezar”, explica. “Ele e meu pai são amigos e, por isso, tenho contato com ele desde pequena, ele foi minha primeira escola de música e um dos primeiros que me incentivou nessa estrada”, comenta Aiace.

“Há uma relação muito íntima minha com essas músicas”, diz Aiace sobre as faixas do disco. Entre elas, a cantora destaca “Mel”, composta por seu pai, Gileno Félix, e seu parceiro Dilton Machado, quando ela ainda nem havia nascido. “Ele fez e guardou para mim, sem nem saber que eu seria cantora um dia”, conta. A música que abre o disco é outro destaque. “Pra ver sabiá cantar” é uma composição dela com o pai, de quando Aiace tinha apenas 3 anos de idade. “Fizemos para uma sabiá que criávamos livre, que visitava a gente todo dia. Um dia comecei a falar algumas coisas e meu pai entrou na onda”, explica. “Outras canções mais recentes chegaram como presentes e foram ficando. Todas elas quando ouvi a primeira vez não conseguia parar de cantarolar depois, estavam em mim e falavam por mim”, comenta.

“Dentro Ali” traz também músicas de nomes brasileiros conhecidíssimos como Alceu Valença e Dominguinhos. Do primeiro, ela gravou “Na primeira manhã”. Sou super fã dele e essa é uma música que me remete a histórias muito antigas”, conta. “A gente desconstruiu um pouco a faixa e a transformamos em um reggae, o resultado ficou superbacana”, comenta a cantora.

Já de Dominguinhos, ela gravou “Contrato de separação”, que também é assinada por Anastácia. “Tive contato com ela em 2010, quando ainda estava na Escola de Música da UFBA fazendo graduação em Canto Popular, e me apaixonei imediatamente por ela, tanto pela poesia forte quanto pela delicadeza e pelos detalhes da melodia”, explica. Além disso, o arranjo dessa música é um presente que Aiace ganhou de um de seus professores, Pedro Augusto Dias.

O disco foi gravado completamente independente e “por isso, mais ainda dependente de amigos”. “O disco é resultado de tudo que eu fiz até aqui, de tudo que vivi e de todas as experiências que tive em cada grupo que eu trabalhei e de cada projeto que eu coloquei minha voz”, diz Aiace. A cantora diz que com ele teve a oportunidade de experimentar linguagens que sempre teve vontade. “Dentro Ali” flerta com o pop, MPB, ritmos afro-baianos, o reggae, o jazz e o rock.

Foi um trabalho de parceria com Paulo Mutti, o produtor musical, que também assina algumas composições. “Fomos debatendo muito e conversando sobre o que pensávamos sobre as músicas. Poder gravar esse disco foi um processo de autoconhecimento muito grande”, finaliza Aiace.