**JAZZ IN CINÉ** Em essência, o Jazz se valeria de qualquer tema, de qualquer ideia, de qualquer cultura musical ocidental, para existir em função e sentido. Qualquer esboço musical que se utilize de acordes, escalas e cadências, já seria suficiente para que um músico de jazz possa expressar-se, construindo o seu discurso a partir dessas referências, a serviço da sua expressão como homem/mulher, portanto, seres culturais.

No entanto, o que entendemos hoje como arte engloba um vasto campo de expressões. E se fizermos um recorte para a música, veremos que cada música tem uma função social, ou seja, cada e toda música tem o seu ambiente apropriado, compondo e conferindo a este ambiente a trilha que lhe sustentará a função a que se preste.

A música para cinema subverte essa ordem quando ela se apresenta para traduzir funções da vida num ambiente lúdico de entretenimento e de lazer. Mas é uma subversão que enfatiza o poder da música como aliada do enredo narrado, fazendo com que enredo passe a ter uma força maior e mais interessante do que a realidade, nua e crua.

A partir desta percepção, os músicos jazzistas acolheram esse repertório como forma de prestigiar essa criação artística, mas também e sobretudo, para expressar o seu ponto de vista sobre o que foi representado na tela dos cinemas mundo afora.

O repertório apresenta alguns desses clássicos das telas, oferecendo uma releitura que permitirá com que cada elemento criador do grupo se expresse a partir do material composto, temperando esse discurso livre, com as suas próprias lembranças e referências sobre o tema tocado.

Para o público, a experiência consiste em fechar os olhos e se deixar levar pelo que viu nas telas e pelo que vai ouvir neste noite. Enjoy it!

Texto e trompete @joatanascimento - piano @luaalmeida - baixo acústico @alexandrevieira - bateria @laurentrivemales