O Grão de Arroz completa 40 anos e celebra com grande festa no Teatro Jorge Amado, no dia 25 de novembro, a partir das 18h. A programação inclui palestra, lançamento de livro e do selo literário Grão Literário, sarau e a primeira edição do Troféu Grão de Música, que busca criar um espaço de valorização e promoção da música brasileira de todas as regiões do país e dos artistas que a fazem. Para Vera Martins, proprietária do Grão de Arroz, “a celebração significa vitória, uma grande vitória, pois quando Lula faleceu (há nove anos) todos achavam que o restaurante iria acabar junto com ele e mostramos que não, que ele cresceu, se perpetua e com a mesma filosofia, com o mesmo respeito e com a mesma preocupação  com o planeta”, afirma.

GRÃO LITERÁRIO - A programação começa às 18h, no foyer do teatro, com o lançamento do selo Grão Literário, do livro “Das Coisas que Aprendi” e sessão de autógrafo com o autor, Daniel Munduruku,  escritor e professor pertencente à etnia Mundurucu e vencedor de um prêmio Jabuti. Graduado em Filosofia, História e Psicologia, reconhecido internacionalmente, Daniel Munduruku é doutor em Educação pela Universidade de São Paulo, relações-públicas do Instituto Indígena Brasileiro da Propriedade Intelectual, diretor-presidente do Instituto Uk'a - a Casa dos Saberes Ancestrais, conselheiro-executivo do Museu do Índio do Rio de Janeiro e autor de mais de 45 livros, diversos deles infantis.

No livro “Das Coisas que Aprendi” , que tem fotografia de Antonio Carlos Banavita, é  uma parceria entre a Uk´a Editorial e o Grão de Arroz, Vera Martins faz a apresentação do Grão Literário, selo que tem o objetivo de difundir livros sobre alimentação, saúde e literatura, com verdadeiras “receitas do bom viver”. No restaurante nos Barris há um espaço reservado para publicações sobre filosofia macrobiótica, medicina chinesa, terapias alternativas, culinária integral, astrologia, partos naturais, cultivo orgânico e livros espirituais. O livro “Das Coisas que Aprendi” traz reflexões plenas de significados para o contexto atual. Procurando fazer uma leitura do tempo e da eternidade, o autor indígena presenteia seus leitores com boas doses da filosofia que o tornou um dos principais pensadores da atualidade. Ideias que poderão ser conferidas pelos presentes na palestra que o autor faz às 19h15, no palco do Teatro Jorge Amado.

GRÃO DE MÚSICA – às 20h será realizado o lançamento do Troféu Grão de Música, idealizado pela cantora e compositora Socorro Lira e realizado em parceria com o Grão de Arroz. O Troféu Grão de Música busca criar um espaço de valorização e promoção da música brasileira de todas as regiões do país e dos artistas que a fazem e será entregue aos artistas que participam da segunda edição do CD Grão de Música. A seleção das músicas e participantes é feita por convite da produção e, uma vez aceito, compositores, compositoras e/ou intérpretes cedem, gentilmente, os fonogramas que a comporão. Em contrapartida recebem uma cota do CD que não tem fins comerciais. Entretanto, cada artista pode usar, livremente, sua cota. Já a parte destinada ao Grão de Arroz e à produção serve, somente, para fins promocionais.

Fazem parte da segunda edição do CD Grão de Música : Consuelo de Paula, com “Retina”, Sandra Simões que cedeu a canção “Bem Dito”, Mateus Aleluia, com “Despreconceituosamente”, Patrícia Bastos, com “Demônio da Batom”, Gabi Buarque, com “Roda de Coco”, Maviael Melo , com “Fatia de Pão”, André Morais, com “Âmago”, Cláudia Cunha, com “Cabe um Tanto”, Juliana Ribeiro, com  “Eu vim das Águas”, Bule-Bule e Antônio Queiroz com “Levem pra ver se eu Consigo”, Sapiranga, com “Na Fronteira do Baião”, Rapadura Xique Chico, com “Rasga Chão”, Pirigulino Babilake, com “Gente Grande”, Katya Teixeira, com “Joaninha”, Julio Caldas, com “Muito Além”, Sandra Dualibe, com “A Receita” e Manuela Cavalaro, com “Mar Aberto”.

O genial artista visual Elifas Andreato assina a criação do Troféu Grão de Música. O troféu é uma escultura fundida em bronze maciço, de 30cm. Na peça, uma figura esguia segura um violão enquanto olha para o alto. Elifas  Andreato, que fará 50 anos de carreira em 2015 como artista plástico, produziu e produz peças de grande qualidade artística, com projeção internacional e reconhecimento no mundo inteiro. Juliana Ribeiro, Hugo Luna, Sandra Simões, Maviael Melo e Socorro Lira são as estrelas do sarau que celebra os 40 anos do Grão de Arroz. Todas as informações sobre a Coletânia Grão de Música e o Troféu Grão de Música estão no site www.graodemusica.com.br ,bem como Os CDs Grão de Música I e II para audição e download. Um documentário contendo depoimentos de clientes do Grão de Arroz, além de amigos e amigas de Lula, está em fase de finalização.

HISTÓRIA DO GRÃO - A história do Grão de Arroz começou em 1974, quando Lula - Luis Antonio Mota Cunha, idealizador do projeto - jornalista na época, foi até Brasília, e lá o amigo Vanderlei o apresentou um livro chamado “Macrobiótica Zen”. Lula quando leu o livro teve um sentimento que ali seria o futuro da humanidade, tinha tudo a ver com a situação vivenciada. Era época de Ditadura Militar. A partir disso, ele começou a trabalhar com macrobiótica. Conheceu aqui em Salvador a Associação Macrobiótica da Bahia, e decidiu abrir seu próprio espaço . Surgiu uma oportunidade de abrir um restaurante, e começou a discussão sobre  qual nome colocar. Ele  optou por “Grão de Arroz”, pois esse nome evidencia a macrobiótica. Na época diziam que a macrobiótica cura, a dieta do arroz promovia limpeza do organismo.

O primeiro ponto do restaurante foi na rua João Florêncio, atrás da Secretaria de Segurança Pública, na Piedade,  no playground de um prédio ligado à Igreja Católica, onde funcionou por seis anos . Em seguida o Grão  se mudou para a antiga rua Coqueiro da Piedade, nº 88, nos Barris, próximo à biblioteca Central, onde se  mantém até hoje. Vera Martins conta que na época da  ditadura militar todos ansiavam por mudanças, principalmente os jovens. “Achavam que o mundo não mudaria, porém, quando leram o livro, acreditaram na possibilidade de mudar. Pois, a proposta do livro era de que, através da macrobiótica, a mudança partia do próprio ser, através da limpeza das células do sangue, impactando inclusive a forma de pensar, de olhar o outro, de ser mais humano. A macrobiótica dá um sentimento de mudança proporciona uma percepção melhor de mundo”, conta ela.  E até hoje o Grão de Arroz tem essa proposta de mudança, de consciência, de sustentabilidade em prol da melhoria do mundo. Afirma.

Confira a programação

18h – Lançamento do livro e sessão de autógrafo com Daniel Munduruku (Hal do teatro)
19h - Abertura do evento no palco do Jorge Amado
19h15 – Palestra com Daniel Mundurucu, sobre cultura indígena (palco)