O coletivo É Samba da Bahia! e a Casa Preta Espaço de Cultura promovem no dia 30 de maio, às 16h, o espetáculo “Guiga de Ogum reverencia os Orixás”, um projeto musical concebido pelo Poeta da Preguiça há mais de 10 anos e que, finalmente, será apresentado ao público. Nesta live-show, que será realizada na Casa Preta Espaço de Cultura e transmitida no canal do YouTube do coletivo É Samba da Bahia! (ÉSBA!) e na página do Facebook de Guiga de Ogum, o compositor soteropolitano estará acompanhado de Gabriel Batatinha (violão) e Seraina Gratwohl (violino e percussão).

O sagrado sempre teve um papel de destaque na poética de Guiga de Ogum. Seja em sambas ou ijexás, são muitas as referências em suas composições às divindades do candomblé e do catolicismo popular. Aos orixás, teve suas homenagens a Iemanjá (“Presentes do Mar”), Ogum (“Ronda ronda”), Oxum (“Deusa do Rio”) e Xangô (“Kabesilê”), bem como aos Ibejis (“Beiji”), registradas por Leny Andrade, pelos conjuntos Bambas de Sampa e Sambas das Flores, pela Orquestra Popular Sambagolá e pelo sambista Walmir Lima, respectivamente.

Além destas composições, estavam guardadas, há muito, mais um tributo a Oxum (“Dama de Ouro”), duas louvações a Iansã (“Bárbara” e “Dona dos Astros”) e homenagens a Oxumaré e ao caboclo Oniboiá, que serão apresentadas, em primeira mão, nesta live. Faltavam, para a finalização do repertório do show, as referências a Oxóssi, Obaluaê, Omolu e Oxalá, dono de sua cabeça, que foram feitas sob encomenda para a ocasião. Fecha-se, assim, um ciclo e abre-se um caminho para o compositor e poeta baiano: mais que um sonho antigo de Guiga, tal empreitada já havia sido recomendada a ele por matriarcas do candomblé de Salvador.

A confiança para a criação dos arranjos e para o acompanhamento foi destinada a Gabriel Batatinha (neto do saudoso Oscar da Penha) e a Seraina Gratwohl. Poucos conhecem tão bem o repertório de ijexás de Guiga de Ogum como o casal formado pelo músico baiano e a musicista suíça, integrantes da Sambagolá, orquestra popular que tem no velho compositor da Ladeira da Preguiça seu padrinho.

A iniciativa foi contemplada pelo Prêmio de Preservação de Bens Culturais Populares e Identitários da Bahia Emília Biancardi 2020 e conta com apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e do Centro de Culturas Populares e Identitárias (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.